A estrutura da redação do ENEM é sempre a mesma: introdução, desenvolvimento e conclusão. O estudante não possui muita liberdade para mudar o molde. Entretanto, para gabaritar na redação, é preciso mais do que dominar a estrutura da dissertação argumentativa. Não sabe como? Confira.
Se o seu objetivo é garantir uma boa nota na redação do ENEM e conquistar aquela sonhada vaga na universidade, é essencial saber a maior quantidade possível de detalhes sobre o gênero textual do exame.
Assim, além de compreender a estrutura da introdução, desenvolvimento e conclusão da dissertação, é essencial entender a organização interna de cada parágrafo. Afinal, cada parte do texto possui um objetivo.
Está se sentindo perdido? Confira esse guia completo preparado pelo CRIA para te guiar nessa jornada. Boa leitura.
Qual é a estrutura da redação do ENEM?
A estrutura da redação do ENEM é definida pelo gênero textual dissertativo-argumentativo. Desse modo, o texto tem por objetivo persuadir o leitor a aceitar um ponto de vista. Além disso, ele pode influenciar a tomar uma determinada posição em relação a um assunto.
Segundo o dicionário Priberam, a dissertar é:
“Produzir razões em favor da própria opinião (refutando a contrária).”
De modo geral, pode-se dizer que a estrutura da redação é composta por:
1. Introdução:
A introdução do texto serve como ponto de partida e é fundamental para estruturar e apresentar sua tese sobre o tema proposto. Desse modo, seu objetivo é de contextualizar o tema e apresentar seu posicionamento.
2. Desenvolvimento:
O desenvolvimento é o momento de desenvolver a linha de raciocínio e oferecer dados, exemplos e evidências para sustentar sua posição. Assim, é nesta etapa na qual as ideias são desenvolvidas e construídas em uma base sólida.
3. Conclusão:
Por fim, a conclusão. Ela serve para reforçar a tese e fornecer uma síntese dos pontos mais importantes que você discutiu. Assim, a conclusão é uma chance de terminar sua redação de forma eficaz, deixando uma impressão final sólida e reforçando a posição que você defendeu ao longo do texto.
Compreendendo o tema e desenvolvendo a tese:
Antes de redigir o texto, o candidato precisa dissertar sobre o tema proposto pelo ENEM. Essa habilidade de compreensão é desenvolvida durante os anos dos bancos escolares, desde questões mais simples de interpretação de texto no ensino básico até o dia do exame.
Entretanto, é comum que os estudantes terminem o ensino médio e ainda possuam dificuldades em compreender o que se lê. Se esse é o seu caso, a dica é: leia muito. Estar imerso na leitura é o primeiro passo para começar a compreender mais e melhor, tanto do texto, quanto da realidade.
É bem comum que candidatos zerem a prova de redação por fugir do tema, ou simplesmente não o abordem durante o texto. Esse erro é conhecido como tangenciamento do tema.
Para você entender melhor, imagine que é como se o candidato estivesse em uma viagem andando no acostamento, sem, de fato, andar pela avenida principal.
Então, para evitar esse erro, leia com muita calma os textos motivadores. Algumas dicas práticas podem ajudar:
- Leia com atenção e calma;
- Identifique as palavras-chave, grifando-as;
- Pense em sinônimos dessas palavras-chave para incluir no texto;
- Relacione o tema com as problemáticas que ele implica;
- Leia as instruções e os textos motivadores;
- Planeje o projeto de texto.
Estruturação da introdução na redação do ENEM:
A introdução é o primeiro parágrafo do texto. É muito comum os candidatos travarem na seguinte questão: “Como começar a redação?”
Parece que depois que começa, tudo se desenrola bem melhor. Mas para resolver essa situação, existem técnicas de escrita para não dar aquele “branco” na hora de começar.
Assim, confira a estrutura da introdução do texto dissertativo-argumentativo:
1. Contextualização e apresentação do tema:
Para iniciar a primeira frase do texto, ou seja, a contextualização, existem alguns recursos que facilitam o processo. Confira a lista dos mais utilizados:
- Dados estatísticos: apresente esses dados para contextualizar o tema. Cite o tema da redação de maneira idêntica.
- Comparação: utilizar da comparação precisa ter muita cautela. Para comparar, é preciso que as duas questões tenham pontos em comum.
- Citação: citar pensadores como filósofos, sociólogos demonstra muito domínio de repertório robusto. Isso significa que utilizar argumento de autoridade demonstra conhecimento sobre determinado tema.
- Contextualização: demonstra que você tem repertório atualizado, entende a realidade atual e como ela se constrói.
- Alusão histórica: dar um panorama e chegar na atualidade sobre determinado tema pode ser uma grande aliada para uma boa introdução.
- Jurismo: quando o candidato apresenta o tema por meio da citação de uma lei.
2. Defesa da tese:
Na estrutura da redação do ENEM, defender a tese é importante, pois estabelece sua posição sobre o assunto e fornece uma base para a argumentação que será feita ao longo da redação. Esse não é o momento de ficar em cima do muro. A partir do tema, escolha qual será a sua posição diante dele.
Adiante-se sabendo que você precisará desenvolver toda uma argumentação para defender a sua tese nos parágrafos de desenvolvimento. Por isso a importância de um projeto de texto para te guiar nas informações que serão incluídas na redação.
3. Retome a temática:
Vale lembrar que um dos maiores erros dos participantes do ENEM é a fuga ao tema. O que é isso? É quando o texto foca em outros aspectos que fogem da temática principal.
Assim, retomar a temática em todos os parágrafos garante uma coerência nas ideias, permitindo que o autor do texto não tangencie para outros assuntos. Além disso, isso permite que o leitor do texto, isto é, a banca corretora não se perca no meio de tantas informações.
Construção dos parágrafos de desenvolvimento:
Na estrutura da redação do ENEM, o desenvolvimento é a parte mais importante. Por que? Este é o momento em que o candidato não apenas deve expressar seu ponto de vista, mas também precisa defendê-lo.
Assim, apresentar o problema ou a solução também é importante. Então, confira sua estrutura:
1. Tópico frasal:
É usado não apenas no ENEM, mas também na introdução de um parágrafo de quaisquer gêneros textuais. Trata-se de um recurso linguístico destinado a condensar a ideia principal de um parágrafo em uma única linha.
2. Explicação:
Agora é a hora de explicar ou ilustrar o argumento usando o repertório sociocultural, usando dados estatísticos, dados atuais, filmes, séries e personalidades pertinentes.
3. Exemplificação:
O exemplo demonstra como uma teoria se torna prática, ou seja, conecta-se à realidade. Assim, os exemplos aqui devem ser relacionados ao assunto.
4. Conclusão:
A hora de concluir todas as ideias chegou. Parece um pouco repetitivo, não é? Por outro lado, essa repetição leva a uma dissertação que o leitor nunca deixa de lembrar do texto.
Utilização de recursos coesivos e conexões:
A utilização de recursos linguísticos como permite que o texto seja mais objetivo. Assim, além da estrutura organizada da dissertação, é preciso organizar os pensamentos por meio desses elementos.
Então, o componente responsável por garantir que o texto se encadeie de forma consistente, criando uma conexão harmoniosa entre as frases e os parágrafos, é conhecido como coesão. Assim, essa conexão pode ser feita por meio do uso adequado de vários mecanismos linguísticos, como artigos, advérbios, pronomes, conjunções e preposições.
Já os conectivos são aquelas que criam conexões lógicas entre duas orações, frases, períodos ou partes distintas de um texto. É importante lembrar que eles podem pertencer a várias categorias gramaticais, como conjunções, advérbios, preposições ou expressões adjetivas.
Assim, esses elementos linguísticos são essenciais para estabelecer uma estrutura da redação do ENEM coesa que permite ao leitor entender as ideias de forma clara e fluida.
Exemplo prático de coesão em um texto:
Essa redação da aluna Carolina Mendes Pereira disponibilizada pelo MEC recebeu nota mil. Assim, confira os elementos que auxiliam na coerência interna do parágrafo:
“Em sua canção “Pela Internet”, o cantor brasileiro Gilberto Gil louva a quantidade de informações disponibilizadas pelas plataformas digitais para seus usuários. No entanto, com o avanço de algoritmos e mecanismos de controle de dados desenvolvidos por empresas de aplicativos e redes sociais, essa abundância vem sendo restringida e as notícias, e produtos culturais vêm sendo cada vez mais direcionados – uma conjuntura atual apta a moldar os hábitos e a informatividade dos usuários. Desse modo, tal manipulação do comportamento de usuários pela seleção prévia de dados é inconcebível e merece um olhar mais crítico de enfrentamento.“
Aqui, é possível observar o uso de diversos recursos linguísticos como a expressão “no entanto”. Além disso, apresenta uma referência anafórica com”essa abundância”, isto é, retomada a um elemento citado anteriormente.
Técnica para citações e referências:
Trazer um bom repertório sociocultural significa fazer citações ou referências. Entretanto, existem regras para essa citação, mesmo que indireta ou direta. Assim, essas referências podem ser citadas de 2 maneiras, sendo elas:
Citação direta:
A citação direta é a transcrição precisa das palavras de um autor com aspas ao longo. Portanto, é fundamental citar a fonte da citação, incluindo o nome do escritor e a obra da qual foi retirada.
Citação indireta:
Neste caso, a frase é parafraseada, ou seja, reescrita com as ideias e palavras do autor. Embora não seja necessário fazer aspas, é importante citar a fonte.
Elaboração da conclusão impactante:
Após discorrer sobre a temática da redação do ENEM com muitos argumentos, exemplos e contextualização, é a hora de arrematar tudo isso. Assim, confira abaixo a estrutura da conclusão:
1. Retomada no tema:
O início do parágrafo de conclusão deve ser impecável. Uma boa maneira de fazer isso é usar o tópico frasal. Esse recurso textual permite antecipar o conteúdo do parágrafo, como uma prévia do que virá a seguir.
2. Síntese concisa:
Lembre-se de que a redação tem apenas 30 linhas, então escreva pelo menos 5 para concluir suas ideias. Este é o momento certo para você dar um resumo conciso dos principais tópicos que você discutiu ao longo da redação. Assim, a síntese será cobrada em todo o texto, principalmente no último parágrafo.
3. Proposta de intervenção:
A proposta de intervenção é obrigatória na redação do ENEM. Assim como já discutido, ela prevê que o candidato dê uma sugestão de solução para problemática apresentada. Para mais detalhes de entender a conclusão, confira aqui a sua estrutura completa.
Como é a conclusão do ENEM: estrutura completa!
Respeitando os direitos humanos:
Embora este seja o último tópico dos assuntos que discutimos aqui, continua sendo importante para a nota final. Os direitos humanos incluem vários direitos civis e políticos, como o direito à vida, à liberdade, à igualdade perante a lei e à liberdade de expressão.
Além disso, também incluem direitos sociais, culturais e econômicos como o direito à educação, à saúde, à moradia, ao trabalho digno e à alimentação adequada.
Assim, aqui não é lugar de senso comum ou preconceitos. Em suma, o exame exige uma posição crítica, porém respeitosa. Para ficar mais claro, vamos a alguns exemplos.
Exemplos do que NÃO escrever no ENEM:
- “As mulheres que sofrem violência devem fazer justiça com as próprias mãos”;
- “Cadastros deveriam ser feitos para limitar a ida das pessoas ao cinema.”;
- “Para combater a intolerância religiosa, deveria acabar com a liberdade de expressão.”;
- “Deve-se [sic] criar leis cruéis para pais que não querem dar seu sobrenome a seus filhos.”;
- “O governo deveria punir e banir essas outras “crenças”, que não sejam referentes a Bíblia”.
Troque por:
- “As mulheres que sofrem violência devem buscar por apoio judicial”;
- “O acesso ao cinema deve ser democratizado por meio de políticas públicas culturais”;
- “Para combatar a intolerância religiosa, é preciso desconstruir o preconceito na sociedade”;
- “Deve-se criar políticas públicas para conscientizar a importância do registro paterno”;
- “As práticas religiosas devem ser celebradas por sua diversidade”.
Prática e exemplo:
Bom, ficou mais claro qual é a estrutura da redação do ENEM. Porém, nada melhor do que conferir na prática uma redação nota mil. Veja:
ENEM 2019: “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”
Redação da aluna: Carolina Mendes Pereira:
Introdução:
“Em sua canção “Pela Internet”, o cantor brasileiro Gilberto Gil louva a quantidade de informações disponibilizadas pelas plataformas digitais para seus usuários. No entanto, com o avanço de algoritmos e mecanismos de controle de dados desenvolvidos por empresas de aplicativos e redes sociais, essa abundância vem sendo restringida e as notícias, e produtos culturais vêm sendo cada vez mais direcionados – uma conjuntura atual apta a moldar os hábitos e a informatividade dos usuários. Desse modo, tal manipulação do comportamento de usuários pela seleção prévia de dados é inconcebível e merece um olhar mais crítico de enfrentamento.
Desenvolvimento 1:
“Em primeiro lugar, é válido reconhecer como esse panorama supracitado é capaz de limitar a própria cidadania do indivíduo. Acerca disso, é pertinente trazer o discurso do filósofo Jürgen Habermas, no qual ele conceitua a ação comunicativa: esta consiste na capacidade de uma pessoa em defender seus interesses e demonstrar o que acha melhor para a comunidade, demandando ampla informatividade prévia. Assim, sabendo que a cidadania consiste na luta pelo bem-estar social, caso os sujeitos não possuam um pleno conhecimento da realidade na qual estão inseridos e de como seu próximo pode desfrutar do bem comum – já que suas fontes de informação estão direcionadas –, eles serão incapazes de assumir plena defesa pelo coletivo. Logo, a manipulação do comportamento não pode ser aceita em nome do combate, também, ao individualismo e do zelo pelo bem grupal.”
Desenvolvimento 2:
“Em segundo lugar, vale salientar como o controle de dados pela internet vai de encontro à concepção do indivíduo pós-moderno. Isso porque, de acordo com o filósofo pós-estruturalista Stuart-Hall, o sujeito inserido na pós-modernidade é dotado de múltiplas identidades. Sendo assim, as preferências e ideias das pessoas estão em constante interação, o que pode ser limitado pela prévia seleção de informações, comerciais, produtos, entre outros. Por fim, seria negligente não notar como a tentativa de tais algoritmos de criar universos culturais adequados a um gosto de seu usuário criam uma falsa sensação de livrearbítrio e tolhe os múltiplos interesses e identidades que um sujeito poderia assumir.”
Conclusão:
“Portanto, são necessárias medidas capazes de mitigar essa problemática. Para tanto, as instituições escolares são responsáveis pela educação digital e emancipação de seus alunos, com o intuito de deixá-los cientes dos mecanismos utilizados pelas novas tecnologias de comunicação e informação e torná-los mais críticos. Isso pode ser feito pela abordagem da temática, desde o ensino fundamental – uma vez que as gerações estão, cada vez mais cedo, imersas na realidade das novas tecnologias – , de maneira lúdica e adaptada à faixa etária, contando com a capacitação prévia dos professores acerca dos novos meios comunicativos. Por meio, também, de palestras com profissionais das áreas da informática que expliquem como os alunos poderão ampliar seu meio de informações e demonstrem como lidar com tais seletividades, haverá um caminho traçado para uma sociedade emancipada.“
CRIA
A estrutura da redação do ENEM é complexa e cheio de elementos essenciais. Assim, se você ainda tem dúvidas sobre como produzir o texto, venha com o CRIA.
Mas o que é o CRIA?
O CRIA é um corretor de redação por inteligência artificial que garante uma correção com grande precisão, baseando-se nas 5 competências do ENEM. E para a praticidade do estudante, a correção é entregue até 2 minutos
Além disso, centenas de milhares de redações estão disponíveis no banco de dados do CRIA. Portanto, fornecemos ao aluno uma explicação detalhada de onde ele errou, como corrigir o erro e por que esse erro reduz os pontos no ENEM, com notas de zero a mil, utilizando-se como base para IA.
Após enviar sua redação para correção, o CRIA verifica se os conectivos foram usados ou não no texto. Assim, você pode ver se existe uma diversidade de elementos linguísticos e a frequência.
Mas, afinal, para quem é o CRIA:
- Para os professores, visamos diminuir a sobrecarga e otimizar a gestão da turma;
- Para os alunos, tornarmos o processo mais ágil, divertido, incentivando a prática constante.
Vamos começar? Então acesse aqui.
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