Muitos professores trabalham o Grande Sertão: Veredas e dilemas humanos no vestibular em sala de aula. Mesmo que o romance de Guimarães Rosa não esteja na lista obrigatória da maioria das provas, ele continua sendo uma das obras mais citadas quando o assunto é repertório sociocultural.
Escrito de forma inovadora, com uma linguagem única e cheia de significados, o livro apresenta os conflitos internos do personagem Riobaldo.
Assim, temas como fé, amor, coragem, medo, bem e mal se entrelaçam em uma travessia que, embora aconteça no sertão, é também uma viagem filosófica sobre a vida. E é justamente essa riqueza de temas que faz a obra ser tão poderosa na hora de argumentar bem.
Além disso, os personagens complexos e os dilemas morais da narrativa criam pontes com questões atuais. Identidade, repressão, desigualdade, religiosidade e escolhas éticas são temas que podem aparecer facilmente em redações e questões de interpretação.
Ou seja, mesmo fora da lista oficial, o livro continua sendo uma carta na manga para quem quer se destacar.

Quem foi João Guimarães Rosa?
João Guimarães Rosa foi um dos maiores autores brasileiros do século XX. Mineiro da cidade de Cordisburgo, além de escritor, também foi diplomata, médico e tradutor, também foi membro da Academia Brasileira de Letras.
Rosa integrava a terceira geração modernista, também chamada de Geração de 45, marcada por um maior rigor formal, mas de forma mais intimista, regionalista e também urbana.
Por sua vez, Rosa iniciou a sua carreira como escritor em 1929, com a publicação, na revista O Cruzeiro, do conto “O mistério de Highmore Hall”, que não está presente em nenhum livro.
As principais obras de Guimarães Rosa são:
- Magma (1936).
- Sagarana (1946).
- Com o Vaqueiro Mariano (1947).
- Corpo de Baile (1956): separada em 3 novelas, “Manuelzão e Miguilim”, “No Urubuquaquá, no Pinhém” e “Noites do sertão”.
- Grande Sertão: Veredas (1956).
- Primeiras Estórias (1962).
- Campo Geral (1964).
- Noites do Sertão (1965).
Suas obras são marcadas pelo regionalismo e por experimentações de linguagem, que misturam o português culto ao modo de falar próprio das populações rurais de regiões interioranas do Brasil.
Além disso, nas narrativas de Rosa, o real se mistura com o fantástico no cenário do sertão do norte de Minas Gerais, criando uma experiência única de leitura.
Apesar de ter sido um renomado autor, escreveu apenas um romance, Grande Sertão; Veredas, publicado em 1956 e que ainda é um dos principais expoentes da literatura brasileira, tendo sido traduzido para mais de 10 línguas diferentes.
Grande Sertão: Veredas é leitura obrigatória em 2025?
Apesar da relevância, Grande Sertão: Veredas não está na lista de leitura obrigatória de nenhum grande vestibular.
No entanto, a obrigatoriedade da leitura não deve ser o único motivo para realizar uma leitura. Pois, a leitura de clássicos estimula a criatividade, enriquece o vocabulário e ajuda a ampliar o repertório sociocultural, o que colabora para uma boa redação.
O livro também pode ser cobrado em provas de literatura e na prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias do ENEM. Portanto, Grande Sertão: Veredas é um livro que todo vestibulando deve ler.
Além disso, em 2024 foi lançado um novo filme sobre a história, o que pode ser relevante em questões que debatem literatura e cinema. E se você ficou curioso (a) para essa adaptação, confira o trailer:
Qual é a trama de Grande Sertão: Veredas?
A trama de Grande Sertão é focada em Riobaldo, um ex-jagunço que narra seus conflitos contra um bando inimigo. Os relatos se passam no sertão mineiro. E ele conta sua história a um interlocutor silencioso. Por sua vez, essa escolha narrativa aproxima o leitor dos conflitos vividos pelo personagem.
Desde cedo, Riobaldo se envolve com bandos de jagunços, enfrentando guerras, traições e dilemas morais. Ao longo da narrativa, ele questiona o bem, o mal e o sentido da vida. Por isso, a obra é tão profunda e filosófica.
Ainda, o narrador releva sentir um amor intenso por seu companheiro de luta, Diadorim, e só ao final os segredos que envolvem essa personagem são revelados para o leitor.
No decorrer da trama, também, Riobaldo apresenta suas dúvidas sobre um pacto que poderia ter feito. No entanto, ele nunca tem certeza se o pacto foi real ou apenas psicológico.
Quais os personagens de Grande Sertão: Veredas?
Grande Sertão: Veredas apresenta personagens complexos e marcantes. Cada um tem um papel importante na jornada de Riobaldo. Veja a seguir os principais:
- Riobaldo: o protagonista e narrador da história. Ex-jagunço, vive um intenso conflito entre fé, razão e poder.
- Diadorim: companheiro fiel de Riobaldo. Corajoso, misterioso e cheio de segredos.
- Zé Bebelo: líder política, representa a mudança e a tentativa de impor ordem em um sertão marcado por violência.
- Hermógenes: antagonista violento e implacável, principal inimigo de Riobaldo nas batalhas entre os grupos de jagunços.
- Joca Ramiro: chefe-jagunço respeitado pelo bando, simboliza uma linderaça honrosa e justa, mesmo num contexto violento.
- Otacília: mulher doce e delicada que representa a vida pacata e a possibilidade de outro caminho para Riobaldo.
Esses personagens ajudam a construir os dilemas morais, afetivos e existenciais que fazem da obra uma leitura tão profunda e inesquecível.
Por que Grande Sertão: Veredas é tão relevante?
Mesmo que não seja uma leitura obrigatória, Grande Sertão segue sendo uma obra presente nas provas de literatura dos vestibulares, alguns motivos para isso são:
A universalidade do sertão:
Embora ambientada no sertão mineiro, a obra transcende o regionalismo. O sertão de Guimarães Rosa é, nas palavras do próprio autor, “o mundo”, um espaço simbólico onde se travam batalhas internas e externas.
Linguagem inovadora:
O autor criou um vocabulário próprio, mesclando neologismos, regionalismos e estruturas sintáticas inusitadas. Essa característica exige atenção do leitor e é frequentemente explorada em questões interpretativas de provas.
Assim, conhecer Grande Sertão: Veredas favorece a habilidade para interpretar textos, o que é um grande diferencial na hora do vestibular ou ENEM.
Dilemas éticos e existenciais
Ao longo do livro, o jagunço Riobaldo, protagonista e narrador, enfrenta dilemas morais, tocando em questões como o bem e o mal, o livre-arbítrio, a religiosidade e o amor.
Por sua vez, essas questões favorecem o uso da obra como repertório em temas de redação que discutem ética, dualidade humana e convivência social.
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Como usar “Grande Sertão: Veredas” e dilemas humanos no vestibular?
Um dos pontos centrais da trama de Rosa são os conflitos humanos. Isso já representa um grande ponto sobre como abordar Grande Sertão: Veredas e dilemas humanos no vestibular, porque pode ser um excelente ponto de partida para redações mais filosóficas, como a FUVEST.
Até mesmo no ENEM é possível usar a obra como repertório sociocultural para abordar diversas questões na redação.
Alguns dos conflitos humanos que você pode abordar usando como base essa obra são:
1. O bem e o mal: existe uma linha clara?
A pergunta que perpassa toda a narrativa é se o diabo existe — ou se está nas escolhas humanas. Porque uma das chaves da história é a batalha interna de Riobaldo entre sua religiosidade e o seu desejo por derrotar seus inimigos (bando de Hermógenes).
Assim, essa dualidade representa a complexidade da ética: o mal não é sempre externo, e pode surgir de dentro de nós mesmos.
Para ilustrar a intersecção entre Grande Sertão: Veredas e dilemas humanos no vestibular, você pode usar a frase:
“O diabo não há! É o que eu digo, se for… Existe é homem humano. Travessia.”
Essa citação famosa demonstra como Guimarães Rosa propõe que os maiores conflitos são internos, e que a travessia de um espaço físico — no caso, o sertão mineiro — também pode ser a travessia da alma.
2. O amor e a identidade:
Mesmo se tratando de um livro escrito e publicado na década de 1950, a obra trata, de certa forma, sobre a questão da identidade gênero.
Sendo assim, o amor velado de Riobaldo por Diadorim, permite utilizar a obra como repertório para redações e questões dissertativas que tratem de temas como repressão, sexualidade e liberdade individual.
3. Fé e superstição:
Outra questão usada como pano de fundo para tratar da relação entre Grande Sertão: Veredas e dilemas humanos no vestibular é a espiritualidade constante presente na narrativa.
Isso pode ser abordado tratando da religiosidade dos personagens, especialmente de Riobaldo, um homem cristão, mas que pensa ter feito um pacto com o diabo.
A partir disso, você pode discutir como a religiosidade permeia moral dos indivíduos e quais os impactos disso para a sociedade brasileira.
Ademais, esse assunto também suscita questões sobre destino, livre-arbítrio e a busca por sentido, as quais podem ser utilizadas em redações com temas mais filosóficos.
Como citar Grande Sertão: Veredas na redação?
Grande Sertão: Veredas é uma obra rica em dilemas morais, questões existenciais e discussões sobre identidade e fé. Por isso, é um excelente repertório para usar na redação do ENEM e dos principais vestibulares.
Abaixo, veja como incluir a obra de forma estratégica e coerente:
1. Use trechos simbólicos com explicação
Frases marcantes da obra podem ser inseridas na introdução, no desenvolvimento ou na conclusão do texto. O importante é relacionar o trecho ao tema da proposta. Um bom exemplo é:
“O diabo na rua, no meio do redemoinho.”
Essa frase pode ser usada para representar o caos moral ou social, situações em que os limites entre certo e errado ficam confusos. Depois de citá-la, explique: “Nesse contexto, a citação de Guimarães Rosa representa o conflito interno vivido por muitos indivíduos diante de realidades complexas.”
2. Relacione a obra ao tema da proposta
A força da obra está na sua capacidade de dialogar com temas universais. Veja alguns exemplos:
- Ética e justiça: Riobaldo vive dúvidas sobre se agir corretamente traz bons resultados. Isso pode ilustrar conflitos éticos na política ou no comportamento social;
- Identidade e gênero: a relação entre Riobaldo e Diadorim pode ser usada em temas sobre identidade, representatividade ou diversidade;
- Religião e fé: o pacto com o diabo pode aparecer em temas sobre crenças, espiritualidade e o impacto das religiões na vida cotidiana.
No entanto, para fazer um bom debate entre Grande Sertão: Veredas e dilemas humanos no vestibular, é importante que você se lembre de aliar os temas centrais da obra à proposta temática da prova.
A razão disso é que para demonstrar um bom domínio do repertório não basta apenas o citar, é preciso contextualizá-lo e fazer relações entre o objeto e o tema proposto.
3. Faça analogias com o protagonista:
Outra forma eficaz de usar Grande Sertão: Veredas na redação é através de analogias. Por exemplo:
“Assim como Riobaldo, que se vê diante de decisões difíceis ao longo da vida, o cidadão contemporâneo também enfrenta dilemas morais cotidianos.”
Esse tipo de construção não precisa citar o livro diretamente, mas demonstra que você conhece a narrativa e sabe aplicá-la com propriedade. Dessa forma, é uma maneira interessante de mostrar repertório, com profundidade e sem parecer forçar determinada menção apenas por fazer.
4. Aborde a variação linguística:
A obra de João Guimarães Rosa é marcada pela experimentação linguística por meio de neologismos (palavras criadas pelo autor a partir de termos já existentes). Por sua vez, essa característica pode ser abordada em questões sobre variação linguística.
Além disso, isso também pode ser citado como repertório em redações e provas dissertativas para demonstrar a riqueza do português brasileiro e até mesmo debater assuntos como variação e preconceito linguístico.
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