Gênero textual entrevista: o que é e qual a estrutura?

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Uma entrevista traz narrativas únicas, compartilhando conhecimento e histórias. Mesmo assim, ela possui uma estrutura própria. Veja como fazer!

Entrevistador anotando respostas em uma prancheta.

O gênero textual entrevista é uma oportunidade de descobrir narrativas únicas, ampliar horizontes e, em última análise, fomentar a comunicação entre as mentes que compartilham e as que buscam conhecer. Com uma estrutura simples, é preciso seguir algumas etapas antes de sua redação.

A entrevista jornalística é um gênero textual que desperta grande interesse público, registrando por escrito um diálogo sobre determinado tema entre alguém que pergunta, o entrevistador, e alguém que responde, o entrevistado.

Em geral, este tipo de texto é difundido pelos meios de comunicação, orais e escritos, tais como o jornal da tevê, o rádio, o jornal escrito, a revista e a Internet.

Então, uma vez que a essência da entrevista está na interação entre o entrevistador e o entrevistado, a troca de palavras e ideias é habilmente estruturada, muitas vezes guiada por perguntas elaboradas, revelando nuances da personalidade, pensamentos e experiências do entrevistado.

Para entender melhor sobre como é a estrutura do gênero textual entrevista, o CRIA elaborou esse conteúdo completo para te guiar nessa jornada. Continue conosco e boa leitura.

Pessoa realizando uma entrevista na modalidade de gênero textual entrevista, com entrevistador anotando respostas em uma clipboard.
A entrevista, então, acaba sendo uma peça chave na grande rede da comunicação humana. – Foto: Pexels.

O que é o gênero textual entrevista?

A entrevista, em sua essência, é um diálogo entre duas ou mais pessoas, onde uma delas (o entrevistador) faz perguntas a outra (o entrevistado) com o objetivo de obter informações, opiniões ou declarações sobre um determinado tema. É um gênero que se equilibra entre a oralidade e a escrita, e sua principal função é a informativa.

Características marcantes da entrevista:

  • Interlocução: Há sempre um processo de perguntas e respostas, com a alternância de falas entre entrevistador e entrevistado.
  • Temática Definida: A entrevista geralmente se concentra em um assunto específico, o que garante foco e coesão ao diálogo.
  • Objetividade (na maioria dos casos): Embora opiniões possam ser expressas, o objetivo principal é a obtenção de informações claras e diretas.
  • Linguagem Adaptável: A linguagem utilizada pode variar de formal a informal, dependendo do contexto da entrevista, do público-alvo e do meio de veiculação.
  • Veracidade: Em entrevistas jornalísticas, a busca pela verdade dos fatos é um pilar fundamental.
  • Estrutura Flexível: Embora existam padrões, a entrevista pode se adaptar a diferentes formatos (oral, escrita, televisiva, etc.).

Qual a linguagem utilizada na entrevista?

A linguagem usada no gênero entrevista geralmente é a variedade padrão da língua mais próxima da linguagem oral, ou seja, transparecendo a modalidade em que ela foi originalmente realizada.

Entretanto, antes de ser publicada em revistas ou jornais escritos, a entrevista acontece de forma oral, quando é gravada, sendo posteriormente transcrita para a linguagem escrita, ou norma culta.

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Qual a estrutura da entrevista?

A estrutura de uma entrevista escrita, especialmente aquela que pode ser cobrada em provas como o ENEM, segue um padrão que facilita a compreensão e a organização das informações.

1. Título e subtítulo:

  • Título: deve ser chamativo e conciso, despertando o interesse do leitor e, se possível, já indicando o tema ou o entrevistado.
  • Subtítulo (ou Lide): apresenta um breve resumo do que será abordado na entrevista, contextualizando o leitor e destacando os pontos mais relevantes. No jornalismo, é conhecido como “lide” e serve para atrair o leitor.

2. Apresentação do entrevistado:

Uma breve introdução sobre quem é o entrevistado, sua relevância para o tema e seu currículo. Isso confere autoridade e credibilidade ao conteúdo.

3. Perguntas e respostas:

O corpo da entrevista é composto pela sequência de perguntas elaboradas pelo entrevistador e as respectivas respostas do entrevistado. É fundamental que as perguntas sejam claras, objetivas e sequenciais, guiando o fluxo da conversa.

Além disso, as respostas devem ser transcritas de forma fiel, mas podem ser editadas para clareza e concisão, especialmente em entrevistas escritas.

4. Considerações finais ou conclusão:

Um breve fechamento, que pode ser uma síntese das principais ideias, um agradecimento ao entrevistado ou uma reflexão sobre o tema abordado.

Exemplo do gênero textual entrevista:

Entrevista realizada no dia 19 de agosto de 2013, na residência do autor, no bairro Casa Forte, em Recife/PE.

Alex: Então, para começar, em sua obra, nós podemos perceber inúmeras citações. O Romance d’A Pedra do Reino possui alguma influência das epopeias de Homero e Virgílio? Ou de outras obras? Como ocorre esse processo de apropriação de outros textos da tradição, em seu processo de escritura?

Ariano: Olhe, acho que tem uma presença, aliás, evidente, de Homero, é muito evidente. De Virgílio, menos, porque eu gosto mais de Homero do que de Virgílio. Aliás, se tem de Homero tem que ter de Virgílio, porque Virgílio é um seguidor fiel de Homero, não é? Eu acho que ele até se sentiu mal com isso, no fim da vida, porque ele pediu para não publicar o livro dele, mas publicaram! Não o obedeceram, e olhe o que fizeram com ele. Porque a Eneida é um mito, inclusive pra nós latino-americanos, e brasileiros em especial, tem um sentido muito honroso. Eu não sei se você viu, por acaso, o filme que Carla Camurati fez sobre o rei D. João VI…

Alex: D. João VI, seria o “Carlota Joaquina”?

Ariano: De Carla Camurati.

Yuri: Sim, vi.

[…]

Alex: Porque, na verdade, fica muito evidente a questão da epopeia no romance, então é um livro híbrido, não é?

Ariano: É, é verdade.

Alex: Então, fica muito claro isso. Mas a tragicidade, porque há elementos trágicos…

Ariano: Há, perfeito.

Alex: Então essa tragicidade, ela não é tão evidente, eu acho que pela própria proposta de ser um
romance, isso é…

[…]

Quais são os tipos de entrevistas?

Embora a entrevista jornalística seja a mais conhecida, o gênero textual entrevista se manifesta de diversas formas, cada uma com suas particularidades.

Entrevista Jornalística:

O tipo mais comum, focada em informar o público sobre fatos, opiniões ou eventos. Pode ser:

  • Informativa: Busca dados e informações objetivas.
  • De Opinião: Visa colher as visões e posicionamentos do entrevistado.
  • De Perfil: Detalha a vida e a carreira de uma personalidade.

Entrevista de Emprego:

Com o objetivo de avaliar um candidato para uma vaga, explorando suas habilidades, experiências e adequação à cultura da empresa.

Entrevista Científica/Acadêmica:

Utilizada em pesquisas para coletar dados, aprofundar temas e obter depoimentos de especialistas.

Entrevista Social:

Realizada em pesquisas de opinião, censos e estudos sociais para compreender hábitos, crenças e comportamentos de grupos.

O gênero Entrevista no ENEM e vestibulares: como se preparar?

O ENEM e outros vestibulares frequentemente exploram o gênero textual entrevista tanto em questões de interpretação quanto, em menor escala, como proposta de produção textual (embora seja menos comum que a dissertação argumentativa).

Interpretação Textual:

  • Identificação de Informações: Você será testado na capacidade de extrair informações explícitas e implícitas das falas do entrevistador e do entrevistado.
  • Função dos Elementos: Compreender o papel do título, da apresentação do entrevistado e das perguntas no texto.
  • Variação Linguística: Analisar o uso da linguagem formal ou informal e sua adequação ao contexto.
  • Subjetividade e Objetividade: Diferenciar fatos de opiniões e inferir as intenções do entrevistado.

Produção Textual (menos comum, mas possível):

  • Estrutura: Saber organizar o texto seguindo a estrutura de título, apresentação, perguntas e respostas.
  • Coerência e Coesão: Manter a lógica do diálogo e a conexão entre as ideias.
  • Adequação à Proposta: Se a proposta for uma entrevista ficcional, criar perguntas e respostas que reflitam a personalidade dos personagens e o tema proposto.
  • Uso da Linguagem: Empregar a linguagem adequada ao perfil do entrevistado e ao contexto da entrevista.

Dicas essenciais para criar e analisar entrevistas

Para se destacar na compreensão e produção de entrevistas, considere as seguintes dicas:

  • Leia e Analise Constantemente: Acompanhe entrevistas em jornais, revistas, portais de notícia e programas de TV para se familiarizar com os diferentes formatos e estilos.
  • Atenção aos Detalhes: Observe a escolha das palavras, o tom de voz (mesmo na escrita, ele é perceptível), e as nuances das respostas.
  • Pratique a Formulação de Perguntas: Pense em como você abordaria determinado tema se estivesse entrevistando alguém. Perguntas claras e abertas geralmente geram respostas mais ricas.
  • Identifique o Objetivo: Toda entrevista tem um propósito. Tente descobrir qual é o objetivo do entrevistador e as intenções do entrevistado.

Perguntas frequentes sobre o gênero textual entrevista:

Para consolidar seu conhecimento e sanar as dúvidas mais comuns, reunimos aqui as perguntas frequentes sobre o gênero textual entrevista, com respostas diretas e objetivas que vão te ajudar a fixar o conteúdo.

Qual a principal função do gênero textual entrevista?

A principal função do gênero textual entrevista é informar o público sobre um determinado assunto, opinião ou acontecimento, através de um diálogo estruturado entre entrevistador e entrevistado.

Como o gênero entrevista é cobrado no ENEM?

No ENEM, o gênero entrevista é frequentemente cobrado em questões de interpretação textual, onde o candidato precisa analisar a estrutura, a linguagem, o propósito e as informações contidas na entrevista. Raramente, pode aparecer como proposta de produção textual, exigindo a simulação de uma entrevista.

Quais são os elementos essenciais de uma entrevista escrita?

Os elementos essenciais de uma entrevista escrita são: título e subtítulo (ou lide), apresentação do entrevistado, a sequência de perguntas e respostas, e uma conclusão ou considerações finais.

Qual a diferença entre entrevista e diálogo?

Enquanto todo entrevista é um diálogo, nem todo diálogo é uma entrevista. A entrevista possui um propósito específico (geralmente informativo), um roteiro de perguntas predefinido (mesmo que flexível) e papéis bem definidos de entrevistador e entrevistado. Um diálogo pode ser uma conversa informal sem objetivos pré-determinados.

Aprimore sua escrita com o CRIA

Agora que você conferiu o gênero textual entrevista, o CRIA pode ser a ferramenta ideal para esse processo. Mas o que é o CRIA?

O CRIA é um corretor de redação por inteligência artificial que utiliza modelos de aprendizado de máquina gerados por meio de redações escritas por alunos reais e corrigidas por professores.

Além disso, o CRIA realiza previsões de notas por competência, análise de contexto na introdução, previsão de defesa de tese, previsão de fuga ao tema, previsão de intervenção, uso de parônimas e homônimas, etc.

Mas o que o CRIA faz por você?

  • Análise instantânea da redação;
  • Simulação da sua nota do ENEM por competência;
  • Identificação de desvios, todos marcados no seu texto;
  • Traz correções detalhadas por competência;
  • Histórico de progresso;
  • Fornece dados para melhorias na escrita, em texto e/ou avatar explicativo;
  • Plataforma gamificada, pode compartilhar com amigos e obter vantagens;
  • Professor olha as correções do CRIA e pode alterar conforme achar necessário, assim o CRIA sempre aprende com eles.

Vamos começar? Então acesse aqui.

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