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Como é a redação da FUVEST? Exemplo de redação

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A redação da FUVEST consiste na elaboração de um texto dissertativo argumentativo, defendendo uma tese. Veja a estrutura completa e como fazer.

O vestibular da FUVEST é um dos vestibulares mais concorridos do Brasil. Apenas em 2023, 114.432 inscritos pleitearam as vagas da USP (Universidade de São Paulo). A tão temida redação é considerada a etapa mais desafiadora da prova. Mas como é a redação da FUVEST?

A organização e execução dos processos de seleção para ingresso em várias universidades públicas no estado de São Paulo são supervisionadas pela FUVEST (Fundação Universitária para o Vestibular).

Desse modo, a FUVEST foi fundada em 1976 e é responsável pela coordenação do vestibular da USP (Universidade de São Paulo), uma das mais famosas instituições de ensino superior do país.

Além da prova objetiva desse vestibular, os candidatos são exigidos a responder questões discursivas e a redação.

Então, para compreender como é a redação da FUVEST, o CRIA elaborou esse conteúdo completo para te guiar nessa jornada. Boa leitura.

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Como é a redação da FUVEST?

A redação da FUVEST é composta por um texto dissertativo argumentativo, redigida em até 30 linhas.

De modo geral, este tipo de texto tem como objetivo expor e argumentar sobre um determinado tema, assim, apresentando um ponto de vista claro e fundamentado.

Então, a estrutura de um texto dissertativo-argumentativo geralmente segue um padrão pré-definido:

  1. Introdução: apresenta o tema e o problema que o candidato deve discutir, geralmente com uma tese ou ponto para defender ao longo do texto. Assim, a introdução tem a função de contextualizar o leitor e estabelecer a direção da argumentação.
  2. Desenvolvimento: é a parte principal, em que o autor apresenta argumentos a favor de sua tese. Então, desenvolve-se cada argumento em parágrafos separados, com evidências, exemplos, dados ou fatos que sustentam a posição do autor. É preciso organizar os argumentos de forma lógica, com transições suaves entre eles.
  3. Conclusão: retoma os pontos-chave da argumentação, reafirma a tese e, muitas vezes, apresenta uma síntese dos argumentos apresentados. Além disso, pode conter uma proposta de solução para o problema discutido ou uma reflexão sobre as implicações do tema.

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Quais são os critérios de correção da redação da FUVEST?

É por meio da escrita da redação que a banca corretora avalia as competências do participante do vestibular.

Habilidades como a utilização da norma padrão, conhecimento de mundo, posicionamento do estudante em relação ao tema, além da capacidade de relacionar diversas áreas do conhecimento com um mesmo tema, a coesão e a coerência textual, são pontos que os corretores consideram.

Então, confira abaixo os critérios utilizados pela banca corretora da FUVEST:

1. Desenvolvimento do tema e organização do texto dissertativo-argumentativo

Em primeiro lugar, avalia-se se o texto é uma dissertação argumentativa e se atende ao tema proposto. Portanto, espera-se que o candidato demonstre capacidade de compreender e relacionar adequadamente as ideias e informações presentes na proposta de redação, uma vez que esteja presente em uma coletânea.

No que diz respeito ao desenvolvimento do tema, verifica-se a capacidade crítico-argumentativa da redação, além da pertinência das informações e da progressão efetiva do tema.

2. Coerência dos argumentos e articulação das partes do texto

A coerência dos argumentos e das opiniões, bem como a coesão textual – ou seja, a articulação correta de palavras, frases e parágrafos – são avaliadas em conjunto.

A coerência demonstra a capacidade do candidato para planejar e escrever um texto significativo, bem como a capacidade de relacionar os argumentos e organizá-los de forma a levar a conclusões apropriadas.

É importante evitar o uso de argumentação com base no senso comum, a falta de encadeamento de ideias, a circularidade ou a interrupção da progressão da argumentação e a presença de contradições entre frases ou parágrafos.

Assim, verificam-se o estabelecimento de relações semânticas entre as partes do texto e o uso adequado de conectivos em relação à coesão.

3. Correção gramatical e adequação vocabular

A avaliação inclui a clareza da expressão das ideias e o domínio da norma-padrão escrita da Língua Portuguesa.

Além disso, avaliam-se elementos gramaticais, como ortografia, morfologia, sintaxe e pontuação, bem como o uso adequado e expressivo do vocabulário.

Assim, a expectativa é que o candidato demonstre capacidade de apresentar com precisão e concisão os argumentos escolhidos para defender o ponto de vista adotado, evitando a utilização de frases feitas ou frases feitas.

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Na 2ª fase, avalia-se o candidato em sua competência para a articulação de informações e conhecimentos em todas as disciplinas e, com mais profundidade, nas mais diretamente ligadas ao curso pretendido – Fonte: Pexels.

Como as notas são atribuídas na redação da FUVEST?

Segundo o Manual do Candidato, a banca avaliadora é instruída com uma seleção de textos que servem como amostra, além de leitura, análise e discussão desses textos para avaliar as possibilidades de abordagem do tema.

Em seguida, dois avaliadores independentes avaliam as cópias de cada redação sem a identificação do candidato.

Cada avaliador atribuirá uma pontuação de 1 a 5 para cada um dos três elementos. Quando os pontos atribuídos a um determinado tópico por dois avaliadores divergirem em apenas um ponto, a nota total será a média das duas notas.

Se a diferença entre os dois avaliadores exceder um ponto em qualquer um dos três aspectos, submete-se redação a uma terceira avaliação por uma banca designada especificamente para esse propósito.

Desse modo, a banca decide qual das notas é melhor ou se deve atribuir uma terceira nota diferente das conferidas ao texto. A terceira nota prevalecerá neste caso.

Cada aspecto receberá pontos multiplicados por 4, 3 e 3 pontos, respectivamente. Como resultado, a redação receberá uma nota ponderada que variará entre 10 e 50 pontos.

O que fará minha redação da FUVEST levar nota zero?

Além das redações em branco, não avaliam-se redações que abordem um tema diferente do solicitado ou que não se enquadram na modalidade discursiva especificada.

Então, os textos que incluem elementos verbais ou visuais que não estão relacionados com o tema da redação também podem receber nota zero, bem como os que excedem a extensão especificada nas instruções da prova.

Assim, caso a redação receba nota zero de um dos avaliadores, o texto passa por uma terceira avaliação, que segue os mesmos critérios utilizados para casos de discrepância.

Então, confira a seguir a lista dos itens que podem zerar a redação da FUVEST:

  • Deixar a folha de redação em branco;
  • Fugir ao tema e/ou gênero proposto;
  • Escrever menos de 20 linhas;
  • Adicionar elementos verbais ou visuais não relacionados com o tema da redação.

Qual a diferença entre a redação da FUVEST e do ENEM?

O formato, os critérios de avaliação e o público-alvo da redação do ENEM e da FUVEST diferem significativamente. Assim, aqui estão algumas das principais distinções entre esses dois tipos de redação:

Formato:

  • FUVEST: A redação da FUVEST, em geral, segue um formato mais tradicional de dissertação. Desafia-se os candidatos a analisar criticamente um tema e apresentar argumentos sólidos e bem fundamentados.
  • ENEM: A redação do ENEM costuma ter um caráter mais contemporâneo e pode abordar temas ligados a questões sociais, culturais e políticas. Os candidatos são incentivados a propor soluções para os problemas apresentados.

Critérios de Avaliação:

  • FUVEST: A avaliação na FUVEST leva em consideração critérios específicos, como clareza na exposição de ideias, argumentação sólida, domínio da norma culta da língua e capacidade de reflexão crítica.
  • ENEM: Os critérios de avaliação do ENEM incluem competência textual, domínio da norma padrão da língua portuguesa, compreensão e abordagem do tema, construção de argumentação e elaboração de propostas de intervenção.

Vale ressaltar que ambas as redações são do gênero dissertativo argumentativo, ou seja, possui a mesma estrutura, diferenciando apenas pela proposta de intervenção.

Como funciona o vestibular da FUVEST?

Com um processo seletivo que abrange uma série de etapas, desde a inscrição até a matrícula, o vestibular da FUVEST envolve uma complexa logística de aplicação de provas e avaliação de candidatos.

Então, confira os detalhes do funcionamento desse processo seletivo de alto prestígio, delineando as etapas, provas, critérios de avaliação e outros aspectos que os candidatos enfrentam ao buscar uma vaga nas instituições de ensino vinculadas à FUVEST.

1º Fase:

A primeira fase do vestibular ocorre em um único dia, em até cinco horas. São 90 questões no formato múltipla escolha, com cinco alternativas, em que apenas uma delas é correta.

Assim, o conteúdo da prova é de Conhecimentos Gerais e aborda as disciplinas do núcleo comum obrigatório do Ensino Médio, sendo algumas questões interdisciplinares: Biologia, Física, Geografia, História, Inglês, Matemática, Português e Química.

segunda fase da fuvest
O Manual do Candidato disponibiliza diversas instruções, como documentos, calendários de provas e conteúdos exigidos – Fonte: FUVEST.

2º Fase:

Uma das etapas mais cruciais do processo de seleção para ingresso na Universidade de São Paulo (USP) é a segunda fase da FUVEST.

Nesta etapa, os candidatos devem fazer provas específicas, que condizem com os cursos que desejam cursar na graduação. A prova ocorre em 2 dias seguidos.

1º dia:

São 10 questões discursivas de português, sobre interpretação de textos, gramática e literatura, e uma redação

2º dia:

Assim, são 12 questões discursivas de 2 a 4 disciplinas específicas à carreira inscrita. Conheça as disciplinas específicas da sua carreira no Guia do Vestibular 2024: Carreiras e Cursos.

Como é calculada a nota final da FUVEST?

O processo crítico e minucioso do cálculo da nota final da FUVEST determina o sucesso dos candidatos em um dos vestibulares mais prestigiados do Brasil.

Assim, a conclusão é o resultado de uma avaliação extensa que considera o desempenho dos candidatos em várias etapas do processo de seleção, além de critérios específicos estabelecidos pela fundação.

Desse modo, os alunos que desejam ingressar em instituições de ensino superior vinculadas à FUVEST, como a Universidade de São Paulo (USP), devem ter uma boa compreensão desse sistema de avaliação.

Então, de forma resumida, o Manual do Candidato da FUVEST determina:

como e calculada a nota final da fuvest
Após seu cálculo, a nota final do candidato será convertida para uma escala de 1000 pontos e arredondada até a segunda casa decimal – Fonte: FUVEST.

Temas de redações da FUVEST

Os temas de redações da FUVEST (Fundação Universitária para o Vestibular) representam uma parte significativa e desafiadora do processo seletivo da instituição.

Assim, confira os temas abordados nos últimos anos pela comissão vestibular:

  • 2023: Refugiados ambientais e vulnerabilidade social;
  • 2022: As diferentes faces do riso;
  • 2021: O mundo contemporâneo está fora da ordem?
  • 2020: O papel da ciência no mundo contemporâneo;
  • 2019: De que maneira o passado contribui para a compreensão do presente?
  • 2018: Devem existir limites para a arte?
  • 2017: O homem saiu de sua menoridade?
  • 2016: As utopias: indispensáveis, inúteis ou nocivas?
  • 2015: “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia;
  • 2014: Envelhecimento populacional;
  • 2013: Consumismo;
  • 2012: Participação política: indispensável ou superada? 

Exemplos de boa redação da FUVEST

A FUVEST dificulta um pouco mais para os candidatos do exame saberem o que a banca considera um texto ideal. Afinal, os padrões de correção da redação não são tão claros quanto no Enem.

Entretanto, para compreender melhor como é a redação da FUVEST, é possível observar as redações que obtiveram as notas máximas.

Então, confira abaixo, a redação intitulada “Último riso marginal” de nota 50 de Julia Hamdan, estudante do curso de Medicina da USP Pinheiros.

Introdução

A associação do riso à alegria é universal, entretanto, existem faces do ato de rir ligada ao exercício de poder. O provérbio brasileiro “quem ri por último ri melhor” exemplifica uma dessas faces: a noção de que o “último riso” é o melhor, simboliza a vitória de um grupo social que ri em detrimento de outro, que se cala. Nesse sentido, sob a influência de conjunturas e contextos diferentes, o direito à risada pode representar o triunfo de setores marginalizados ou a vitória dos que buscam o controle e a apassivação de outros. Isso, paradoxalmente, sem deixar de ser um símbolo da felicidade (Eudaimonia), que, para Aristóteles deveria ser um objetivo coletivo.

Desenvolvimento

Existe, na face do “riso dos opressores”, um sentido literal – o escárnio- e um sentido simbólico ligado à vitória da opressão. O primeiro é o ato de rir de alguém, de um grupo, ou de uma situação os banalizando. Um exemplo disso foi, em 2021, no Brasil, a circulação de vídeos ironizando as mortes por COVID 19, por meio de piadas e imitações da falta de ar, ocasionada pelo adoecimento, protagonizados por representantes do Governo Federal. Ações como essas resultam, através do riso maléfico, na manipulação social para menosprezar demandas importantes, envolvendo direitos humanos, a resolução da pandemia ou questões socioeconômicas. Nesse viés, o direcionamento do humor para temas sociais relevantes e urgentes a fim de deslegitimá-los intensifica, metaforicamente, a possibilidade de o “último riso” pertencer a grupos que associam discursos de ódio e intolerância ao humor.

Por outro lado, a resistência associada ao riso só é possível quando esse é protagonizado, em sua geração e vivência, por setores marginalizados das sociedades. Isso porque, há também o controle de sujeitos por meio da anestesia gerada ao rirmos: conhecidas como “políticas do pão e circo”, os investimentos em entretenimentos que distraem a população de pautas sociais, embora tenham em seu bojo algum “riso”, causam a apassivação dos sujeitos- risos inertes, sem ação social. EM contrapartida, a apropriação popular do lazer e do humor garantem a faze de resistência do riso. Como exemplo dessa, têm-se os memes na Internet -os quais proporcionaram ao Brasil título de Fábrica de memes- e que o riso é gerado de forma crítica e a partir da inventividade popular que consegue, ainda que marginalizada ou silenciada, nutrir seus risos-risos marginais.

Conclusão

Desse modo, embora haja diferentes faces do riso, o “último” deveria ser o marginal -da população para a população- que resiste aos escárnios. Assim, a Eudaimonia aristotélica pode ser alcançada através do humor popular.

Aprimore sua escrita com o CRIA

Projetado para ser um corretor de redações baseado em inteligência artificial e processamento de linguagem natural, o CRIA é uma ferramenta útil e simples de utilizar.

Assim, ele utiliza modelos de aprendizado de máquina gerados por meio de redações escritas por alunos reais e corrigidas por professores.

Através do modelo, o CRIA realiza a correção das redações seguindo os parâmetros gerais cobrados por diversos vestibulares.

redacao cria
Agora o CRIA corrige suas redações de todos os vestibulares – Fonte: CRIA.

Quais são as funcionalidades do CRIA?

  • Análise instantânea da redação;
  • Simulação da sua nota do ENEM por competência;
  • Identificação de desvios, todos marcados no seu texto;
  • Traz correções detalhadas por competência;
  • Histórico de progresso;
  • Fornece dados para melhorias na escrita, em texto e/ou avatar explicativo;
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  • Professor olha as correções do CRIA e pode alterar conforme achar necessário, assim o CRIA sempre aprende com eles.
O CRIA, uma ferramenta de correção de redações com inteligência artificial, te ajuda a praticar para o ENEM — Vídeo: Reprodução.

Qual o passo a passo para utilizar o CRIA?

Após escolher o plano, seu acesso à plataforma será liberado. Então, você pode escolher um tema disponível no site ou enviar outro tema desejado.

Em seguida, escreva o texto na área indica e submeta para correção. Em até 2 minutos sua redação do ENEM estará corrigida conforme as 5 competências do ENEM.

Por fim, após realizar as correções indicadas, atualize a análise para obter um novo resultado.

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CRIA: corretor de redação por inteligência artificial — Foto: CRIA.

Acompanhe seu progresso

Após enviar as redações, é possível acessar outra ferramenta disponível para os alunos do CRIA: o gráfico com histórico de pontuação.

Assim, por meio dele, é possível visualizar de maneira clara as competências que precisam de mais atenção.

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Gráfico de correção de redação interativo — Fonte: CRIA.

A quem o CRIA se destina?

  • Para os professores, visamos diminuir a sobrecarga e otimizar a gestão da turma;
  • Para os alunos, tornarmos o processo mais ágil, divertido, incentivando a prática constante.

Vamos começar? Então acesse aqui.

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