O ensino remoto trouxe um novo conjunto de desafios para professores de todas as disciplinas. Para o ensino de Língua Portuguesa, manter o engajamento dos alunos em atividades de escrita e leitura no ensino remoto pode parecer uma tarefa quase impossível.
A falta de interação física e o excesso de distrações digitais exigem que educadores reinventem suas metodologias.
Então, neste artigo do CRIA, você encontrará um guia prático com atividades criativas e eficazes, pensadas para o ambiente digital. Vamos explorar como usar a tecnologia a seu favor, transformando o aprendizado à distância em uma experiência interativa e produtiva para todos.
Os desafios do ensino de escrita e leitura à distância
O ensino remoto, embora necessário, apresenta obstáculos claros. A dificuldade de acompanhar a evolução individual de cada aluno, a monotonia das aulas online e a falta de recursos digitais adequados são alguns dos principais problemas.
Então, para superá-los, é preciso inovar e focar em atividades que promovam o protagonismo do aluno.
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Atividades de escrita e leitura para o ensino remoto:
Aqui estão algumas sugestões de atividades que você pode adaptar para a sua turma, independentemente da faixa etária.
1. Clube do Livro Virtual:
Incentive a leitura de um livro ou conto por toda a turma. Use plataformas como o Google Classroom ou grupos de WhatsApp para criar um fórum de discussão sobre a obra. Assim, marque reuniões semanais por videochamada para debater trechos, personagens e temas.
2. Diário de Bordo Multimídia:
Peça aos alunos para criarem um “diário de bordo” sobre um tema específico. Em vez de um texto simples, eles podem usar ferramentas, por exemplo, o Google Slides ou o Canva para incluir imagens, vídeos, áudios e links, combinando escrita com criatividade digital.
3. Jogo de “Criação de Personagens”
Para estimular a escrita criativa, comece com a criação de personagens. Distribua “cartas” virtuais com características de personalidade, profissão e hobbies. Desse modo, peça para cada aluno escolher uma carta e criar a biografia do personagem, usando a imaginação.
4. Análise de Memes e Notícias Falsas:
O mundo digital é repleto de conteúdo. Use memes e notícias falsas (fake news) como material de estudo. Assim, peça para os alunos analisarem a estrutura, a linguagem e a intenção por trás desses conteúdos. Essa atividade ensina a interpretação de texto e o pensamento crítico.
5. Redação em Múltiplas Etapas:
A redação pode ser intimidante. Então, divida o processo em etapas:
- 1ª Etapa (Ideias): Peça para os alunos fazerem um brainstorming em um quadro virtual (como o Miro ou Jamboard).
- 2ª Etapa (Esboço): O aluno cria a estrutura da redação.
- 3ª Etapa (Escrita): Ele desenvolve o texto.
- 4ª Etapa (Revisão): A turma pode fazer a revisão entre pares no próprio documento.
6. Entrevistas Virtuais:
Para praticar a escrita e a pesquisa, peça aos alunos que “entrevistem” um familiar, um amigo ou até mesmo um personagem de um livro. A entrevista pode ser gravada (vídeo ou áudio) e, em seguida, transcrita em formato de texto.
7. Projeto de Jornal Digital da Turma:
Incentive os alunos a criarem um jornal ou blog da turma, usando plataformas como o Blogger ou o WordPress. Eles podem ser responsáveis por escrever notícias, resenhas de filmes ou entrevistas, desenvolvendo a escrita jornalística e a colaboração.
Qual o papel do professor na mediação da escrita?
No ensino remoto, o professor atua como facilitador e orientador do processo de escrita. Então, por meio de comentários, bilhetes e devolutivas personalizadas (mesmo em ambientes virtuais), ele contribui com sugestões e reconhecimentos, mantendo um diálogo construtivo com o aluno.
Além disso, a prática da revisão textual é essencial para o desenvolvimento da escrita e não deve ser vista apenas como uma correção.
Em resumo, ela é parte de um processo interativo e formativo, no qual o estudante aprende a escrever escrevendo, revisando e reescrevendo.
Escrever é aprender, mesmo à distância:
As atividades de escrita e leitura no ensino remoto precisam ir além da simples solicitação de produção textual. Além disso, devem ser estruturadas com base em sequências didáticas, valorizando o processo de planejamento, revisão e reescrita.
Nesse percurso, o professor desempenha um papel essencial: mediar, orientar e estimular a reflexão crítica sobre o próprio texto.
No CRIA, acreditamos que a tecnologia pode ser aliada na formação de estudantes escritores, mesmo em contextos remotos.
Então, com as ferramentas certas e uma abordagem dialógica, é possível transformar o ensino da escrita em uma experiência mais rica, significativa e formativa.
Atividade de leitura e escrita no ensino remoto: escrevendo uma carta aberta sobre um problema da comunidade escolar
Público-alvo: alunos do 7º ao 9º ano.
Gênero textual: Carta aberta.
Modalidade: Ensino remoto (pode ser feita por Google Docs, Word Online, plataformas como Moodle ou até por WhatsApp + Drive).
Objetivo: Desenvolver competências de leitura crítica e produção textual autoral a partir de temas reais vivenciados pelos estudantes.
1. Planejamento:
Atividade síncrona ou assíncrona (vídeo gravado).
- O professor apresenta o gênero carta aberta, seus elementos estruturais e função social, com base em exemplos reais (por exemplo, cartas publicadas em blogs ou sites de jornalismo jovem).
- Propõe que os alunos reflitam sobre um problema real da comunidade escolar ou do bairro, como bullying, falta de estrutura, preconceito, transporte, etc.
- Em seguida, cada estudante preenche um roteiro de planejamento com:
- Tema da carta.
- Para quem será dirigida (direção, comunidade, prefeitura, etc.).
- Objetivo comunicativo.
- Argumentos principais.
- Exemplos ou experiências vividas.
📎 Ferramenta sugerida: Formulário Google, Padlet ou Canva Docs para organização de ideias.
2. Execução:
Atividade assíncrona.
- Com base no planejamento, os alunos produzem uma primeira versão da carta aberta.
- O professor pode fornecer uma estrutura-modelo para orientar:
- Saudação ou introdução.
- Apresentação do problema.
- Desenvolvimento com argumentos e sugestões.
- Fechamento com apelo ao leitor.
📎 Ferramenta sugerida: Google Docs compartilhado (com o modo “comentário” ativado).
3. Revisão:
Atividade síncrona em grupo ou assíncrona com apoio do professor.
- Os alunos trocam os textos entre si (via Google Docs ou outro editor colaborativo).
- Cada colega faz comentários orientados com base em um roteiro de revisão simples:
- O texto está claro?
- Os argumentos são convincentes?
- Há coesão entre as partes?
- Há algum erro que dificulte a leitura?
📎 O professor pode complementar com observações personalizadas em comentários ou bilhetes digitais.
4. Reescrita:
Atividade assíncrona.
- Com base nas devolutivas dos colegas e do professor, os alunos produzem uma segunda versão da carta aberta, incorporando as sugestões de melhoria.
- O professor pode destacar e valorizar avanços entre as versões, estimulando a percepção de progresso.
📎 Ferramenta sugerida: nova versão no mesmo documento, usando marcações para destacar as mudanças feitas.
O papel da mediação na escrita no ensino remoto:
O estudo confirma que a mediação pedagógica é essencial para o desenvolvimento da linguagem escrita, ou seja, especialmente no contexto do ensino remoto.
Então, ao revisar e reescrever seus textos, os alunos mobilizaram funções psicológicas superiores como atenção, memória e linguagem — fundamentais para a construção textual com coesão e coerência.
Apesar do esforço das famílias, a ausência do professor em tempo real limitou o avanço de estudantes com dificuldades de aprendizagem e TDAH, assim, evidenciando que o ensino remoto não substitui o ensino presencial, especialmente nas séries iniciais.
Além disso, a figura do professor é crucial para orientar, fazer inferências e atuar na zona de desenvolvimento proximal, promovendo a aprendizagem ativa e significativa.
CRIA pode ajudar no aprendizado?
Agora que você já sabe mais sobre atividades de escrita e leitura no ensino remoto, conte com o CRIA para ajudar a alcançar seus objetivos nas provas.
Projetado para auxiliar professores e estudantes no processo de produção textual, o CRIA não apenas corrige textos, mas oferece devolutivas personalizadas, sugestões de melhoria e estimula a autonomia dos alunos.
Além disso, o CRIA realiza previsões de notas por competência, análise de contexto na introdução, previsão de defesa de tese, previsão de fuga ao tema, previsão de intervenção, uso de parônimas e homônimas, etc.
Mas o que o CRIA faz por você?
- Análise instantânea da redação.
- Simulação da sua nota do ENEM por competência.
- Identificação de desvios, todos marcados no seu texto.
- Traz correções detalhadas por competência.
- Histórico de progresso.
- Fornece dados para melhorias na escrita, em texto e/ou avatar explicativo.
- Plataforma gamificada, pode compartilhar com amigos e obter vantagens.
- Professor olha as correções do CRIA e pode alterar conforme achar necessário, assim o CRIA sempre aprende com eles.
Vamos começar? Então acesse aqui.
Perguntas frequentes:
Para manter o engajamento, use metodologias ativas, como a gamificação e projetos colaborativos, e varie os formatos das aulas, combinando videochamadas com atividades assíncronas.
Não. As ferramentas e atividades online são complementares ao trabalho do professor. Elas auxiliam na gestão da aula e na motivação dos alunos, mas o papel de guia e mentor do professor é insubstituível.
Ferramentas de videoconferência (Zoom, Google Meet), plataformas colaborativas (Miro, Jamboard) e ambientes virtuais de aprendizagem (Google Classroom) são essenciais. Assim, ferramentas de escrita como o Google Docs e de design como o Canva também são muito úteis.
Sim, a desigualdade de acesso à tecnologia é um grande desafio. É importante ter um plano B para alunos sem acesso à internet, usando materiais impressos ou atividades adaptadas que possam ser feitas offline e enviadas posteriormente.
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