8 Estratégias argumentativas para o ENEM

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Conhecer estratégias argumentativas para o ENEM permite que você esteja preparado para o tema da redação. Veja 8 técnicas.

estrategias argumentativas para o enem

A Competência 3 da Redação ENEM exige que o candidato selecione, relacione, organize e interprete informações, fatos e opiniões para defender o seu ponto de vista.

Para alcançar o nível máximo, o segredo está nas Estratégias argumentativas para o ENEM. Elas são as ferramentas que transformam um texto informativo em uma dissertação persuasiva e bem fundamentada.

O que são, afinal, as Estratégias Argumentativas?

São os diversos tipos de repertório sociocultural produtivo que você insere nos parágrafos de desenvolvimento (D1 e D2) para sustentar a sua tese. Portanto, elas vão além da simples citação: são a forma como você usa a informação.

Então, neste guia definitivo, detalhamos as 8 Estratégias argumentativas para o ENEM que realmente elevam a nota, com foco na aplicabilidade prática e exemplos claros para a sua próxima redação.

O que são estratégias argumentativas para o ENEM?

As estratégias argumentativas para o ENEM são métodos e ferramentas usadas ao escrever textos para criar e sustentar argumentos claros, coesos e persuasivos. Assim, ao redigir a sua redação argumentativa-dissertativa, é fundamental utilizar esses recursos linguísticos.

E para que servem as estratégias de argumentação? Elas são essenciais na organização da argumentação, já que ela é o conteúdo dos parágrafos de desenvolvimento no ENEM. Confira quais são as estratégias:

1. Argumento de Autoridade (Citação):

A Citação consiste em usar o pensamento ou a fala de um especialista, filósofo ou instituição renomada para conferir credibilidade ao seu ponto de vista.

  • Exemplo: “Conforme o sociólogo Zygmunt Bauman, a ‘modernidade líquida’ precariza as relações sociais. Nesse sentido, o problema do tema se aprofunda…”
  • Foco: Demonstrar Repertório Sociocultural (Competência 2).
  • Como usar: Apresente o autor e relacione a ideia dele com o problema social discutido. Não cite por citar; explique a pertinência.

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2. Dados Estatísticos e Comprovação (Argumento por Evidência):

Esta estratégia usa números, pesquisas e estatísticas de fontes confiáveis (IBGE, OMS, ONU, IPEA) para provar a dimensão e a gravidade do problema.

  • Foco: Objetividade e Incontestabilidade.
  • Como usar: Cite a fonte (IBGE) e o dado numérico no parágrafo. Em seguida, analise o dado, ligando-o diretamente à sua tese.
  • Exemplo: “De acordo com o IBGE, mais de 70% dos casos de violência digital não são reportados. Esse dado comprova a invisibilidade da vítima e a impunidade, reforçando a tese de que…”

3. Alusão Histórica

Consiste em resgatar um fato histórico relevante, relacionando-o por similaridade ou contraste com a situação atual abordada no tema.

  • Foco: Comparação Temporal (Passado x Presente).
  • Como usar: Use no parágrafo de introdução (contextualização) ou no desenvolvimento. Mostre que o problema é persistente.
  • Exemplo: “O problema da falta de acesso à internet remonta à exclusão histórica do período colonial, onde o acesso ao conhecimento era restrito às elites. Desse modo, percebe-se que a desigualdade digital é apenas uma nova roupagem de um antigo problema social brasileiro.”

4. Causa e Consequência (Raciocínio Lógico):

Essa é a base do argumento dissertativo: apresentar as raízes do problema (Causas) e os seus desdobramentos (Consequências).

  • Foco: Relação Lógica e Coerência.
  • Como usar: Dedique um parágrafo (D1) à principal causa e outro (D2) à principal consequência. Use conectivos como em virtude de, já que (causa) e ocasionando, por conseguinte (consequência).
  • Exemplo: “A negligência governamental com a saúde mental (causa) acarreta o aumento do número de suicídios na juventude (consequência). Logo, é urgente a intervenção estatal…”

5. Exemplificação:

É o uso de um caso concreto, um fato notório ou uma situação do cotidiano que ilustra o argumento abstrato defendido.

  • Foco: Tornar a ideia palpável.
  • Como usar: Use fatos de conhecimento geral (notícias importantes, casos emblemáticos). Use o operador argumentativo a exemplo de ou como se observa em.
  • Exemplo: “A dificuldade de acesso à cultura é flagrante no Brasil. A exemplo disso, o recente fechamento de bibliotecas públicas por falta de investimento demonstra…”

6. Comparação ou Contraste (Analogia):

Compara dois elementos (países, épocas, ideias) para reforçar sua tese ou mostrar que uma solução já existe em outro lugar.

  • Foco: Argumento de “Espelho” e Prova Social.
  • Como usar: Compare a situação brasileira com a de um país que resolveu o problema (Contraste) ou que vive uma situação similar (Comparação).
  • Exemplo: “Diferentemente do Canadá, onde políticas de incentivo fiscal garantem o acesso à moradia digna, o Brasil, por outro lado, falha em oferecer o básico à sua população mais vulnerável.”

7. Enumeração (Organização em Tópicos):

Não é apenas listar, mas sim apresentar os argumentos de forma organizada e hierarquizada ao longo do texto.

  • Foco: Clareza no Projeto de Texto (Competência 3).
  • Como usar: Use termos como Em primeiro lugar, Em segunda análise ou Outro fator relevante. Esta estratégia guia o corretor.
  • Exemplo: “O problema reside em dois fatores: primeiramente, a falha na educação de base; em segundo lugar, a omissão dos meios de comunicação.”

8. Refutação de Senso Comum:

Consiste em trazer à tona um argumento popularmente aceito (o senso comum) e, imediatamente, refutá-lo para fortalecer a sua tese.

  • Foco: Crítica e Maturidade Argumentativa.
  • Como usar: Comece citando a ideia popular e use um conectivo de oposição (entretanto, no entanto) para desconstruí-la.
  • Exemplo: “Embora muitos acreditem que a pobreza é resultado de má-escolha individual (senso comum), contudo, a análise histórica e econômica demonstra que ela é, primordialmente, uma falha estrutural do sistema capitalista (refutação).”

Exemplos do uso das estratégias argumentativas para o ENEM:

Redação do ENEM 2025, aluna: Samille Leão Malta

1. Introdução:

No período colonial brasileiro, a cultura dos indivíduos escravizados foi suprimida para facilitar a dominação e a exploração desse grupo pelos europeus. Apesar do lapso temporal, a desvalorização da herança africana permanece sendo uma realidade presente no país, assim como no contexto escravocrata, o que se configura como um problema que agrava a exclusão social dos cidadãos negros. Diante desse cenário, é essencial analisar a inoperância governamental e a falha do sistema educacional como fatores que intensificam tal revés.

2. Desenvolvimento 1 (D1):

Nessa perspectiva, o escasso interesse estatal se configura como um desafio para a resolução dessa problemática. Isso ocorre, porque, tal qual abordado pelo teórico Raymundo Faoro, o governo, muitas vezes, prioriza seus próprios interesses em detrimento das necessidades do povo. Em conformidade com Faoro, os políticos em exercício, ao se preocuparem apenas com seus proveitos pessoais, não tomam medidas efetivas para valorizar a herança africana, como investir na criação de espaços destinados a exposições culturais e artísticas dos cidadãos afrodescendentes. Sendo assim, a ineficácia governamental acarreta a marginalização social desse grupo, já que suas manifestações são negligenciadas e silenciadas, em um contexto que, mesmo após décadas da abolição da escravidão, continua perverso para a população negra.

3. Desenvolvimento 2 (D2):

Além disso, a falha do modelo educacional acentua a desvalorização das raízes da África no país. Nesse sentido, o sociólogo Émile Durkheim afirma que a escola é o segundo mecanismo de socialização do indivíduo, que molda seus hábitos e seus comportamentos. No entanto, as instituições de ensino promovem um ensinamento que aborda apenas a perspectiva eurocêntrica da história nacional e não retratam a contribuição do patrimônio africano para o desenvolvimento do Brasil. Dessa forma, a manutenção desse sistema de educação enfraquece o sentimento de pertencimento dos cidadãos afrobrasileiros e a formação de laços identitários, uma vez que perpetua o apagamento da memória negra ao não ensinar suas crenças e suas tradições.

4. Conclusão:

Portanto, é necessária a adoção de medidas para combater os desafios para a valorização da herança africana. Logo, o Poder Executivo, responsável pelo bem-estar social, deve aumentar a visibilidade de exposições culturais dos cidadãos afro brasileiros, por meio da criação de espaços públicos para essas manifestações, a fim de erradicar a exclusão social desse grupo. Ademais, as escolas devem inserir conteúdos que ensinem as crenças e as tradições dos negros para fortalecer seu sentimento de pertencimento. A partir dessas ações, o patrimônio desse grupo deixará de ser suprimido no Brasil como foi no período colonial.

Análise das estratégias argumentativas utilizadas:

ParágrafoEstratégia PrincipalDetalhe da Aplicação
IntroduçãoAlusão Histórica (Contextualização)O texto inicia com a referência ao Período Colonial brasileiro e à cultura dos indivíduos escravizados. Essa alusão histórica não é apenas contextual, mas estabelece a tese por Contraste/Persistência, mostrando que o problema atual (desvalorização da herança africana) é uma continuação da dominação histórica.
D1 (Desenvolvimento 1)Argumento de Autoridade (Citação)Utiliza a citação do teórico Raymundo Faoro (“o governo, muitas vezes, prioriza seus próprios interesses em detrimento das necessidades do povo”) para sustentar o argumento da inoperância estatal.
D1 (Desenvolvimento 1)Causa e ConsequênciaO parágrafo é construído com base nessa relação: a Causa é a priorização de interesses dos políticos (Faoro), e a Consequência é a marginalização social e o silenciamento das manifestações culturais afrodescendentes.
D2 (Desenvolvimento 2)Argumento de Autoridade (Citação)Utiliza a citação do sociólogo Émile Durkheim (“a escola é o segundo mecanismo de socialização do indivíduo, que molda seus hábitos e seus comportamentos”) para fundamentar o argumento sobre a falha do sistema educacional.
D2 (Desenvolvimento 2)Causa e Consequência / ContrasteA Causa é o modelo educacional que aborda apenas a “perspectiva eurocêntrica” (Contraste com a história africana), e a Consequência é o enfraquecimento do sentimento de pertencimento e o “apagamento da memória negra”.
ConclusãoRetomada da Alusão HistóricaO texto finaliza reforçando a ideia de que, com as medidas propostas, o patrimônio desse grupo “deixará de ser suprimido no Brasil como foi no período colonial”. Isso amarra o texto e reforça a coerência do projeto.

Como se preparar para qualquer redação com o CRIA?

Agora que você já sabe mais sobre as estratégias argumentativas para o ENEM, o CRIA pode ser a ferramenta ideal para esse processo. Mas o que é o CRIA?

O CRIA é um corretor de redação por inteligência artificial que utiliza modelos de aprendizado de máquina gerados por meio de redações escritas por alunos reais e corrigidas por professores.

Além disso, o CRIA realiza previsões de notas por competência, análise de contexto na introdução, previsão de defesa de tese, previsão de fuga ao tema, previsão de intervenção, uso de parônimas e homônimas, etc.

Mas o que o CRIA faz por você?

  • Análise instantânea da redação;
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  • Histórico de progresso;
  • Fornece dados para melhorias na escrita, em texto e/ou avatar explicativo;
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  • Professor olha as correções do CRIA e pode alterar conforme achar necessário, assim o CRIA sempre aprende com eles.

Vamos começar? Então acesse aqui.

Perguntas frequentes sobre as estratégias argumentativas para o ENEM:

Quantas estratégias argumentativas devo usar na redação do ENEM?

O ideal é utilizar, no mínimo, duas estratégias diferentes e bem desenvolvidas (uma em cada parágrafo de desenvolvimento, D1 e D2). É crucial que elas sejam produtivas, ou seja, relacionadas à sua tese.

Qual é a estratégia argumentativa mais fácil de usar?

A Causa e Consequência é a mais comum e acessível, pois exige apenas um raciocínio lógico sobre a raiz do problema e seus efeitos. No entanto, a Alusão Histórica e a Citação tendem a gerar maior impacto no corretor.

Posso usar as estratégias do texto motivador?

Você pode usar as ideias gerais ou dados estatísticos, desde que não os copie integralmente. Usar o texto motivador como inspiração para desenvolver seu próprio raciocínio (com suas palavras e novas informações) é aceitável, mas o repertório mais valorizado é o externo.

Estratégia de Argumentação é a mesma coisa que Repertório Sociocultural?

Não. O Repertório Sociocultural é a informação em si (a citação, o dado, o fato histórico). A Estratégia Argumentativa é o modo como você usa essa informação (o recurso) para convencer, ou seja, a forma como você a insere e a relaciona com sua tese.

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