O que é impessoalidade na redação do ENEM?

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A impessoalidade na redação do ENEM é a exigência de que o autor mantenha uma postura neutra e objetiva no texto dissertativo-argumentativo, sem marcas de subjetividade. Isso significa evitar a 1ª pessoa (eu/nós), usando a 3ª pessoa, a voz passiva e o pronome "se".

Jovem estudando em casa, usando fones de ouvido e camiseta amarela, enquanto escreve em um caderno sobre uma mesa com notebook, óculos e xícara de café.

A impessoalidade na redação é a chave para a nota máxima em gêneros textuais como a dissertação-argumentativa (ENEM e vestibulares). Ela é a exigência de que o autor do texto se mantenha neutro e objetivo, evitando marcas de subjetividade ou opiniões pessoais.

Em outras palavras: para o gênero dissertativo-argumentativo, você é um analista que apresenta fatos e argumentos da sociedade, não um indivíduo expressando sentimentos.

Então, este guia definitivo do CRIA, mostrará como dominar as técnicas gramaticais de impessoalização. A seguir, você entenderá como escrever com autoridade, distanciamento e objetividade, garantindo que seu texto seja reconhecido pelo corretor como uma análise madura e consistente.

O que é impessoalidade na redação?

Um princípio fundamental da comunicação escrita é a impessoalidade, especialmente em textos acadêmicos e formais. Assim, utilizar uma linguagem neutra e imparcial evita expressar opiniões e se concentra na objetividade da produção Desse modo, o autor afasta suas emoções e pontos de vista pessoais, de modo que o texto fica mais claro, profissional e confiável.

Nas redações do ENEM e de vestibulares, opinar é preciso, porém com muito cuidado. A opinião deve ser transmitida por meio de embasamento científico ou argumentos de autoridade. Assim, escrever “eu acredito”, “minha opinião” não é uma argumentação válida quando tratamos dos gêneros textuais cobrados por essas provas.

Então, é compreensível dizer que as redações do ENEM e de outros vestibulares possuem um viés opinativo. No entanto, não podemos cair no clichê de pensar que argumento e opinião são equivalentes. Neste caso, há o risco de exceder a impessoalidade na escrita.

impessoalidade na redacao
Impessoalidade na redação: como é na prática? — Fonte: CRIA

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1. O conceito central: por que ser impessoal é obrigatório?

A necessidade de impessoalidade na redação deriva da própria natureza do gênero dissertativo-argumentativo. Este texto busca persuadir o leitor (ou a banca) sobre uma tese que trata de um problema de interesse público e social.

Então, quando você usa expressões como “Eu acho”, “Na minha opinião” ou “Nós acreditamos”, você reduz a força do seu argumento, transformando-o em uma mera crença individual.

O risco da subjetividade (O que evitar)

A subjetividade é marcada pelo uso da primeira pessoa, seja do singular (Eu) ou do plural (Nós).

  • 1ª Pessoa do Singular (Eu): Eu penso, minha visão, escrevo que.
  • 1ª Pessoa do Plural (Nós): Nós precisamos, nossa sociedade, acreditamos que.

Exemplo Pessoal: Eu vejo que o Brasil precisa de mais investimentos em educação. (Fraco, subjetivo). Exemplo Impessoal: Constata-se a necessidade de maiores investimentos em educação no Brasil. (Forte, objetivo).

Atenção: Mesmo no plural (nós), o texto perde a objetividade. A banca do ENEM avalia sua capacidade de representar uma voz coletiva e analítica, e não a de um grupo específico de leitores.

As 2 estratégias gramaticais para a impessoalidade na redação

Existem três técnicas principais, consagradas na gramática da norma culta, que garantem a impessoalidade na redação e conferem maior credibilidade ao texto.

O Uso Estratégico do Pronome “Se” (IIS e Partícula Apassivadora)

O pronome “se” é a ferramenta mais eficaz para ocultar o agente da ação (o sujeito), criando o efeito de neutralidade.

A. Índice de Indeterminação do Sujeito (IIS)

Usado com verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação na 3ª pessoa do singular. O sujeito é indeterminado, e o foco recai sobre a ideia.

CategoriaEstruturaExemplo Impessoal
Verbo Transitivo IndiretoVTI + SEPrecisa-se de políticas públicas eficazes.
Verbo IntransitivoVI + SEVive-se um dilema social complexo no país.
Verbo de LigaçãoVL + SEÉ-se negligente com a questão ambiental.

B. Partícula Apassivadora (PA)

Usado com verbos transitivos diretos (VTD), transformando o Objeto Direto (OD) em sujeito paciente. O texto fica na voz passiva sintética.

EstruturaExemplo Pessoal (Voz Ativa)Exemplo Impessoal (Voz Passiva Sintética)
VTD + SEO governo elabora soluções.Elaboram-se soluções para o problema. (Soluções é o sujeito no plural)
VTD + SEA mídia debate o tema.Debate-se a importância da equidade social.

A voz passiva analítica (O foco no fato, não no agente)

A voz passiva analítica (verbo ser/estar + particípio) é outra forma poderosa de manter o distanciamento, colocando a ação no centro do debate.

  • Estrutura: Sujeito Paciente + Verbo Ser/Estar + Particípio
  • Exemplo:O problema da evasão escolardeve ser combatido por meio de programas sociais.
    • (O agente (“quem combate”) é omitido ou deixado em segundo plano, enfatizando que a ação é uma obrigação universal).

O uso de termos impessoais (Expressões Fixas)

Em vez de usar marcas de opinião, isto é, utilize expressões fixas na 3ª pessoa que reforçam a universalidade e a objetividade da afirmação.

  • É imperativo que…
  • É fundamental considerar que…
  • Convém ressaltar que…
  • Torna-se evidente que…
  • Faz-se necessário abordar…
  • O debate exige…

Como se preparar para qualquer redação com o CRIA?

Agora que você já sabe mais sobre a impessoalidade na redação, o CRIA pode ser a ferramenta ideal para esse processo. Mas o que é o CRIA?

O CRIA é um corretor de redação por inteligência artificial que utiliza modelos de aprendizado de máquina gerados por meio de redações escritas por alunos reais e corrigidas por professores.

Além disso, o CRIA realiza previsões de notas por competência, análise de contexto na introdução, previsão de defesa de tese, previsão de fuga ao tema, previsão de intervenção, uso de parônimas e homônimas, etc.

Mas o que o CRIA faz por você?

  • Análise instantânea da redação;
  • Simulação da sua nota do ENEM por competência;
  • Identificação de desvios, todos marcados no seu texto;
  • Traz correções detalhadas por competência;
  • Histórico de progresso;
  • Fornece dados para melhorias na escrita, em texto e/ou avatar explicativo;
  • Plataforma gamificada, pode compartilhar com amigos e obter vantagens;
  • Professor olha as correções do CRIA e pode alterar conforme achar necessário, assim o CRIA sempre aprende com eles.

Vamos começar? Então acesse aqui.

Perguntas frequentes sobre a impessoalidade na redação:

Posso usar o verbo “haver” para garantir a impessoalidade?

Sim, o verbo haver no sentido de existir é naturalmente impessoal e deve ser usado sempre na 3ª pessoa do singular. Exemplo: Há desafios a serem superados (e não Existem desafios).

O que acontece se eu usar a primeira pessoa na redação do ENEM?

O uso da primeira pessoa do singular (“eu”) ou do plural (“nós”) é penalizado, pois fere a característica da impessoalidade exigida na dissertação-argumentativa. O texto será avaliado como inadequado ao gênero textual, resultando em perda de pontos (especialmente na Competência 2 e 1).

Expressões como “É notório que” ou “É evidente que” são impessoais?

Sim, essas expressões são impessoais e ótimas para introduzir argumentos com objetividade, pois não atribuem a constatação a uma pessoa específica. Então, elas sugerem que o fato é de conhecimento público ou acadêmico.

Existe alguma redação que permite a 1ª pessoa?

Em alguns vestibulares ou concursos, gêneros como Artigo de Opinião ou Carta Aberta podem permitir ou até exigir a primeira pessoa (pessoalidade), pois o objetivo é expressar o ponto de vista explícito do autor. Contudo, na redação do ENEM, a impessoalidade é a regra.

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