Gênero textual reportagem: do lead à conclusão

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O gênero textual reportagem é um tipo não literário transmitido em diversos meios de comunicação, como jornais, revistas, televisão, internet e rádio, entre outros. Além disso, o principal objetivo é formar opiniões nos leitores ao mesmo tempo em que oferece informações relevantes.

A reportagem é uma forma específica de produção jornalística cujo objetivo é relatar e informar sobre eventos, fatos ou acontecimentos relevantes. Desse modo, são geralmente elaboradas por jornalistas e apresentam uma abordagem mais aprofundada e contextualizada em comparação com outras formas de notícias.

Assim, a estrutura da reportagem permite uma narrativa mais elaborada e complexa, já que é considerado um texto dissertativo-argumentativo. Nesse sentido, as informações são organizadas para criar uma história coesa, envolvente e informativa.

Então, confira os elementos-chave do gênero textual reportagem elaborados pelo CRIA. Continue conosco e boa leitura.

genero textual reportagem
A redação da reportagem busca comunicar as informações de forma clara, objetiva e envolvente – Foto: Pexels.

Como funciona gênero textual reportagem?

O gênero textual “reportagem” funciona como uma forma específica de produção jornalística cujo objetivo é informar, relatar e analisar eventos ou assuntos de interesse público.

Características da reportagem:

O gênero reportagem possui como principais características a linguagem formal e clara, objetiva e direta, destacando-se como um texto informativo.

Outra característica importante do gênero reportagem é a polifonia, visto que, em muitas reportagens, a voz do repórter/autor é apresentada em conjunto com outras vozes, como testemunhas do fato relatado e especialistas sobre o assunto.

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Qual é a estrutura da reportagem?

O objetivo da estrutura da reportagem é fornecer informações de forma compreensível, coerente e envolvente. Contudo, as estruturas possam variar conforme o veículo de comunicação, o tipo de reportagem e o estilo editorial.

Desse modo, como estrutura composicional, o gênero reportagem se divide estruturalmente em 3 partes: manchete, lead e corpo.

Manchete:

O título ou manchete anuncia em poucas palavras a informação principal do texto. Em sua maioria, utilizam-se verbos no presente do indicativo por causarem maior impacto no leitor ou, no caso dos vestibulares, na banca corretora.

Lead:

O lead ou chamada da reportagem resume o assunto tratado no texto, e o corpo da reportagem desenvolve o texto de forma aprofundada.

Assim, o lead é o primeiro parágrafo da reportagem e deve conter as informações essenciais, respondendo às perguntas fundamentais: quem, o quê, quando, onde, por quê e como.

Corpo do texto:

O corpo da reportagem consiste nos parágrafos subsequentes que desenvolvem a história de maneira mais detalhada. Desse modo, cada parágrafo geralmente aborda um aspecto específico do tema, organizando as informações de forma lógica e sequencial.

Conclusão:

O fechamento da reportagem resume os principais pontos e, às vezes, oferece uma conclusão ou reflexão final sobre o assunto. Então, pode apresentar uma visão geral do que foi discutido ou indicar possíveis desenvolvimentos futuros.

Exemplo do gênero textual reportagem:

Em um mundo repleto de informação, a reportagem emerge como uma ferramenta valiosa, capaz de iluminar e contextualizar os eventos que moldam a nossa realidade. Assim, confira alguns exemplos de reportagem:

1. Exemplo de reportagem – Agência Brasil

Direitos humanos é para todos e deve proteger mais vulneráveis

Um terço da população acha que essas garantias beneficiam bandidos

“Direitos humanos para humanos direitos”. Esse é o pensamento de um terço da população brasileira que acredita que quem mais se beneficia dos direitos humanos são os bandidos. Cerca de 40% dizem que quem menos se beneficia é o pobre. Os números estão em pesquisa divulgada em 2022 pela ONU Mulheres. As garantias descritas na Declaração Universal dos Direitos Humanos, no entanto, buscam conferir dignidade a todos. A carta de princípios completou 75 anos no último dia 10 de dezembro. 

“Alguns dos discursos sobre os direitos humanos vêm de um desconhecimento sobre o que significam esses direitos e como eles estão presentes no dia a dia de todas as pessoas”, diz Moema Freire, coordenadora de Governança e Justiça do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Ela acrescenta é que é preciso um olhar especial para grupos vulnerabilizados. “[Que foram] historicamente marginalizados, que têm ainda menos acesso às políticas públicas e precisam de mais proteção do Estado como provedor desses direitos”, defende.

Moema destaca que esses direitos dizem respeito a todos os indivíduos, independentemente da condição social e da localização geográfica. “Isso é muito importante ter em mente. Os direitos humanos protegem primeiro um conjunto de direitos dos indivíduos para que eles possam existir como pessoa, com dignidade básica, educação, saúde, mas também uma proteção do Estado”, explica a coordenadora.

Ela lembra que a declaração, por outro lado, impõe limites à atuação do Estado para que não haja violações da liberdade das pessoas. “Ao mesmo tempo, garante condição, por exemplo, para que as pessoas possam participar da vida pública, votar, participar nas definições com relação às políticas públicas e ter acesso aos bens culturais, à preservação do meio ambiente”, exemplifica. […]

2. Exemplo de reportagem em vídeo:

Qual é a diferença entra notícia e reportagem?

A reportagem é uma evolução da notícia; portanto, nem toda reportagem é notícia. Assim, podemos classificar a reportagem como um tipo de notícia ampliada, com padrões únicos. Trata-se, então, de um gênero mais amplo e diversificado, para informar o público.

Conforme Santos:

A reportagem é semelhante à notícia, o que as diferenciam é o fato de a reportagem ser mais extensa e variada. Portanto, pode-se dizer que muitas das questões abordadas referentes à notícia, como a análise estrutural, podem ser aplicadas também a reportagem. A reportagem possibilita maior liberdade de produção textual.

Desse modo, a reportagem visa coletar e analisar informações diárias visando informar sobre determinados fatos, considerando sua origem e características. Além disso, este gênero textual é semelhante ao artigo de opinião, porque tem elementos que mostram a importância do autor do texto.

Nesse sentido, o autor deve respeitar os fatos e evitar expressar sua opinião, pois o leitor é responsável por desempenhar esse papel avaliativo.

Notícia x Reportagem:

NotíciaReportagem
A notícia expõe o fato no mesmo dia em que ele ocorre ou no dia seguinte.A reportagem mostra como isso se deu.
A notícia esgota-se no anúncio.A reportagem desdobra, coloca os pormenores e relata amplamente os fatos.
A notícia não vai além da notificação.A reportagem extrapola a mera notificação e apresenta o detalhamento, o questionamento de causa e efeito, a interpretação e o impacto dos fatos.
A notícia expõe uma só versão do acontecimento.A reportagem constitui a soma das diferentes versões de um mesmo acontecimento.

Exercícios sobre reportagem:

Estudar por exercícios é uma estratégia eficaz e comprovada para o aprendizado. Nesse sentido, essa abordagem, conhecida como aprendizagem ativa, envolve a prática ativa e a aplicação do conhecimento adquirido.

Então, confira alguns exercícios sobre o gênero textual reportagem:

1. (PUC-PR) O texto a seguir é referência para a próxima questão.

Você tem medo de avião?

Muita gente tem, ao menos um pouquinho. Mas não deveria: as estatísticas mostram que, ao embarcar num avião, a sua chance de morrer é de apenas uma em dez milhões. E de hospital, você tem medo? A maioria das pessoas não tem, pois acha que nada de errado acontecerá. Só que acontece: segundo a Organização Mundial da Saúde, um em cada 300 pacientes morre por consequência de erros médicos.

Ou seja, pegar um avião é 33 mil vezes mais seguro do que ser internado. Um estudo da Universidade John Hopkins constatou que o erro médico mata 251 mil pessoas por ano nos EUA (onde ele é a terceira maior causa de morte, só perdendo para o infarto e o câncer). […] No Brasil, o cenário pode ser ainda pior. Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (Iess) estimou que, em 2015, 434 mil brasileiros tenham morrido devido a erros no atendimento médico – que são a maior causa de óbito no País.

Superinteressante, ed. 391, jul/18, p. 24.

No excerto de reportagem, há comparações entre as possibilidades de alguém ser vítima de acidente aéreo ou de erro médico.

Quanto às estratégias empregadas na mensagem, identifica-se como característica comum às realidades brasileira e norte-americana

  1. A mesma colocação do erro médico como maior causa de mortes anuais.
  2. O benefício da dúvida em relação aos números que ainda são incipientes no Brasil.
  3. A disparidade entre o número de casos no Brasil em comparação aos norte-americanos.
  4. O número alarmante de mortes de pacientes por erro médico no período de um ano.
  5. A sensação de fragilidade do ser humano diante da aviação e dos atendimentos em saúde.

GABARITO: D

2. (PUC-Campinas)

Reveste-se de excepcional importância a inauguração, segunda-feira próxima, do aparelhamento de televisão das Emissoras Associadas, de São Paulo […]. Santos, Campinas, Jundiaí e demais cidades localizadas num raio de oitenta quilômetros também foram beneficiadas, e, assim, milhões de pessoas poderão ser servidas pela TV “Associada”, a primeira a entrar em funcionamento em toda a América do Sul. […] Ligando intimamente a televisão “Associada” à poesia, será madrinha do moderno equipamento a poetisa Rosalina Coelho Lisboa Larragoiti, devendo, também, ser catada, na ocasião, pela primeira vez a Canção da TV escrita especialmente pelo poeta Guilherme de Almeida e pelo maestro Marcelo Tupinambá. Será entregue oficialmente ao público paulista a estação televisora das “Emissoras Associadas”.

(Diário de São Paulo, 16 de setembro de 1950. Apud CALDEIRA, Jorge (org) Brasil. A história contada por quem viu. São Paulo: Mameluco, 2008, p. 525)

Assim, a referência a Guilherme de Almeida na reportagem deixa ver que

  1. Um poeta modernista aproveitou-se de uma ocasião para promover sua sátira ao desenvolvimentismo.
  2. A poesia serve, por vezes, à celebração de circuns tâncias e instituições.
  3. Data da década de 1950 o início da contribuição de poetas ao cancioneiro popular.
  4. Um poeta da geração de 45 explorou recursos de poesia concreta num improviso musical.
  5. A poesia lírica é sempre convocada quando se trata de manifestações públicas oficiais.

GABARITO: B

3. (ENEM Libras 2017) Dronalismo: notas sobre o uso de drones na produção de conteúdo jornalístico

A utilização das aeronaves remotamente pilotadas em coberturas jornalísticas tem sido discutida tanto do ponto de vista dos veículos de comunicação quanto do jornalismo cidadão, uma vez que o público encontra-se em uma posição de produção de conteúdos, podendo muitas vezes contestar o discurso da mídia tradicional. Uma questão que consideramos central no jornalismo drone é: quando utilizar esse recurso?

O baixo custo da operação e a possibilidade de se obterem informações de diferentes ângulos é um grande atrativo, ainda mais em uma época em que diversos veículos encontram dificuldades em engajar uma audiência dispersa a relutante a pagar pelo conteúdo disponível na web. É importante ter-se em mente que, apesar das características extremamente favoráveis ao uso de drones no jornalismo, existe uma preocupação bastante séria com a privacidade das pessoas, e a possibilidade de se confundir reportagem com invasão e coberturas informativas com vigilância, inquietações reveladas com o surgimento das primeiras reportagens que utilizaram o recurso das aeronaves não tripuladas.

PASE, A. F.; GOSS, B. M. Disponível em: www.revistageminis.ufscar.br. Acesso em: 30 out. 2015 (adaptado).

Ao abordar os impactos do uso de drones sobre a produção de informações, o texto destaca o(a)

  1. Impasse ético de sua utilização no jornalismo.
  2. Descentralização da elaboração de conteúdo gerada por eles.
  3. Receio em relação ao seu uso em matérias sensacionalistas.
  4. Sua importância para a redução de custos de empresas de mídia.
  5. Sua praticidade para a obtenção de imagens em lugares de difícil acesso.

GABARITO: A

Aprimore sua escrita com o CRIA

Agora que você aprendeu como funciona o gênero textual reportagem, é hora de praticar. Com isso, o CRIA pode te ajudar. Mas o que é o CRIA?

Projetado para ser um corretor de redações baseado em inteligência artificial e processamento de linguagem natural, o CRIA é uma ferramenta útil e simples de utilizar.

Assim, ele utiliza modelos de aprendizado de máquina gerados por meio de redações escritas por alunos reais e corrigidas por professores.

Então, através do modelo, o CRIA realiza a correção das redações seguindo os parâmetros gerais cobrados por diversos vestibulares.

correcao do cria
Agora o CRIA corrige suas redações de todos os vestibulares – Foto: CRIA.

Quais são as funcionalidades do CRIA?

  • Análise instantânea da redação;
  • Simulação da sua nota do ENEM por competência;
  • Identificação de desvios, todos marcados no seu texto;
  • Traz correções detalhadas por competência;
  • Histórico de progresso;
  • Fornece dados para melhorias na escrita, em texto e/ou avatar explicativo;
  • Plataforma gamificada, pode compartilhar com amigos e obter vantagens;
  • Professor olha as correções do CRIA e pode alterar conforme achar necessário, assim o CRIA sempre aprende com eles.
O CRIA, uma ferramenta de correção de redações com inteligência artificial, te ajuda a praticar para o ENEM — Vídeo: Reprodução.

Qual o passo a passo para utilizar o CRIA?

Após escolher o plano, seu acesso à plataforma será liberado. Então, você pode escolher um tema disponível no site ou enviar outro tema desejado.

Em seguida, escreva o texto na área indica e submeta para correção. Em até 2 minutos sua redação do ENEM estará corrigida conforme as 5 competências do ENEM.

Por fim, após realizar as correções indicadas, atualize a análise para obter um novo resultado.

inteligencia artificial para corrigir redacao
CRIA: corretor de redação por inteligência artificial — Foto: CRIA.

Acompanhe seu progresso

Após enviar as redações, é possível acessar outra ferramenta disponível para os alunos do CRIA: o gráfico com histórico de pontuação.

Assim, por meio dele, é possível visualizar de maneira clara as competências que precisam de mais atenção.

genero textual reportagem
Gráfico de correção de redação interativo — Foto: CRIA.

A quem o CRIA se destina?

  • Para os professores, visamos diminuir a sobrecarga e otimizar a gestão da turma;
  • Para os alunos, tornarmos o processo mais ágil, divertido, incentivando a prática constante.

Vamos começar? Então acesse aqui.

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