O gênero textual conto é uma das formas mais antigas e fascinantes de narrar experiências humanas. Desde os primórdios da humanidade, as narrativas eram transmitidas de geração em geração, primeiramente oralmente, através das histórias contadas pelos mais velhos.

Com o passar do tempo, essas histórias ganharam as páginas dos livros, transformando-se em textos que atravessam épocas e, além disso, continuam a despertar o imaginário coletivo.

Para os estudantes que se preparam para vestibulares, o conto é mais do que uma forma de arte: é uma oportunidade de exercitar habilidades essenciais como a criatividade, a reflexão crítica e a expressão escrita.

Então, trabalhar com contos é um convite à empatia, à experiência de diferentes perspectivas e à análise das complexidades humanas. Confira a seguir tudo o que você precisa saber sobre o gênero textual conto com o CRIA. Boa leitura.

Origem e evolução do conto

A tradição de narrar histórias acompanha a humanidade desde os primórdios, antes mesmo da existência da escrita. Nas sociedades mais antigas, o ato de contar histórias era transmitido oralmente, carregando aspectos culturais e históricos de cada povo.

O conto como gênero literário começou a se estruturar com a forma escrita, destacando-se a partir de coleções como As Mil e Uma Noites (século X). Entretanto, mais tarde, no século XVI, com Gonçalo Fernandes Trancoso, o conto assumiu características modernas na língua portuguesa.

Além disso, cada período histórico contribuiu para a transformação e sofisticação desse gênero, culminando no conto moderno com autores como Edgar Allan Poe, que estabeleceu bases teóricas importantes.

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O Conto na Modernidade

Com o passar dos séculos, o conto adquiriu características específicas que o diferenciam dos demais gêneros narrativos. Na modernidade, ele se consolidou como um estilo de narração breve, direto e focado.

Assim, autores contemporâneos como Cortázar, Lygia Fagundes Telles e Machado de Assis exploraram temas variados, mantendo o equilíbrio entre a unidade de ação, o foco narrativo e a concisão.

Além disso, a modernidade trouxe também a reflexão sobre a forma do conto, com uma busca pela síntese narrativa e pela provocação de efeitos intensos no leitor.

Características essenciais do gênero textual conto:

A principal marca do conto é a sua brevidade e concentração narrativa. Assim, ele trabalha com:

• Extensão reduzida: o conto é curto e delimitado, com poucas páginas.
• Unidade de ação: a história gira em torno de um único conflito ou evento principal.
• Espaço e tempo condensados: o ambiente geralmente é restrito (um quarto, uma casa) e o tempo foca no presente ou em um único momento significativo.
• Personagens mínimas: apenas as indispensáveis para o desenvolvimento da trama.
• Linguagem objetiva: direta, sem digressões ou detalhes desnecessários, para garantir clareza e impacto.

Elementos Narrativos do Conto:

Além da extensão e do efeito, o conto se destaca por sua organização narrativa:

• Ação central: sempre há um único conflito ou núcleo dramático.
• Espaço restrito: o ambiente é funcional, sem necessidade de cenários elaborados.
• Tempo condensado: evita longas digressões temporais; o foco está no momento do conflito.
• Tom narrativo: mantém uma atmosfera consistente, alinhada ao efeito desejado.
• Personagens essenciais: apenas aquelas que realmente movem a trama.
• Foco narrativo: pode variar entre a visão de uma personagem central, secundária ou de um narrador onisciente.

Estrutura do gênero textual conto:

Este gênero textual possibilita explorar temas universais de forma compacta, mas profunda, e sua riqueza permite aos candidatos destacarem-se ao apresentar narrativas significativas e bem construídas.

1. Apresentação:

• Introduza os personagens, o espaço e o tempo do conto.
• Mostre ao leitor o contexto e as características relevantes dos personagens.
• Evite começar diretamente pelas ações, pois isso pode confundir o leitor.
• Dica: Todos os elementos apresentados devem ser significativos e conduzir ao clímax. Não inclua informações irrelevantes.

2. Ações (Desenvolvimento):

• Após a apresentação, comece a narrar as ações que irão construir a tensão do conto.
• Lembre-se de que um conto costuma se passar em um curto espaço de tempo e em poucos cenários (geralmente 1 ou 2).
• As ações devem envolver o leitor e levar ao clímax, aumentando gradualmente a tensão.

3. Clímax:

• É o ponto alto do conto, onde ocorre uma quebra de expectativa.
• Exemplo: O leitor espera que um personagem encontre outra pessoa, mas descobre que ele estava falando com um cachorro.
• Essa surpresa é fundamental para prender a atenção do leitor e tornar o conto criativo.

4. Desfecho e resolução:

• O clímax leva rapidamente ao desfecho, que conclui a história.
• Esses elementos geralmente estão muito próximos no conto, ocorrendo de forma breve e direta.

Resumindo…

Dicas para um bom conto no vestibular:

1. Linguagem Descritiva:
   • Use descrições sensoriais para criar um clima literário.
   • Desenvolva o ambiente e os personagens de forma rica, mas objetiva.
2. Clímax Criativo:
   • A surpresa no clímax é essencial. Leia contos bem estruturados para se inspirar.
3. Economia de Elementos:
   • Não inclua detalhes que não estejam conectados à trama principal.
4. Leia e Pratique:
   • Leia contos clássicos e contemporâneos para entender como criar tensão e surpresa.
   • Por fim, pratique escrevendo diferentes cenários e testando clímax criativos.

Proposta de redação Vestibular Unificado UFSC/UFFS 2020

Texto 1

Cenário da exclusão escolar no Brasil

É preciso encontrar e trazer para a escola os 2,8 milhões de crianças e adolescentes que
estão excluídos

A exclusão escolar atinge principalmente meninos e meninas vulneráveis, já privados de outros
direitos. No Brasil, 2.802.258 crianças e adolescentes de 4 a 17 anos estão fora da escola, segundo
a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015. Do total fora da escola, 53% vivem em
domicílios com renda per capita de até ½ salário mínimo. A exclusão escolar não é novidade. Há
quase 10 anos, o UNICEF vem alertando o país sobre o grande número de crianças e adolescentes
fora da escola.

Texto 2

De acordo com a Constituição brasileira, a educação é dever do Estado e da família. Para a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação e para o Estatuto da Criança e do Adolescente, os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular os seus filhos nas escolas.

Além disso, o artigo 246 do Código Penal assegura que o comportamento divergente, sem justa causa, pode ser considerado crime de abandono intelectual, sendo a pena aplicada de detenção, de 15 dias a um mês, ou multa.

PROPOSTA 2
Produza um conto sobre a vida em uma sociedade na qual todas as crianças e jovens tenham acesso ao mesmo tipo de educação.

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