Como ensinar redação na escola: estratégias para professores

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Como ensinar redação na escola? Descubra estratégias eficazes para ensinar redação na escola, abordando a importância de trabalhar diferentes gêneros textuais, desenvolver habilidades de escrita progressivas e incentivar a reflexão sobre a língua.

Ensinar redação na escola é um desafio que vai além de corrigir gramática e ortografia. É sobre ajudar os alunos a transformarem ideias em palavras, conectando sua visão de mundo às demandas de diferentes gêneros textuais.

Para muitos professores, essa tarefa pode parecer complexa: como ensinar de forma significativa, despertando o interesse dos alunos e, ao mesmo tempo, desenvolvendo habilidades fundamentais de escrita?

Neste post, vamos explorar abordagens práticas e reflexivas para o ensino de redação, destacando a importância de criar um ambiente que estimule a criatividade, o planejamento e a revisão contínua. Também discutiremos como alinhar a prática pedagógica às competências exigidas em vestibulares, provas como o ENEM e, principalmente, na vida cotidiana.

Assim, se você é professor de Língua Portuguesa em busca de estratégias que tornem suas aulas mais dinâmicas e produtivas, este artigo do CRIA é para você.

Como ensinar redação na escola?

Ensinar redação na escola vai muito além de pedir que os alunos escrevam textos. É um processo que envolve ativar conhecimentos prévios, orientar a organização das ideias e trabalhar estratégias discursivas alinhadas ao propósito comunicativo de cada produção textual.

Para isso, é essencial que os professores dominem as etapas do processo de escrita e saibam como guiá-las em sala de aula.

Produzir um texto exige que o escritor busque na memória informações sobre o tema, compreenda a estrutura do gênero textual e saiba como organizar os conteúdos de forma coerente.

Então, essa organização passa por três passos fundamentais: gerar ideias, textualizar essas ideias (transformá-las em um texto coeso e claro) e registrar o conteúdo no papel.

Além disso, é crucial monitorar cada etapa do processo, garantindo que o texto atenda ao objetivo da proposta e às expectativas dos leitores.

Uma parte importante desse processo é ajudar os alunos a entender o contexto comunicativo do texto. Eles precisam aprender a ajustar sua escrita ao público-alvo e ao gênero textual esperado, construindo estratégias discursivas eficazes.

Assim, o professor deve propor atividades que estimulem a reflexão sobre a interação autor-leitor, mostrando como os textos podem ser planejados para alcançar os efeitos desejados.

Ensinar redação, portanto, é trabalhar com uma multiplicidade de ações e conhecimentos. Cabe ao professor propor estratégias didáticas que ajudem os alunos a desenvolver essas habilidades de forma integrada, desde a organização de ideias até a adequação ao contexto comunicativo.

Nos próximos tópicos, falaremos sobre objetivos práticos para o ensino de redação e como aplicá-los no dia a dia da sala de aula.

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1. Não ter medo é o primeiro passo

Muitos alunos enfrentam desafios ao escrever textos, sendo o medo de errar um dos principais. Muitos sentem um abismo entre o que pensam e o que conseguem colocar no papel.

Assim, esse bloqueio está relacionado à forma como a linguagem é tratada na escola e na sociedade, que frequentemente desvaloriza as formas de expressão oral dos estudantes.

Pesquisas, como a de Eglê Franchi (2002), mostram que essa desvalorização leva os alunos a desconfiarem de sua capacidade de comunicação, vendo a escrita como algo distante de sua realidade.

Além disso, muitos acreditam que a linguagem formal é “melhor” ou “correta”, enquanto suas próprias formas de falar são “erradas” ou “inadequadas”. Essa visão prejudica a autoestima e dificulta o aprendizado da escrita.

Para reverter esse cenário, é fundamental que os professores adotem estratégias que valorizem os conhecimentos prévios e as variedades linguísticas dos alunos. Franchi propôs atividades que comparassem as variedades linguísticas usadas pelos estudantes em seu cotidiano com aquelas presentes em contextos formais.

Essa abordagem demonstrou que todas as formas de linguagem têm valor e que os alunos podem dominar diferentes registros conforme a situação.

Ao promover essa valorização, os alunos participam mais ativamente das atividades, desenvolvem a autoestima e ganham confiança para se expressar na escrita.

Além disso, práticas que conectem a linguagem oral à escrita são eficazes: brincadeiras com regras orais podem inspirar textos instrucionais, histórias orais podem levar à criação de contos e notícias televisivas podem servir como base para redações jornalísticas.

Nesse sentido, ensinar redação na escola exige mais do que conceitos técnicos; é preciso criar um ambiente que respeite a origem linguística dos alunos, mostrando que a escrita é uma ferramenta de expressão acessível e significativa.

2. Produzir texto é agir linguisticamente: quais são os objetivos procedimentais?

Ensinar redação vai além de transmitir regras gramaticais ou técnicas. Trata-se de incentivar os alunos a enxergarem a escrita como uma ação comunicativa, capaz de provocar efeitos no mundo.

Assim, essa perspectiva pressupõe duas dimensões fundamentais: desenvolver atitudes positivas em relação à escrita e ensinar estratégias para alcançar objetivos e envolver leitores.

Escrever é uma prática que envolve planejamento, textualização, revisão e constante reflexão. Segundo Tardelli (2002), o processo de produção textual passa por três etapas interligadas:

  1. Intenção comunicativa: o autor identifica o propósito do texto e os destinatários.
  2. Plano global: é traçado um esquema que organiza ideias e estratégias discursivas.
  3. Execução e revisão contínua: as ideias são verbalizadas e revisadas, ajustando o texto para alcançar os efeitos desejados.

Na prática, isso significa que o planejamento não ocorre apenas no início e a revisão não é limitada ao final. Escrever é um processo dinâmico e interativo, em que reflexão e ajustes acontecem a todo momento.

Para ensinar redação de forma eficaz, é essencial criar situações significativas que mobilizem os alunos. Atividades como escrever convites, criar reportagens ou defender um ponto de vista para diferentes públicos ajudam a conectar a escrita com a vida cotidiana.

Além disso, a análise e a revisão coletiva dos textos são fundamentais. Quando alunos, professores e colegas atuam como coautores, oferecendo sugestões e feedback, o texto ganha novas dimensões e o processo de aprendizado se torna colaborativo.

Por fim, é importante oferecer tempo adequado para que os alunos reflitam, revisem e aprimorem seus textos, experimentando o caráter dialógico da escrita. Assim, aprender a escrever deixa de ser apenas uma tarefa escolar e passa a ser uma ferramenta poderosa de expressão e interação social.

3. Escrever o quê?

Ensinar redação exige mais do que treinar habilidades técnicas. É fundamental introduzir os alunos à diversidade de gêneros textuais e às condições sociais em que eles circulam.

Nesse sentido, significa ajudá-los a reconhecer as características específicas de cada gênero e sua relação com os contextos de produção e recepção.

Uma abordagem eficiente envolve selecionar alguns gêneros para estudo aprofundado em cada etapa do ensino, como cartas, resenhas ou notícias, e propor atividades que estimulem a análise de suas convenções e características estruturais.

O objetivo é que os alunos não apenas escrevam, mas compreendam a lógica e as intenções comunicativas que fundamentam cada gênero.

Como apontam estudiosos como Zayas e Esteve (2004), produzir um texto requer tanto o “saber que” (conhecimentos sobre as características do gênero) quanto o “saber como” (saber usá-las para atingir objetivos comunicativos). Por exemplo, escrever uma notícia demanda entender sua estrutura objetiva, enquanto uma resenha exige análise crítica e interpretação.

A leitura também desempenha um papel crucial no desenvolvimento da escrita. Textos de diversas esferas – jornalística, literária ou científica – ampliam o repertório dos alunos, oferecendo referências para que eles construam textos mais ricos e informativos.

Como destaca a professora Verônica Costa Taveira, a leitura permite que os alunos entrem em contato com novos temas, pontos de vista e culturas, o que fortalece a argumentação e a consistência textual.

Por fim, é essencial promover uma prática pedagógica flexível, reconhecendo que os gêneros textuais não são estáticos, mas se transformam ao longo do tempo.

Desse modo, incentivar a interação com diferentes esferas de interlocução e valorizar os conhecimentos prévios dos alunos são estratégias fundamentais para engajá-los no processo de escrita e prepará-los para atuar em nossa sociedade letrada.

4. Conhecer e refletir sobre a língua

Ensinar redação na escola vai além de ensinar os alunos a escreverem textos coesos. Envolve promover atitudes positivas, como autoconfiança e ousadia, e desenvolver habilidades para gerar, organizar e registrar conteúdos de forma eficaz.

Além disso, é essencial proporcionar aos alunos os conhecimentos necessários para que eles possam atuar em diferentes situações comunicativas.

Então, entre esses saberes, destacam-se:

  • Conhecimento sobre os temas abordados: permite que os alunos tenham repertório suficiente para argumentar e expressar suas ideias.
  • Familiaridade com os gêneros textuais: saber identificar e utilizar as características formais de cada gênero é fundamental para atender às expectativas comunicativas.
  • Domínio da gramática normativa: embora todos os falantes conheçam intuitivamente as regras básicas da língua, é necessário ampliar o conhecimento sobre a norma padrão. Isso inclui ortografia, pontuação, concordância, regência e outros aspectos essenciais, especialmente em situações em que a linguagem formal é exigida, como na produção de textos jornalísticos ou acadêmicos.
  • Exploração de recursos estilísticos: além da gramática normativa, é importante ensinar como usar mecanismos de coesão, variações de períodos e estratégias de pontuação que se adequem ao gênero e aos objetivos do texto.

Planejar aulas que estimulem a reflexão sobre as diferenças entre a linguagem cotidiana e a norma culta é um ponto-chave. Assim, os alunos aprendem não apenas a respeitar as convenções da língua de prestígio, mas também a explorar a riqueza linguística e estilística da língua portuguesa.

Ao integrar esses conhecimentos, os professores contribuem para formar alunos preparados para escrever textos relevantes, coesos e adequados às mais diversas situações comunicativas, garantindo que eles reconheçam a importância da escrita como ferramenta de expressão e transformação social.

Trabalhando gêneros textuais de forma progressiva

Ao ensinar redação na escola, é fundamental envolver os alunos em atividades de leitura, produção de texto e reflexão sobre a língua, utilizando diferentes gêneros textuais. Assim, esses gêneros podem ser agrupados em cinco categorias que atendem a diversas finalidades e contextos:

  1. Gêneros de narrar (conto, fábula, crônica, etc.)
  2. Gêneros de relatar (notícia, biografia, relato histórico, etc.)
  3. Gêneros de argumentar (artigos de opinião, cartas de reclamação, etc.)
  4. Gêneros de expor (relatório científico, verbetes, texto didático, etc.)
  5. Gêneros de descrever ações (receitas, manuais, instruções, etc.)

A proposta de trabalhar com esses gêneros ao longo da escolaridade segue a ideia de aprendizagem em espiral. Ou seja, um mesmo gênero pode ser revisitado em diferentes momentos, com abordagens cada vez mais complexas à medida que os alunos avançam no seu aprendizado.

Então, isso permite que os estudantes desenvolvam suas habilidades de escrita gradualmente, ajustando seu uso da linguagem conforme as exigências de cada gênero e o contexto de produção.

Não faz sentido, por exemplo, trabalhar com um gênero apenas uma vez e deixá-lo de lado em etapas seguintes. A complexidade de um gênero não depende de sua classificação como fácil ou difícil, mas da maneira como ele é abordado em cada etapa da aprendizagem.

Um texto de opinião, por exemplo, pode ser explorado no início para ensinar a expressar um ponto de vista de forma clara, enquanto nos anos finais do Ensino Fundamental, o objetivo pode ser o uso mais sofisticado de coesão e fundamentação para tornar o argumento mais consistente.

Desse modo, trabalhar com uma variedade de gêneros ao longo do ensino e revisitar gêneros previamente trabalhados proporciona um desenvolvimento contínuo e aprofundado das habilidades de leitura e escrita.

Como se preparar para qualquer redação com o CRIA?

Agora que você já sabe mais sobre como ensinar redação na escola, o CRIA pode ser a ferramenta ideal para esse processo. Mas o que é o CRIA?

O CRIA é um corretor de redação por inteligência artificial que utiliza modelos de aprendizado de máquina gerados por meio de redações escritas por alunos reais e corrigidas por professores.

Além disso, o CRIA realiza previsões de notas por competência, análise de contexto na introdução, previsão de defesa de tese, previsão de fuga ao tema, previsão de intervenção, uso de parônimas e homônimas, etc.

Mas o que o CRIA faz por você?

  • Análise instantânea da redação;
  • Simulação da sua nota do ENEM por competência;
  • Identificação de desvios, todos marcados no seu texto;
  • Traz correções detalhadas por competência;
  • Histórico de progresso;
  • Fornece dados para melhorias na escrita, em texto e/ou avatar explicativo;
  • Plataforma gamificada, pode compartilhar com amigos e obter vantagens;
  • Professor olha as correções do CRIA e pode alterar conforme achar necessário, assim o CRIA sempre aprende com eles.

Vamos começar? Então acesse aqui.

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