O repertório sociocultural sobre a violência urbana vai além de simples relatos sobre crimes; ele engloba as representações, interpretações e estigmas que a sociedade constrói em torno desse fenômeno.
Essas construções são alimentadas por diversas fontes, como a mídia, as experiências cotidianas e as políticas públicas e, além disso, moldam como a violência é percebida e enfrentada pelas diferentes camadas sociais.
Então, neste post, o CRIA vai explorar como o repertório sociocultural da violência urbana influencia as nossas ideias sobre o problema e de que maneira ele pode impactar tanto a produção de textos dissertativo-argumentativos quanto a maneira de lidar com o problema em um nível mais coletivo.

O que é violência urbana?
A violência urbana é um fenômeno social complexo que se manifesta nas cidades e metrópoles, envolvendo diversos tipos de crimes, conflitos e situações de risco que afetam diretamente a segurança e o bem-estar da população.
Assim, esse tipo de violência pode incluir desde assaltos e homicídios até conflitos entre grupos sociais, agressões e a presença do medo como elemento constante na vida cotidiana.
Nos últimos anos, a rápida urbanização e o crescimento populacional contribuíram para a intensificação desse problema. Então, tornando as grandes cidades epicentros de atividades econômicas e sociais, mas também de desafios estruturais, como desigualdade, marginalização e criminalidade.
A violência, que antes era vista como um fenômeno excepcional, passou a ser naturalizada, ou seja, incorporada ao dia a dia das pessoas, tornando-se quase um elemento comum na dinâmica urbana.
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O papel das mídias na violência urbana:
A mídia desempenha um papel crucial na forma como essa violência é percebida. Nesse sentido, por meio de narrativas sensacionalistas e da exposição constante a crimes e conflitos, os meios de comunicação reforçam o medo e a aceitação da violência como algo inevitável.
Desse modo, esse processo pode ser analisado sob a Teoria das Representações Sociais, de Serge Moscovici, que explica como a sociedade constrói e compartilha significados sobre temas complexos, influenciando a maneira como os indivíduos interpretam a realidade.
Além da mídia, outros fatores moldam a percepção da violência urbana, como experiências pessoais, normas culturais e interações sociais nas comunidades.
Assim, o conceito de violência urbana vai além dos crimes registrados, abrangendo também a maneira como a sociedade enxerga e reage a esses episódios, o que pode levar a um processo de dessensibilização e normalização desse fenômeno.
Repertório sociocultural sobre violência urbana
A violência urbana é um tema central nas discussões sobre as cidades contemporâneas, envolvendo não apenas questões de segurança, mas também profundas relações com fatores sociais, econômicos e culturais.
Então, confira a seguir diversos filmes, séries e dados para ampliar o seu repertório sociocultural sobre violência urbana:
1. Filme: “Cidade de Deus” (2002)
A história é narrada por Buscapé, um jovem pobre e tímido que sonha em se tornar fotógrafo para escapar da violência ao seu redor. Paralelamente, acompanhamos a trajetória de Dadinho, que se transforma no impiedoso traficante Zé Pequeno.
Enquanto Buscapé luta para não ser engolido pela criminalidade, Zé Pequeno expande seu poder por meio da violência e do tráfico de drogas, desencadeando uma guerra brutal contra seu rival Mané Galinha.
Onde assistir? Netflix.
2. Resumo dos dados do Atlas da Violência 2024:
Panorama Nacional (2012–2022)
- A taxa de homicídios no Brasil caiu 24,9% na última década, passando de 28,9 para 21,7 mortes por 100 mil habitantes.
- A redução de 2021 para 2022 foi de 3,6%.
Estados mais violentos em 2022 (homicídios por 100 mil habitantes)
- Bahia — 45,1
- Amazonas — 42,5
- Amapá — 40,5
- Roraima — 38,6
- Pernambuco — 35,2
➡ Bahia foi o estado mais violento do Brasil em 2022, com taxa superior ao dobro da média nacional. Apesar disso, apresentou redução de 6,4% em relação a 2021.
Causas da violência no Norte e Nordeste
- Disputa entre facções criminosas pelo controle do tráfico de drogas, especialmente em áreas de fronteira.
- Expansão do narcotráfico na década de 2010, aumentando a guerra territorial em estados como Acre, Amazonas e capitais do Nordeste.
Reduções significativas em alguns estados
- Acre, Rio Grande do Norte, Ceará, Sergipe e Goiás registram queda nos homicídios desde 2016/2017.
- O Acre se destacou pela integração dos órgãos de segurança, como Ministério Público, Secretaria de Segurança e polícias.
Respostas das Secretarias de Segurança
- Bahia: Destaca ações policiais que reduziram mortes violentas em 6% em 2023 e 13% no 1º semestre de 2024.
- Amazonas: Afirma que, em 2024, a taxa de homicídios caiu 15,5%, graças a investimentos em segurança.
- Roraima: Aponta redução nas Mortes Violentas Intencionais, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Fatores que influenciaram a redução dos homicídios no Brasil
- Políticas de segurança pública e inteligência policial.
- Envelhecimento da população, reduzindo o número de jovens em idade de maior envolvimento com crimes.
- Estatuto do Desarmamento (2003).
- Programas multissetoriais de prevenção à violência.
➡ Conclusão: Embora a violência tenha diminuído no Brasil na última década, algumas regiões ainda enfrentam desafios significativos, especialmente no Norte e Nordeste, onde o narcotráfico e as disputas territoriais continuam impulsionando os homicídios.
2. Música: “Diário de um Detento” — Racionais MC’s
A música “Diário de um Detento”, lançada no álbum Sobrevivendo no Inferno (1997) dos Racionais MC’s, retrata de forma crua e impactante a realidade da violência no sistema carcerário brasileiro.
Assim, composta por Mano Brown e Jocenir, um ex-detento do Carandiru, a letra narra a rotina no presídio e os acontecimentos do Massacre do Carandiru, em 1992, quando 111 presos foram mortos pela Polícia Militar de São Paulo.
3. Filme: “Tropa de Elite” (2007)
Filme brasileiro que retrata a brutal realidade do combate ao crime organizado no Rio de Janeiro, sob a ótica do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais).
Então, a trama acompanha o Capitão Nascimento, um policial experiente que enfrenta o dilema entre cumprir sua missão e lidar com a crescente pressão psicológica do trabalho.
Onde assistir? Netflix.
4. Música: “Notícias do Submundo” — Sabotage
A música Notícias do Submundo, do rapper Sabotage, retrata a realidade das periferias brasileiras, denunciando a violência, o tráfico de drogas e a desigualdade social. Assim, com um tom narrativo forte, a letra descreve o cotidiano difícil dos moradores das favelas, abordando temas como opressão policial, criminalidade e sobrevivência nas ruas.
5. Série: “O Mecanismo” (2018)
Lançada em 2018, é inspirada na operação Lava Jato, um dos maiores escândalos de corrupção da história do Brasil. Desse modo, a trama acompanha as investigações de um grupo de policiais federais que descobrem um esquema bilionário de corrupção envolvendo políticos, empresários e grandes estatais.
Onde assistir? Netflix.
6. Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici
A Teoria das Representações Sociais, proposta por Serge Moscovici, busca entender como os indivíduos e grupos sociais constroem, compartilham e disseminam significados sobre o mundo ao seu redor, especialmente em relação a fenômenos complexos como a violência urbana.
Para Moscovici, as representações sociais são sistemas de pensamento e comunicação que funcionam como uma forma de compreender e organizar a realidade, facilitando a interação social e a adaptação ao meio.
7. Série: “Vale o escrito — A guerra do jogo do bicho”
Baseada no livro de Carlos Amorim, a série A Guerra do Jogo do Bicho mergulha no submundo do crime organizado no Brasil, explorando as disputas violentas pelo controle do jogo do bicho e suas conexões com o narcotráfico, a corrupção policial e o poder político.
Assim, a trama acompanha a ascensão e a queda de bicheiros influentes, revelando alianças, traições e conflitos sangrentos que marcaram a história recente do país. Então, com um olhar investigativo e realista, a série expõe como essa rede criminosa moldou a violência urbana e influenciou as estruturas de poder nas grandes cidades brasileiras.
Onde assistir? Globoplay.
Como o CRIA pode ajudar você a aprofundar seu repertório?
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