Escrever uma redação não é uma tarefa fácil. Diversas regras perpassam a produção textual quando falamos de ENEM e vestibulares. Desse modo, manter uma impessoalidade na redação é fundamental para garantir uma boa pontuação.
A produção textual possui seus desafios, sobretudo se você não possui o hábito de ler e escrever. Assim, para vencer esse obstáculo, não deixe de manter a leitura e a escrita em sua rotina pessoal.
O primeiro passo para começar a escrever é conhecer a estrutura do gênero textual. De modo geral, as redações exigidas costumam cobrar impessoalidade — isto é, quando o redator do texto evita a expressão de suas opiniões, sentimentos ou pontos de vista pessoais, mantendo uma postura neutra e imparcial.
Para entender como a impessoalidade se aplica na redação, confira esse conteúdo completo que o CRIA preparou para você. Continue conosco e boa leitura.
O que é impessoalidade na redação?
Um princípio fundamental da comunicação escrita é a impessoalidade, especialmente em textos acadêmicos e formais. Assim, utilizar uma linguagem neutra e imparcial evita expressar opiniões e se concentra na objetividade da produção Desse modo, o autor afasta suas emoções e pontos de vista pessoais, de modo que o texto fica mais claro, profissional e confiável.
Nas redações do ENEM e de vestibulares, opinar é preciso, porém com muito cuidado. A opinião deve ser transmitida por meio de embasamento científico ou argumentos de autoridade. Assim, escrever “eu acredito”, “minha opinião” não é uma argumentação válida quando tratamos dos gêneros textuais cobrados por essas provas.
Então, é compreensível dizer que as redações do ENEM e de outros vestibulares possuem um viés opinativo. No entanto, não podemos cair no clichê de pensar que argumento e opinião são equivalentes. Neste caso, há o risco de exceder a impessoalidade na escrita.
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Como escrever um texto impessoal?
A fim de evitar um texto muito pessoal, existem algumas estratégias para manter seu texto neutro e imparcial:
- Não use pronomes pessoais: pronomes como “eu”, “nós” ou “você” é incorreto. Então, substitua por pronomes indefinidos (“se”, “alguém”, “todos”) ou formas impessoais quando possível para agir de forma mais objetiva.
- Exemplo pessoal: “Acho a tecnologia uma ferramenta poderosa.”
- Exemplo impessoal: “A tecnologia é vista como uma ferramenta poderosa.”
- Use verbos na 3ª pessoa: destaque a ação em vez do autor ao usar verbos na 3ª pessoa do singular.
- Exemplo pessoal: “Eu observei que as mudanças climáticas estão se agravando.”
- Exemplo impessoal: “Observa-se que as mudanças climáticas estão se agravando.”
- Baseie-se em evidências e informações: em vez de expressar suas opiniões, use fatos, estatísticas e informações verificadas para sustentar suas afirmações.
- Exemplo pessoal: “Eu acho que o aumento do desemprego é preocupante.”
- Exemplo impessoal: “O aumento do desemprego é preocupante, segundo os dados do último relatório.”
- Não use adjetivos e advérbios pessoais: evite utilizar adjetivos ou advérbios que expressem opiniões ou sentimentos pessoais.
- Exemplo pessoal: “A solução proposta é muito eficaz.”
- Exemplo impessoal: “A solução proposta é considerada eficaz.”
- Use referências e citações: para dar crédito às informações e aumentar a credibilidade do texto, cite as fontes corretamente sempre que apresentar informações de terceiros.
A impessoalidade no texto dissertativo-argumentativo
A estrutura do texto dissertativo-argumentativo demanda que o redator seja impessoal, já que esse tipo de texto pretende apresentar um ponto de vista objetivo sobre um determinado tema. Sendo assim, o gênero baseia-se em argumentos consistentes, sem prejudicar a perspectiva pessoal de quem está escrevendo.
Desse modo, a impessoalidade torna o texto imparcial e confiável, permitindo que os argumentos e as evidências falem por si sós.
Então, utilize todas as dicas anteriores para evitar qualquer complicação no texto. Para isso, opte sempre por utilizar a 3ª pessoal do singular, isto é, “ele” e “ela”. De modo geral, os verbos conjugados na 3ª pessoa do singular são acompanhados da partícula “se” para a indeterminação do sujeito.
Veja abaixo alguns exemplos:
- “Compreende-se que”;
“Debate-se muito acerca dessa temática”; - “Acredita-se que é possível”.
Por que é tão difícil escrever uma redação?
Existem várias razões pelas quais escrever uma redação pode ser difícil, e esses motivos variam de pessoa para pessoa. Algumas razões pelas quais muitas pessoas acham que escrever uma redação é difícil incluem:
- Organização das ideias: organizar ideias de maneira clara e coerente pode ser difícil, especialmente em temas complexos ou abstratos. É necessário criar uma estrutura lógica que permita a conexão entre as ideias;
- Medo do julgamento: escrever uma redação envolve expressar suas próprias ideias e opiniões, o que pode causar ansiedade em relação à opinião dos outros sobre você;
- Dificuldade em começar: começar é difícil porque o famoso “bloqueio do escritor” pode tornar a redação difícil. A maioria das pessoas acaba procrastinando porque encontrar a primeira frase ou o primeiro parágrafo pode ser difícil;
- Domínio da Linguagem: alguns candidatos podem se sentir inseguros em escrever bem a gramática, vocabulário ou estilo;
- Falta de prática: a escrita é uma habilidade que se torna melhor com a prática. Assim, dificulta produzir texto coeso e bem estruturado para aqueles que não escrevem regularmente;
- Revisão e edição: o processo de revisar e editar uma redação pode ser difícil porque requer um olhar crítico para encontrar erros e melhorar o texto;
- Tempo limitado: as redações geralmente têm prazos curtos, o que pode tornar as coisas mais difíceis;
- Falta de conexão com o tema: pode ser uma tarefa custosa se envolver e escrever um texto significativo quando o tema da redação não é relevante para si ou não está relacionado a suas experiências pessoais. Assim, você pode aprender a escrever uma redação sem saber o tema.
Dicas de como manter uma redação impessoal
A impessoalidade na redação pode ser pensada a partir da função da linguagem referencial. Segundo Jakobson (2007), a função predominante nas mensagens é a função referencial, denotativa ou cognitiva, e é necessário prestar atenção à distinção das demais.
Assim, tal função, representa uma equivalência entre mensagem e contexto, pois a linguagem reflete o mundo por meio de mensagens simples e diretas. Então, o uso do verbo em terceira pessoa, de quem ou do que se fala, é uma de suas características.
Vamos conferir algumas dicas para manter a impessoalidade na redação:
1. Para generalizar, coloque o sujeito no plural:
De modo geral, as redações dissertativas exigem sua escrita na segunda pessoa (singular ou plural). Ou seja, (ele, ela; eles, elas). Esse uso permite manter a impessoalidade, sendo o oposto de utilizar a primeira pessoa (singular ou plural), isto é, (eu, nós).
Assim, na redação, incluir trechos “eu acredito”, “nós sabemos” marcam a subjetividade de quem está escrevendo o texto.
Redação da aluna Carolina Mendes Pereira:
“Assim, sabendo que a cidadania consiste na luta pelo bem-estar social, caso os sujeitos não possuam um pleno conhecimento da realidade na qual estão inseridos e de como seu próximo pode desfrutar do bem comum – já que suas fontes de informação estão direcionadas –, eles serão incapazes de assumir plena defesa pelo coletivo. Logo, a manipulação do comportamento não pode ser aceita em nome do combate, também, ao individualismo e do zelo pelo bem grupal.”
2. Oculte o agente da ação:
Sempre que possível, oculte o agente para neutralizar o discurso e deixá-lo mais objetivo. Desse modo, isso pode ser feito usando palavras como é importante, é preciso, é indispensável e é urgente, mas essas palavras não revelam o autor da ação.
Assim, veja abaixo um exemplo:
Redação da aluna Carolina Mendes Pereira:
“Em primeiro lugar, é válido reconhecer como esse panorama supracitado é capaz de limitar a própria cidadania do indivíduo.”
3. Utilize o sujeito indeterminado:
O sujeito de uma frase pode ser ambiguo ou não especificado usando a construção gramatical conhecida como sujeito indeterminado. Assim, é uma ferramenta linguística que pode ser útil em redações, principalmente quando você deseja falar sobre ações ou eventos de forma geral sem atribuir responsabilidade an um sujeito específico.
Em português, o sujeito indeterminado é geralmente formado pelo uso do verbo na terceira pessoa do singular. Isso cria uma sensação de generalização. Confira um exemplo:
Redação da aluna Carolina Mendes Pereira:
“Portanto, são necessárias medidas capazes de mitigar essa problemática. Para tanto, as instituições escolares são responsáveis pela educação digital e emancipação de seus alunos, com o intuito de deixá-los cientes dos mecanismos utilizados pelas novas tecnologias de comunicação e informação e torná-los mais críticos.”
4. Utilize agente inanimado:
Um agente inanimado é outro método eficaz de impessoalizar a linguagem do texto. Assim, a responsabilidade pela ação será diluída.
Então, confira um exemplo abaixo:
Redação da aluna Mattheus Martins Wengenroth Cardoso:
“De acordo com o pensamento marxista, priorizar o bem pessoal em detrimento do coletivo gera inúmeras dificuldades para a sociedade. Ao vender dados particulares e manipular o comportamento de usuários, empresas invadem a privacidade dos indivíduos e ferem importantes direitos da população em nome de interesse individuais.”
5. Use o recurso da voz passiva:
O sujeito da oração na voz passiva se torna paciente, isto é, ele sofre an ação expressa pelo fato verbal. Como o sujeito pode estar oculto na voz passiva, o uso desse recurso ajuda an impessoalizar a linguagem.
Então, confira um exemplo:
Redação da aluna Luisa Sousa Lima Leite:
“Embora esse movimento de modernização tecnológica tenha sido fundamental para democratizar o acesso
a ferramentas digitais e a participação nas redes sociais, tal processo foi acompanhado pela invasão da privacidade de usuários, em virtude do controle de dados efetuado por empresas de tecnologia.”
Evite a impessoalidade na redação e escreva melhor com o CRIA
A impessoalidade na redação pode descaracterizar o gênero textual apresentado, já que modifica a linguagem solicitada. Desse modo, dominar esse recurso linguístico é fundamental para qualquer participante de vestibular e ENEM.
Assim, o CRIA pode ser uma ferramenta poderosa para te guiar no caminho certo.
Mas o que é o CRIA?
O CRIA é um corretor de redação por inteligência artificial que garante uma correção com grande precisão, baseando-se nas 5 competências do ENEM. Além de entregar essa precisão, tudo isso é feito em até 2 minutos.
Ainda, o CRIA dispõe um banco de dados com centenas de milhares de redações. Então, a plataforma considera desde zeradas até aquelas com nota mil, utilizadas como base para IA entregar ao aluno uma descrição detalhada de onde errou, como pode arrumar e o porquê tal erro gera desconto de pontos no ENEM.
Após enviar a sua redação para a correção, o CRIA aponta a utilização de linguagem mais pessoal no texto. Assim, você pode observar a frequência e se existe uma diversidade de elementos linguísticos.
Mas, afinal, para quem é o CRIA:
- Para os professores, visamos diminuir a sobrecarga e otimizar a gestão da turma;
- Para os alunos, tornarmos o processo mais ágil, divertido, incentivando a prática constante.
Vamos começar? Então acesse aqui.
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