Repertório sociocultural sobre empatia

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Um forte repertório sociocultural sobre empatia é essencial para a redação do ENEM ou vestibulares, permitindo abordagens aprofundadas do tema. Além disso, capacita o estudante a conectar diversas áreas do conhecimento, enriquecendo a argumentação com exemplos de filosofia, arte e neurociência.

Por muito tempo, acreditou-se que a empatia era algo com o qual nascemos ou não, uma característica fixa. No entanto, e se disséssemos que a verdade é outra?

A boa notícia é que a empatia pode ser aprendida e desenvolvida, transformando a maneira como interagimos em todos os aspectos da vida. Assim, de médicos a professores, de empregadores a parceiros, as implicações de aprender a ser mais empático são imensas.

Neste artigo do CRIA, vamos explorar como a neurociência está revelando o poder da empatia como uma habilidade treinável, fundamental para o seu repertório sociocultural. Então, descubra como o tema da empatia pode ser utilizado na redação do ENEM ou de qualquer outra redação vestibular.

Repertório sociocultural sobre empatia

No turbilhão de informações e debates do mundo contemporâneo, a empatia emerge como um valor fundamental, capaz de transformar relações e solucionar conflitos.

Mas como levar essa compreensão para a sua redação do ENEM, tornando-a não apenas relevante, mas também impactante e bem avaliada?

Assim, dominar um sólido repertório sociocultural sobre empatia é o segredo para construir argumentos convincentes, conectar diferentes áreas do conhecimento e mostrar aos avaliadores sua capacidade de reflexão crítica.

Então, confira a seguir um repertório completo sobre empatia para citar na sua redação:

1. Filosofia e Conceitos Fundamentais:

Aristóteles e a “Philia” (Amizade/Fraternidade):

Embora não use o termo “empatia”, Aristóteles discute a importância da benevolência e do cuidado mútuo nas relações humanas para a construção de uma sociedade justa e feliz. A empatia se alinha com a capacidade de se importar com o bem-estar do outro.

  • 💡Como usar: conecte à ideia de que a empatia é um pilar para a construção de comunidades coesas e para o desenvolvimento da “cidade ideal” aristotélica.

Immanuel Kant e o Imperativo categórico:

A moral kantiana prega que devemos agir de forma que a nossa ação possa ser universalizada, ou seja, que se torne uma lei para todos.

A empatia pode ser vista como um catalisador para essa universalização, pois nos leva a considerar o impacto de nossas ações no outro.

  • 💡Como usar: argumente que a empatia é essencial para que os indivíduos ajam com base em princípios morais que beneficiem a coletividade, evitando egoísmo e indiferença.

Émile Durkheim e a Solidariedade Social:

Durkheim aborda a solidariedade mecânica (sociedades tradicionais) e orgânica (sociedades modernas). Além disso, a empatia é vital na solidariedade orgânica, onde a interdependência exige que os indivíduos compreendam e apoiem os diferentes papéis sociais.

  • 💡Como usar: relacione com a necessidade de empatia nas sociedades complexas e urbanas para manter a coesão social e evitar a anomia (ausência de normas sociais).

2. Sociologia e Consciência Social:

Zygmunt Bauman e a Modernidade Líquida:

Bauman descreve a fragilidade dos laços sociais e a efemeridade das relações. Assim, a ausência de empatia contribui para essa “liquidez”, onde o indivíduo se torna mais voltado para si, dificultando a solidariedade.

  • 💡Como usar: desenvolva sobre como a falta de empatia pode ser uma característica das sociedades contemporâneas, levando à superficialidade das relações e à indiferença social.

Pierre Bourdieu e o Capital Social/Cultural:

A empatia pode ser um tipo de capital social, facilitando a construção de redes de apoio e o acesso a oportunidades.

O desenvolvimento da empatia também pode ser influenciado pelo capital cultural, ou seja, as normas e valores que o indivíduo adquire em seu meio social.

  • 💡Como usar: explore como a empatia pode ser uma ferramenta para o empoderamento de grupos marginalizados e para a diminuição das desigualdades sociais.

3. Psicologia e Neurociência:

Neurônios-Espelho:

A descoberta dos neurônios-espelho no cérebro humano (e em outros primatas) é um marco para entender a base biológica da empatia.

Desse modo, eles são ativados tanto quando realizamos uma ação quanto quando observamos alguém realizando-a, sugerindo uma capacidade inata de “ressonância” com o outro.

  • 💡Como usar: argumente que a empatia não é apenas um constructo social, mas possui uma base neural, reforçando sua importância para a interação humana.

Teoria da Mente (ToM):

A capacidade de atribuir estados mentais (crenças, desejos, intenções) a si mesmo e aos outros. A empatia está intimamente ligada à ToM, pois para sentir o que o outro sente, é preciso primeiro compreender o que se passa na sua mente.

  • 💡Como usar: explique como a empatia é uma habilidade cognitiva e emocional complexa, que permite a antecipação de reações e a construção de relações mais profundas.

Inteligência Emocional (Daniel Goleman):

A empatia é um dos pilares da inteligência emocional, que Goleman define como a capacidade de gerenciar as próprias emoções e as dos outros.

  • 💡Como usar: Relacione a empatia ao sucesso pessoal e profissional, à liderança e à capacidade de resolver conflitos de forma construtiva.

4. Literatura:

“Vidas Secas” (Graciliano Ramos):

A obra retrata a aridez da vida e das relações na seca nordestina, onde a capacidade de expressar e receber empatia é quase inexistente, mostrando as consequências da desumanização.

  • 💡Como usar: Aborde como a falta de condições básicas de vida pode atrofiar a capacidade de empatia e como a miséria pode gerar um ciclo de indiferença.

“Dom Casmurro” (Machado de Assis):

A obra convida o leitor a praticar a empatia ao tentar compreender a perspectiva de Bentinho e Capitu, sem um veredito final sobre a traição. Assim, o leitor é levado a refletir sobre a subjetividade das relações.

  • 💡Como usar: Use para discutir a complexidade da empatia, a dificuldade de ver o mundo pelos olhos do outro e como a literatura pode estimular essa capacidade.

5. Filmes e Séries:

“Divertida Mente” (Inside Out):

Embora infantil, é uma ótima ilustração da complexidade das emoções e como a compreensão delas (e a empatia por elas) é fundamental para o desenvolvimento humano.

“Parasita” (Parasite):

Explora as nuances da empatia (ou a falta dela) entre diferentes classes sociais e as consequências drásticas da incompreensão mútua.

5. História e eventos relevantes:

A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH):

Fundamentada na ideia de dignidade humana e no reconhecimento da igualdade, a DUDH é um apelo universal à empatia, pedindo que as pessoas tratem umas às outras com espírito de fraternidade.

  • 💡Como usar: Contextualize como a ausência de empatia historicamente levou a atrocidades e como a DUDH surge como um ideal para promover a coexistência pacífica.

6. Citações e pensadores diversos:

Dalai Lama:

“Amor e compaixão são necessidades, não luxos. Sem eles, a humanidade não sobreviverá.”

  • 💡Como usar: Perfeita para introduções ou conclusões sobre a importância vital da empatia para a sobrevivência e o bem-estar humano.

Maya Angelou:

“Eu aprendi que as pessoas vão esquecer o que você disse, as pessoas vão esquecer o que você fez, mas as pessoas nunca esquecerão como você as fez sentir.”

  • 💡Como usar: Conecte a empatia com o impacto duradouro que deixamos nas vidas dos outros através da compreensão e do cuidado.

Brene Brown (pesquisadora de vulnerabilidade e empatia):

Seus estudos destacam a empatia como a capacidade de “sentir com” as pessoas, crucial para a conexão.

  • 💡Como usar: Use para embasar a ideia de que a empatia é uma habilidade relacional que exige vulnerabilidade e presença.

O Treinamento da Empatia:

Impulsionada por essa percepção de que a empatia pode ser aprendida, a Dra. Helen Riess, palestrante do TEDxMiddlebury em “The Power of Empathy” ou “O poder da empatia”, baseou-se na neurociência da empatia, um campo em rápido crescimento.

Com base em seus aprendizados, ela desenvolveu um treinamento inovador, fundamentado na neurobiologia das emoções. A eficácia desse treinamento foi comprovada em um ensaio controlado randomizado no prestigiado Massachusetts General Hospital, onde médicos que participaram foram avaliados significativamente mais positivamente por seus pacientes.

A diferença foi notável em aspectos cruciais como a escuta ativa, a demonstração de compaixão e a compreensão genuína das preocupações dos pacientes, em comparação com os médicos não treinados.

Para facilitar a aplicação prática desses conhecimentos e ajudar a internalizar as principais maneiras de nos conectarmos com as pessoas, a Dra. Riess criou um acrônimo poderoso.

Prepare-se para desvendar as letras de E.M.P.A.T.I.A. e descobrir como cada uma delas pode transformar seu repertório sociocultural sobre empatia.

E.M.P.A.T.H.Y.: um acrônimo para a conexão

Para tornar a empatia mais acessível e fácil de lembrar, a palestrante criou o acrônimo E.M.P.A.T.H.Y. (em português, E.M.P.A.T.I.A.):

E – Eye Contact (Contato Visual):

O contato visual é, geralmente, a primeira indicação de que fomos notados por alguém. Ele é crucial para a conexão humana, remontando ao vínculo materno-infantil, onde a distância de foco do bebê é ideal para o olhar da mãe.

Na tribo Zulu, a palavra para “olá” é “sawubona”, que significa “Eu te vejo”, destacando o desejo universal de ser visto e compreendido. É o primeiro passo para o reconhecimento.

M – Muscles of Facial Expression (Músculos da Expressão Facial):

O rosto humano é um verdadeiro mapa de emoções. Nossas expressões faciais não só podem salvar nossas vidas, sinalizando perigo (como o nojo de uma comida estragada ou o susto antes de um acidente), mas também podem ser o primeiro indicativo de conexão, como um olhar paquerador retribuído que sugere uma nova relação.

Elas são vitais para nossa sobrevivência e para a formação de laços.

P – Posture (Postura)

A postura é uma poderosa transmissora de conexão. Posturas abertas ou fechadas enviam sinais de aproximação, ou evitação.

Um estudo revelou que médicos que se sentavam durante as rondas eram percebidos como muito mais calorosos e atenciosos por seus pacientes, mesmo usando as mesmas palavras que os colegas que permaneciam de pé. Isso mostra como a linguagem corporal fala alto.

A – Affect (Afeto)

Afeto é o termo científico para as emoções expressas. Quando você está com alguém, tentar identificar e nomear o afeto, por exemplo, pensando “O João está triste?” ou “A Jane está animada?”, pode mudar a maneira como você ouve e compreende o que a pessoa está dizendo.

Essa atenção ao estado emocional do outro aprofunda a interação.

T – Tone of Voice (Tom de Voz)

Todos já percebemos a voz embargada de alguém prestes a chorar ou o tom ríspido de quem está prestes a ficar com raiva.

A área do nosso tronco cerebral responsável pela resposta de luta ou fuga é a mesma onde residem os núcleos para o tom de voz e a expressão facial.

Isso significa que, quando ativados emocionalmente, nosso tom de voz e nossas expressões mudam sem que sequer tentemos controlá-las. Nossas emoções estão constantemente “vazando” para que todos as percebam.

H – Hearing the Whole Person (Ouvir a Pessoa por Inteiro)

Ouvir a pessoa por inteiro vai muito além das palavras ditas. Significa compreender o contexto em que o outro vive, manter a curiosidade aberta e adiar o julgamento até que você entenda realmente a perspectiva daquela pessoa.

É uma escuta profunda que busca o significado completo por trás da comunicação.

Y – Your Response (Sua Resposta)

Estamos constantemente absorvendo e respondendo aos sentimentos dos outros. Embora possamos pensar que experimentamos apenas nossas próprias emoções, na realidade, estamos em sintonia com as emoções alheias. Um guia útil é lembrar que a maioria dos sentimentos são, na verdade, mútuos.

Nossos cérebros são programados para a empatia porque nossa sobrevivência depende dela, através da ajuda mútua e da cooperação, e não apenas da “sobrevivência do mais apto”.

Dicas para usar o repertório na redação:

  • Priorize a clareza: Explique o conceito de forma sucinta e como ele se aplica ao tema da empatia.
  • Não “jogue” o repertório: Integre-o organicamente ao seu argumento, explicando a relação entre o conceito/exemplo e a tese.
  • Seja específico: Mencione nomes, obras e conceitos corretamente.
  • Diversifique: Tente usar repertório de diferentes áreas (filosofia, sociologia, arte, ciência) para mostrar amplitude de conhecimento.

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