Na realidade atual das salas de aula, torna-se cada vez mais comum que professores adotem a metodologia da sequência didática para facilitar o desenvolvimento de atividades voltadas à construção de novos conhecimentos e aprendizados. Mas como fazer uma sequência didática?
A sequência didática se baseia nos estudos da Escola de Genebra e segue um formato claro: apresentação inicial, produção diagnóstica, módulos de aprendizagem e produção final. Na apresentação inicial, o professor contextualiza o gênero textual e define os objetivos.
Em seguida, na produção diagnóstica, os alunos produzem um texto inicial para que o professor avalie o conhecimento prévio. Para entender melhor como fazer uma sequência didática, continue com o CRIA e boa leitura.

Como fazer uma sequência didática?
A sequência didática é uma metodologia que organiza as atividades de ensino em etapas, facilitando o aprendizado e a aquisição de novos conhecimentos.
Além disso, uma sequência didática é um conjunto estruturado de atividades escolares focadas em um gênero textual, oral ou escrito, com o objetivo de promover a evolução das competências dos alunos em situações de comunicação.
A seguir, explicamos como elaborar uma sequência didática de forma simples e eficiente:
1. Apresentação e contextualização
O primeiro passo para criar uma sequência didática é apresentar o gênero textual trabalhado, explicando seu contexto e função comunicativa. Então, o professor deve demonstrar a relevância desse gênero para a vida dos alunos, destacando situações reais em que ele é utilizado.
➡️ Exemplo: Para o gênero “artigo de opinião“, o professor pode contextualizar o uso desse tipo de texto em debates públicos e na formação de pensamento crítico.
2. Produção inicial ou diagnóstica
No modelo de Genebra, a produção inicial serve para avaliar o nível de conhecimento dos alunos sobre o gênero. No entanto, essa etapa pode ser adaptada conforme o contexto da turma.
👉 Adaptação para a realidade brasileira:
O trabalho de Freitas (2004) mostrou que, em uma escola pública, os alunos tinham dificuldade com estratégias argumentativas em artigos de opinião. Nesse sentido, a solução foi começar ensinando a ler e identificar essas estratégias antes de propor a escrita.
Então, quando os alunos não têm experiência com o gênero, pode ser mais eficaz iniciar com a leitura e análise de exemplos antes de propor uma produção inicial.
3. Módulos ou oficinas de aprendizagem
Após o diagnóstico inicial, o professor deve organizar módulos de ensino. Cada um deve ter focos específicos, trabalhando os diferentes componentes do gênero:
📝 Módulos para leitura:
- Análise de textos exemplares do gênero.
- Identificação de estrutura, linguagem e estilo.
🔎 Módulos para análise linguística:
- Exercícios para reconhecer e aplicar estratégias discursivas.
- Discussões em grupo sobre o uso de linguagem e estilo.
✍️ Módulos para produção:
- Escrita de textos guiados pelo professor.
- Reescrita de textos com base em feedbacks e análise crítica.
👉 Exemplo de adaptação: No trabalho de Gonçalves (2012), alunos do ensino fundamental se cansavam de reescrever textos durante oficinas de produção. Assim, a solução foi reorganizar os módulos, permitindo a criação de um novo texto em vez de apenas revisar o inicial, o que motivou os alunos e garantiu melhores resultados.
4. Produção final e avaliação
A produção final é o momento em que os alunos colocam em prática os conhecimentos adquiridos nos módulos. Desse modo, a avaliação deve considerar o progresso individual e coletivo, utilizando critérios claros para analisar o domínio do gênero.
➡️ Exemplo: Os textos finais podem ser publicados em um jornal da escola ou apresentados em um evento interno, valorizando o trabalho dos alunos e estimulando o engajamento.
Adaptação da sequência didática para o ensino brasileiro
Embora o modelo de sequência didática tenha sido desenvolvido para o contexto educacional de Genebra, ele pode (e deve) ser adaptado à realidade das escolas brasileiras.
As diferenças culturais, sociais e estruturais entre os sistemas educacionais exigem que os professores brasileiros façam ajustes para que o modelo funcione de forma eficaz com os alunos.
A seguir, vamos explorar com mais profundidade como essas adaptações podem ser implementadas para garantir um processo de ensino mais eficiente e motivador.
1. Iniciar com leitura e análise antes da produção
No modelo original de Genebra, a sequência didática começa com uma produção inicial para avaliar o conhecimento prévio dos alunos sobre o gênero textual em foco.
No entanto, essa abordagem pode não funcionar bem em turmas brasileiras, especialmente em contextos em que alunos têm pouco ou nenhum contato com o gênero em questão.
Por que essa adaptação é necessária?
- Muitos alunos brasileiros têm dificuldade com leitura e interpretação de textos, impactando diretamente a capacidade de produção textual.
- A falta de familiaridade com o gênero pode gerar insegurança e desmotivação, levando a uma rejeição inicial da atividade.
Como adaptar:
- ✅ Comece com uma fase de exploração do gênero.
- ✅ Apresente textos exemplares e promova a leitura coletiva e individual.
- ✅ Discuta os elementos estruturais e estilísticos do gênero (ex.: título, introdução, argumentos, linguagem formal ou informal).
- ✅ Permita que os alunos façam anotações e destaquem partes importantes do texto.
- ✅ Proponha exercícios de análise e interpretação para garantir que os alunos compreendam o gênero antes de iniciar a produção.
➡️ Exemplo:
Se o gênero escolhido for artigo de opinião, o professor pode apresentar textos de jornais ou revistas e pedir que os alunos identifiquem:
- Tema central.
- Tese defendida pelo autor.
- Argumentos utilizados para sustentar a tese.
- Linguagem e estilo do texto.
Nesse sentido, esse processo ajuda a consolidar o entendimento sobre o gênero, fornecendo uma base sólida para a produção posterior.
2. Focar na interação dos alunos com o texto
A interação é uma das bases para o desenvolvimento da linguagem, conforme defendido por Vygotsky (1998). No modelo de Genebra, a produção textual é vista como um processo individual, mas nas escolas brasileiras, atividades em grupo e discussões coletivas podem melhorar o aprendizado e o engajamento dos alunos.
Por que essa adaptação é necessária?
- A troca de ideias e o trabalho em grupo estimulam o pensamento crítico e a construção coletiva do conhecimento.
- Alunos que têm dificuldade para escrever podem se beneficiar ao ouvir e discutir ideias com os colegas antes de produzir o texto.
- Por fim, a interação permite que os alunos desenvolvam habilidades argumentativas e discursivas, fundamentais para a produção de textos.
Como adaptar:
- ✅ Organize debates e discussões sobre o tema do gênero estudado.
- ✅ Crie atividades em dupla ou em grupo para análise e interpretação de textos.
- ✅ Incentive a criação de mapas mentais e esquemas em grupo para organizar as ideias antes da produção.
- ✅ Promova a revisão coletiva de textos: os alunos podem trocar produções para dar feedback construtivo.
➡️ Exemplo:
Antes de produzir um artigo de opinião, o professor pode organizar um debate sobre um tema polêmico (exemplo: redes sociais e privacidade). Além disso, os alunos podem ser divididos em grupos para defender pontos de vista diferentes, o que os ajudará a desenvolver argumentos sólidos para a produção textual.
3. Permitir a criação de um novo texto em vez de apenas revisar o inicial
No modelo de Genebra, a produção inicial é reescrita com base no feedback recebido. No entanto, pesquisas mostram que esse processo pode gerar desmotivação, especialmente em turmas de ensino fundamental e médio.
Desse modo, os alunos podem se sentir frustrados ao receber críticas sobre o primeiro texto e serem obrigados a reescrevê-lo.
Por que essa adaptação é necessária?
- Alunos brasileiros costumam ter menos familiaridade com processos de revisão e reescrita de textos.
- A criação de um novo texto permite que os alunos apliquem diretamente o que aprenderam nos módulos de ensino, sem o peso emocional da correção anterior.
- A sensação de produzir algo novo, já com uma base mais sólida, pode aumentar a confiança dos alunos.
Como adaptar:
- ✅ Após a análise e leitura de textos exemplares, peça que os alunos escrevam um primeiro texto sem pressão de avaliação.
- ✅ Forneça um feedback detalhado sobre pontos fortes e aspectos a melhorar.
- ✅ Em vez de pedir a reescrita do texto inicial, então, proponha a criação de um novo texto, aplicando o que foi aprendido nos módulos.
- ✅ Reforce o progresso individual, destacando como o novo texto demonstra evolução em relação ao primeiro.
➡️ Exemplo:
Se o gênero for artigo de opinião, o professor pode:
- Pedir uma produção inicial sobre um tema geral (ex.: redes sociais).
- Analisar coletivamente exemplos de artigos de opinião bem estruturados.
- Oferecer feedback sobre o primeiro texto.
- Solicitar um novo artigo, dessa vez sobre um tema mais específico (ex.: o impacto das redes sociais na saúde mental).
Assim, essa abordagem permite que os alunos percebam sua própria evolução, o que aumenta o senso de competência e motivação.
4. Flexibilidade e personalização na sequência didática
Uma das vantagens do modelo de Genebra é a possibilidade de personalização. Assim, no contexto brasileiro, é essencial adaptar os módulos e atividades às realidades culturais, sociais e econômicas dos alunos.
Como garantir flexibilidade na sequência didática:
- ✅ Ajuste o número de módulos conforme o ritmo da turma.
- ✅ Adapte os temas dos textos para o contexto sociocultural dos alunos (ex.: temas locais, questões sociais relevantes para a comunidade).
- ✅ Considere o uso de mídias digitais e redes sociais para aproximar o conteúdo da realidade dos alunos.
- ✅ Respeite os diferentes estilos de aprendizagem — ofereça atividades variadas (ex.: debates, produções escritas, vídeos e análises textuais).
➡️ Exemplo:
- Em uma escola rural, o gênero notícia pode ser trabalhado com textos sobre a realidade agrícola local.
- Em uma escola urbana, o gênero artigo de opinião pode abordar temas como transporte público ou violência nas escolas.
Nesse sentido, essa personalização torna o ensino mais significativo e próximo da vivência dos alunos.
5. Avaliação processual e formativa
No modelo original de Genebra, a avaliação é realizada após a produção final, com um foco somativo. No contexto brasileiro, é importante incluir também a avaliação formativa, que valoriza o progresso e o processo de aprendizagem ao longo das etapas.
Como adaptar:
- ✅ Propor autoavaliação e revisão entre os colegas ao longo da sequência.
- ✅ Utilizar critérios claros e objetivos para avaliar cada etapa (ex.: estrutura, coerência, argumentação).
- ✅ Destacar o progresso dos alunos, não apenas os erros.
- ✅ Valorizar o esforço e a criatividade na produção final.
➡️ Exemplo:
Após a produção final de um artigo de opinião, o professor pode pedir que os alunos troquem os textos e preencham uma ficha de avaliação com sugestões construtivas para o colega.
Como CRIA pode ajudar no aprendizado?
A plataforma do CRIA é um recurso essencial para otimizar o tempo, melhorar o desempenho dos alunos e facilitar a rotina docente.
Agora que você já sabe mais sobre como fazer uma sequência didática?, o CRIA pode ser a ferramenta ideal para esse processo. Mas o que é o CRIA?
O CRIA é um corretor de redação por inteligência artificial que utiliza modelos de aprendizado de máquina gerados por meio de redações escritas por alunos reais e corrigidas por professores.
Além disso, o CRIA realiza previsões de notas por competência, análise de contexto na introdução, previsão de defesa de tese, previsão de fuga ao tema, previsão de intervenção, uso de parônimas e homônimas, etc.
Mas o que o CRIA faz por você?
- Análise instantânea da redação;
- Simulação da sua nota do ENEM por competência;
- Identificação de desvios, todos marcados no seu texto;
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- Fornece dados para melhorias na escrita, em texto e/ou avatar explicativo;
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- Professor olha as correções do CRIA e pode alterar conforme achar necessário, assim o CRIA sempre aprende com eles.
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