Como melhorar a competência 2 da redação do ENEM?

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Para melhorar a Competência 2 da redação do ENEM, domine: 1) Abordagem completa (desmembre e cubra todas as palavras-chave do tema, evitando tangenciamento); 2) Estrutura dissertativa (siga o formato Introdução-Desenvolvimento-Conclusão); e 3) Repertório produtivo (use citações e fatos legitimados).

Mulher sentada confortavelmente em um sofá claro, com fones de ouvido sem fio, escrevendo em um caderno apoiado nos joelhos. Ela sorri de forma relaxada.

Você quer saber Como melhorar a Competência 2 da Redação do ENEM? A Competência 2 (C2) é crucial e pode ser seu maior diferencial — ou seu maior obstáculo.

Assim, ela avalia sua capacidade de compreender a proposta de redação e aplicar conceitos de várias áreas do conhecimento para desenvolver o tema dentro dos limites do texto dissertativo-argumentativo.

Em termos práticos, 200 pontos na C2 dependem de três pilares: a correta abordagem do tema, o uso estratégico do repertório sociocultural e o domínio da estrutura textual.

Então, este guia detalhado oferece o passo a passo e as estratégias de um especialista para você dominar a C2, evitar o temido tangenciamento e elevar a qualidade da sua argumentação, transformando seu texto em um modelo de excelência.

O que a Competência 2 (C2) avalia na prática?

A C2 é o cérebro da sua redação. Nesse sentido, ela exige que você vá além de “escrever bem”, testando sua leitura crítica do mundo e sua capacidade de mobilizar conhecimento.

A matriz de correção do ENEM divide a avaliação da C2 em três requisitos inegociáveis:

  1. Abordagem Completa do Tema: O texto deve cobrir integralmente o recorte temático proposto, sem tangenciamento (abordagem parcial) ou fuga.
  2. Repertório Sociocultural Produtivo: Você deve usar informações, fatos, citações ou referências de áreas externas aos textos motivadores. Esse repertório deve ser legitimado, pertinente ao tema e produtivo (usado para sustentar sua argumentação).
  3. Estrutura Dissertativo-Argumentativa: Seu texto precisa seguir o gênero textual exigido: introdução, desenvolvimento e conclusão.

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Como não tangenciar o tema?

O erro mais comum que derruba a nota na C2 é o tangenciamento. Então, tangenciar significa falar apenas do assunto, mas não do tema (o recorte específico).

1. Desmembramento da frase temática:

Para garantir a abordagem completa, sua primeira ação na prova deve ser o desmembramento da frase temática.

Como fazer:

  • Identifique e circule os núcleos conceituais (o assunto principal) e os recortes (as especificações).
  • Exemplo (ENEM 2023): “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil.”
  • Ataque todos os pontos: Seu texto deve mencionar a mulher, o trabalho de cuidado E a invisibilidade/desafios no Brasil. Se você falar apenas sobre “trabalho feminino” (omitindo o “cuidado”), você tangencia.

2. Palavras-chave em ação:

É vital que as palavras-chave do tema apareçam em sua redação de forma estratégica.

  • Introdução: Apresente todas as palavras-chave, estabelecendo a tese.
  • Desenvolvimentos (D1 e D2): Retome os termos no tópico frasal ou ao longo da argumentação.
  • Conclusão: Use as palavras-chave para amarrar a proposta de intervenção.

O pilar do repertório: legitimidade, pertinência e produtividade

O repertório sociocultural é, portanto, o elemento que eleva a sua redação do nível mediano à excelência, conferindo autoridade e profundidade à sua argumentação na Competência 2. Dessa forma, não basta apenas citar; é preciso saber usar.

A seguir, detalharemos o fundamental “Tripé do Repertório Nota 200″— Legitimidade, Pertinência e Produtividade — e apresentaremos dicas essenciais para garantir que seus conhecimentos externos sejam sempre aplicados de forma estratégica e, além disso, contextualizada.

1. O Tripé do Repertório Nota 200:

ConceitoDefinição PráticaExemplo
LegitimidadeO conhecimento deve ser reconhecido pela área de saber (Filosofia, História, Literatura, Sociologia, etc.).Citar um filme premiado, uma teoria sociológica (Zygmunt Bauman), ou um artigo da Constituição.
PertinênciaO repertório deve ter relação clara com o tema proposto na prova.Em um tema sobre saúde mental, citar a série 13 Reasons Why é pertinente.
ProdutividadeO repertório não pode ser apenas decorativo. Ele deve ser usado para sustentar, embasar ou refutar seu ponto de vista.Citar Kant e, em seguida, explicar como o conceito dele justifica a inação estatal no problema do tema.

2. Dicas para repertórios de alto nível:

Evite citações genéricas. Crie um “banco de repertório” por eixos temáticos (Educação, Saúde, Tecnologia, Cidadania) e treine a aplicação. O corretor de IA (e o humano) valoriza a aplicação contextualizada.

Então, se você cita um filósofo, demonstre que entendeu o conceito dele e como ele se aplica ao problema brasileiro.

Estrutura Dissertativo-Argumentativa:

A C2 exige que o texto seja dissertativo-argumentativo em prosa. Nesse sentido, isso significa que a estrutura (Introdução, D1, D2, Conclusão) é obrigatória e deve ser bem delimitada.

O que evitar para não perder pontos na C2:

  • Traços Narrativos: Evite longas histórias pessoais ou descrições que fujam da argumentação. O foco deve ser a defesa de um ponto de vista.
  • Informativo Puro: A redação não é uma reportagem. Você deve opinar (defender uma tese) e argumentar, não apenas expor dados.
  • Estrutura Desequilibrada: Garanta que D1 e D2 tenham tamanho e profundidade semelhantes, desenvolvendo os dois argumentos prometidos na introdução.

A estrutura ideal:

Estruturar seu texto com clareza facilita que a IA extraia seus argumentos:

  1. Introdução: Tese e dois argumentos (causa e consequência).
  2. D1: Argumento 1 (Causa) + Repertório produtivo.
  3. D2: Argumento 2 (Consequência/Fator Adicional) + Repertório produtivo.
  4. Conclusão: Retomada da tese + Proposta de Intervenção (C5).

Análise da Competência 2 (C2) – Redação Nota 1000

Aluna Sabrina Ayumi Alves Shimizu, redação ENEM 2024

Introdução:

O livro “Nós matamos o cão tinhoso” de Luís Bernardo Honwana retrata a sociedade moçambicana durante a colonização portuguesa. Na obra literária, observa-se uma dinâmica social pautada pela inferiorização dos indivíduos negros, na qual o racismo está enraizado nas interações entre as pessoas, na qualidade de vida e na autoimagem de cada ser. Assim, ao inserir a imagem criada pelo livro no contexto brasileiro de ínfima valorização da herança africana, infere-se que o passado colonial persiste nas estruturas do Brasil, se manifestando a partir do apagamento sistemático da cultura afro-brasileira. Em razão disso, deve-se discutir o papel do Estado no setor escolar e cultural diante desse contexto de silenciamento.

Análise da C2 na IntroduçãoPontos Fortes
Abordagem do TemaCompleta. A tese (“passado colonial persiste nas estruturas do Brasil, se manifestando a partir do apagamento sistemático da cultura afro-brasileira”) ataca o cerne da “desvalorização da herança africana”.
RepertórioExcelente. Inicia com a obra “Nós matamos o cão tinhoso” (literatura, legitimado), contextualizando a temática do racismo colonial e a inferiorização, e ligando-o produtivamente à realidade brasileira (apagamento).
EstruturaTese claramente apresentada e o encaminhamento argumentativo (o papel do Estado no setor escolar e cultural) é anunciado, seguindo o modelo ideal.

Desenvolvimento 1 (D1):

Em um primeiro momento, é necessário entender a relação entre a dinâmica social brasileira e a desvalorização da herança africana. Para fundamentar essa ideia, o filósofo brasileiro Ailton Krenak afirma que, no Brasil, existem dois grupos — a humanidade, formada pela elite econômica, e a subumanidade, a qual tem seus direitos negados e é constituída principalmente pelas populações marginalizadas socialmente, como os povos originários e os negros. Por conseguinte, entende-se que o apagamento da cultura africana é uma extensão do panorama da desigualdade social brasileira, já que essa desvalorização sistemática silencia as vozes de populações que são violentadas e oprimidas há séculos, o que favorece a manutenção dessas pessoas no grupo da subumanidade. Dessa forma, o Estado deve desenvolver medidas que visem valorizar e apoiar artistas e escritores relacionados à herança africana no Brasil.

Análise da C2 no D1Pontos Fortes
Abordagem do TemaMantida. O parágrafo argumenta que a desvalorização é uma “extensão do panorama da desigualdade social brasileira”, vinculando a herança africana à marginalização (subumanidade).
RepertórioAltamente produtivo. A citação de Ailton Krenak (filosofia/sociologia, legitimado) é usada para justificar o argumento de que a desvalorização cultural é uma ferramenta para manter a população negra na “subumanidade”.
EstruturaTópico frasal claro, seguido pelo desenvolvimento do argumento com o repertório e uma conclusão parcial que aponta para a necessidade de valorização.

Desenvolvimento 2 (D2):

Sob outra ótica, a compreensão acerca da importância da ancestralidade na formação da autoimagem e da noção de pertencimento de cada indivíduo é imperativa. Para isso, a filósofa brasileira Marilena Chauí defende a ideia de que, enquanto os animais são naturais, os humanos são culturais — ou seja, a cultura que cada pessoa está inserida compõe a essência desse ser. A partir disso, compreende-se que o silenciamento da herança africana nega a uma grande parte do povo brasileiro a sua própria essência, o que constitui uma violência estrutural e resulta numa noção de não pertencimento generalizada e em uma autoimagem defasada. Frente a isso, o Estado deve agir em prol da promoção de manifestações culturais afro-brasileiras.

Análise da C2 no D2Pontos Fortes
Abordagem do TemaMantida. O foco se desloca para o impacto psicológico e social da desvalorização da herança africana: a negação da essência, a autoimagem e a falta de pertencimento.
RepertórioAltamente produtivo. A citação de Marilena Chauí (filosofia, legitimada) sobre o humano ser cultural (e não natural) é usada como base para argumentar que negar a herança africana é negar a própria essência de uma parte da população.
EstruturaTópico frasal introdutório, repertório usado para justificar o argumento principal (a violência estrutural e o não pertencimento) e fechamento coerente.

Conclusão:

Em suma, conclui-se que a desvalorização da cultura africana está diretamente relacionada a um processo sistemático de silenciamento de grupos oprimidos e resulta na falta de pertencimento de muitos indivíduos. Portanto, cabe ao Estado, por meio de uma parceria entre o Ministério da Economia (ME) e o Ministério da Educação e da Cultura (MEC), desenvolver manifestações culturais afro-brasileiras nas escolas, como, por exemplo, peças teatrais e festivais de dança, música e arte, assim como investir financeiramente na promoção de artistas e escritores que têm suas carreiras relacionadas à herança africana. Por fim, essas ações serão responsáveis por impedir o perpetuamento da desvalorização da cultura africana no Brasil.

Análise da C2 na ConclusãoPontos Fortes
Abordagem do TemaRetomada da tese com as palavras-chave, consolidando o posicionamento.
EstruturaFechamento do texto dissertativo-argumentativo, sendo seguido pela Proposta de Intervenção (requisito da C5, mas que encerra a estrutura).

Conclusão sobre a C2:

A redação exemplifica o domínio da C2 ao:

  1. Abordar o tema em sua totalidade (desvalorização da herança africana no Brasil).
  2. Seguir a estrutura dissertativo-argumentativa de forma clara.
  3. Mobilizar três repertórios socioculturais (Honwana, Krenak e Chauí) que são legitimados, pertinentes e, o mais importante, produtivamente utilizados para construir a argumentação.

Como se preparar para qualquer redação com o CRIA?

Agora que você já sabe mais sobre como melhorar a Competência 2 da redação do ENEM, o CRIA pode ser a ferramenta ideal para esse processo. Mas o que é o CRIA?

O CRIA é um corretor de redação por inteligência artificial que utiliza modelos de aprendizado de máquina gerados por meio de redações escritas por alunos reais e corrigidas por professores.

Além disso, o CRIA realiza previsões de notas por competência, análise de contexto na introdução, previsão de defesa de tese, previsão de fuga ao tema, previsão de intervenção, uso de parônimas e homônimas, etc.

Mas o que o CRIA faz por você?

  • Análise instantânea da redação;
  • Simulação da sua nota do ENEM por competência;
  • Identificação de desvios, todos marcados no seu texto;
  • Traz correções detalhadas por competência;
  • Histórico de progresso;
  • Fornece dados para melhorias na escrita, em texto e/ou avatar explicativo;
  • Plataforma gamificada, pode compartilhar com amigos e obter vantagens;
  • Professor olha as correções do CRIA e pode alterar conforme achar necessário, assim o CRIA sempre aprende com eles.

Vamos começar? Então acesse aqui.

Perguntas frequentes sobre

Qual a diferença entre fuga e tangenciamento na Competência 2?

Tangenciamento ocorre quando o candidato aborda o assunto geral, mas ignora o recorte temático específico. Por exemplo, falar de “invisibilidade social” em geral, sem citar o “registro civil”. Então, fuga ao tema é quando o candidato escreve sobre um assunto completamente diferente da proposta, resultando em nota zero.

Posso usar os textos motivadores como repertório?

Não. A Competência 2 exige que você mobilize repertório externo aos textos motivadores. Assim, copiar trechos ou apenas parafrasear os textos motivadores não será considerado repertório produtivo e limitará sua nota na C2.

O repertório precisa ser citado formalmente (sobrenome, ano)?

Não é necessário seguir as normas ABNT. Então, o importante é que a referência seja legitimada e que você a utilize de forma clara e produtiva, associando-a à sua argumentação para defender o seu ponto de vista.

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