A adultização de crianças e adolescentes é um tema cada vez mais relevante e urgente, especialmente com a ascensão das redes sociais.
Para você que busca a nota máxima na redação do ENEM ou em concursos públicos, dominar este assunto e, principalmente, ter um repertório sociocultural sobre adultização vasto e bem articulado, é um diferencial competitivo.
Neste guia completo do CRIA, você encontrará uma curadoria de filmes, séries, documentários, conceitos filosóficos e sociológicos, além de dados e notícias que podem ser usados para fundamentar seus argumentos de forma robusta e inteligente.
Então, prepare-se para construir uma redação impecável e surpreender a banca examinadora!
O que é Adultização?
A adultização, um termo derivado do latim “adulte” (adulto) e do sufixo “isação” (que significa o ato ou efeito de se transformar), refere-se à transformação de crianças e adolescentes em adultos. [1]
Este fenômeno é particularmente notável no contexto da imagem e dos comportamentos promovidos nas redes sociais.
Assim, trata-se de um tema de grande relevância, pois está diretamente ligado ao comportamento humano e à antecipação de atitudes, aparências e linguagens que são tipicamente associadas à vida adulta em faixas etárias precoces.
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Contexto e impacto do vídeo (Felca)
O vídeo de Felca, que gerou ampla discussão e milhões de visualizações, teve um impacto significativo ao trazer à tona a questão da adultização nas redes sociais. Mais do que apenas uma exposição do fenômeno, o vídeo serviu como uma denúncia crucial, que acelerou um processo já em andamento no Ministério Público.
Desse modo, esse processo culminou na criminalização de um influenciador que explorava a imagem de crianças e adolescentes por meio de um reality show online, resultando inclusive na derrubada de sua conta nas plataformas.
Além disso, a iniciativa de Felca em criar um perfil “fake” para investigar a dinâmica algorítmica revelou uma vulnerabilidade algorítmica preocupante. Ao interagir com conteúdos relacionados à adultização (curtindo, compartilhando e comentando), o perfil começou a ser inundado por mais e mais material do mesmo tipo.
Desse modo, essa experiência demonstrou como os algoritmos das redes sociais podem impulsionar e perpetuar a exposição a determinados conteúdos, evidenciando a fragilidade de todos – adultos, crianças e adolescentes – diante dessa lógica, e levantando questões sobre a responsabilidade das próprias plataformas.
Repertório Sociocultural Detalhado para a Adultização nas Redes Sociais
Prepare-se para explorar um vasto leque de opções para enriquecer sua redação sobre a adultização infantil.
Referências Legislativas e Documentos Oficiais
A base legal é fundamental para argumentar sobre os direitos e a proteção da infância.
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Lei nº 8.069/90
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é a principal referência legal no Brasil quando o assunto é infância e adolescência. Então, você pode citar artigos que tratam da proteção integral da criança e do adolescente, como o Art. 4º, que estabelece que:
“É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”.
Assim, a adultização, ao apurar etapas do desenvolvimento natural, fere essa integridade e os direitos fundamentais garantidos por lei. [2]
Constituição Federal de 1988
A Constituição Federal de 1988, em seu Art. 227, garante à criança e ao adolescente:
“O direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”
Assim, este artigo reforça a responsabilidade do Estado, da família e da sociedade em geral na proteção e no asseguramento de um desenvolvimento saudável, o que é diretamente comprometido pela adultização. [3]
Lei n.º 13.431/2017
Esta lei dispõe sobre o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência. Embora seja mais específica para casos de violência, ela pode ser relacionada à vulnerabilidade que a adultização gera.
Desse modo, ao expor crianças a contextos e pressões adultas no ambiente online, a adultização pode inadvertidamente expô-las a riscos e situações que violam sua integridade e as tornam mais suscetíveis a diferentes formas de violência, sejam elas físicas, psicológicas ou de exploração digital. [4]
Declaração Universal dos Direitos da Criança (ONU, 1959) e Convenção sobre os Direitos da Criança (ONU, 1989)
Ambos os documentos internacionais, a Declaração Universal dos Direitos da Criança [5] e a Convenção sobre os Direitos da Criança [6], são marcos globais. Assim, eles reconhecem, de forma expressa, o direito da criança ao brincar, ao lazer e à proteção contra a exploração.
Nesse sentido, esses pontos são diretamente confrontados pela adultização precoce, que muitas vezes sobrecarrega a infância com responsabilidades e padrões inadequados, subtraindo o tempo dedicado ao livre desenvolvimento e à brincadeira.
Filmes e séries sobre adultização:
A cultura pop oferece metáforas e reflexões visuais poderosas sobre o tema. Então, confira a seguir filmes e séries sobre adultização:
O Poderoso Chefinho (The Boss Baby, 2017)
Esta animação, embora cômica, satiriza a ideia de um bebê com mentalidade e responsabilidades de adulto. Então, você pode utilizá-la para ilustrar como a infância pode ser “roubada” em função de pressões externas ou expectativas sociais, remetendo à perda da espontaneidade e da pureza da fase infantil.
Pequena Miss Sunshine (Little Miss Sunshine, 2006)
O filme acompanha uma família disfuncional em sua jornada para levar uma menina a um concurso de beleza infantil. Nesse sentido, ele expõe a pressão estética e a erotização precoce que concursos de beleza e, por extensão, as redes sociais, impõem às crianças, forçando-as a adotar posturas e aparências que não condizem com sua idade.
Lindinhas (Cuties, 2020)
Este controverso filme francês aborda a história de uma menina de 11 anos que busca liberdade em um grupo de dança, mas acaba confrontando a hipersexualização e a exposição nas redes sociais. É um exemplo direto dos perigos da adultização no ambiente digital, ilustrando os dilemas e a vulnerabilidade das crianças diante de conteúdos inapropriados.
A Vida Secreta dos Bichos (The Secret Life of Pets, 2016)
Embora não seja diretamente sobre adultização humana, a dinâmica dos animais “vivendo como humanos” pode ser uma analogia interessante.
Assim, use-a para discutir a perda da espontaneidade e da essência da infância quando há uma imposição de comportamentos adultos, subvertendo a natureza lúdica e livre que deveria caracterizar essa fase da vida.
A Rede Social (The Social Network, 2010)
Este filme é essencial para abordar a responsabilidade das plataformas e a lógica por trás da criação e impacto desses ambientes digitais.
Desse modo, ele permite discutir como as estruturas e os algoritmos das redes sociais contribuem para a disseminação de conteúdos que levam à adultização, e a necessidade de maior controle e ética por parte dessas empresas.
Documentários e pesquisas:
Conteúdos aprofundados que trazem dados e análises de especialistas. Então, confira a seguir documentários e pesquisas que torneiam ao redor do tema sobre adultização:
Criança, a Alma do Negócio (2008):
Este documentário seminal explora como a publicidade e as mídias em geral afetam o comportamento e o consumo infantil. É um excelente recurso para discutir a mercantilização da infância e como ela impulsiona a adultização através da indução ao consumo de produtos e estilos de vida adultos. [7]
Vídeo “Adultização das Crianças: a infância descartada” (Canal Criar e Crescer, com o pediatra Daniel Becker)
Este vídeo é uma fonte direta de expertise, pois um pediatra aborda os impactos negativos da adultização no desenvolvimento físico, mental e emocional da criança, e a importância vital do brincar.
Pesquisas da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
A SBP frequentemente divulga materiais e estudos sobre o impacto das telas e do conteúdo digital na saúde mental e física de crianças e adolescentes. Citar esses dados confere autoridade à sua argumentação sobre os riscos da adultização. [8]
Estudos da UNICEF ou de outras ONGs focadas na proteção da infância
Busque por relatórios que abordem a exploração infantil, a exposição online e o impacto das redes sociais no desenvolvimento de crianças e adolescentes em diferentes contextos globais. Nesse sentido, essas fontes são cruciais para fundamentar argumentos sobre a necessidade de políticas públicas e proteção digital. [9]
Conceitos Filosóficos e Sociológicos
Ferramentas analíticas para fundamentar seus argumentos em teorias consagradas.
Indústria Cultural (Theodor Adorno e Max Horkheimer)
Este conceito da Escola de Frankfurt [10] discute como a cultura de massa (e, por extensão, o conteúdo das redes sociais) padroniza comportamentos, molda desejos e impulsiona o consumo.
Assim, aplique-o para argumentar que a adultização é um produto dessa indústria cultural, que mercantiliza a infância e impõe padrões estéticos e de consumo.
Banalidade do Mal (Hannah Arendt)
Embora se refira a contextos extremos, a ideia de que atos nocivos podem ser aceitos como “normais” pela sociedade, por meio da ausência de reflexão crítica, pode ser adaptada. Hannah Arendt explorou este conceito em sua obra Eichmann em Jerusalém. [11]
Então, argumente que a adultização se banaliza nas redes sociais, tornando-se uma prática aceita e até incentivada, sem que se percebam seus graves impactos.
Jean-Jacques Rousseau (Emílio, ou Da Educação)
Em sua obra fundamental Emílio, ou Da Educação, Rousseau defende a infância como uma fase natural e singular do desenvolvimento humano que deve ser respeitada em suas particularidades, sem a imposição de lógicas ou responsabilidades adultas. [12] Use-o para contrapor a ideia da adultização, defendendo o direito da criança de ser criança.
Sociedade do Espetáculo (Guy Debord)
Debord argumenta que a vida moderna se transforma em uma vasta acumulação de espetáculos, onde a imagem se sobrepõe à realidade, conforme detalhado em sua obra A Sociedade do Espetáculo. [13]
Assim, relacione com a supervalorização da aparência e da performance nas redes, que impulsiona a adultização, transformando a infância em um “espetáculo” para visualizações e monetização.
Modernidade Líquida (Zygmunt Bauman)
Bauman descreve a sociedade contemporânea como fluida, sem certezas sólidas, conceito amplamente abordado em suas obras sobre a modernidade líquida. [14]
Portanto, isso pode ser usado para discutir como a identidade infantil se torna mais “líquida” e instável sob a pressão da adultização, sem tempo para uma formação sólida de valores e autoimagem.
Como integrar o repertório na sua redação (Exemplos Práticos)
A chave é ir além da mera citação. Então, mostre à banca como o repertório se conecta com sua tese:
Na Introdução
Ao iniciar sua redação, você pode contextualizar o tema da adultização de forma impactante, como: “A adultização infantil, fenômeno intensificado pela lógica das redes sociais, como brilhantemente exposto no documentário ‘Criança, a Alma do Negócio’, revela uma preocupante antecipação de etapas do desenvolvimento, confrontando a proteção integral assegurada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).” Este formato introduz o tema, apresenta um repertório legitimado e já alinha com a tese da desproteção.
No Desenvolvimento (Argumento 1 – Prejuízos Psicológicos)
Para aprofundar os impactos psicológicos, você pode desenvolver: “Tal cenário, potencializado pela vulnerabilidade algorítmica das plataformas digitais, expõe crianças a padrões estéticos e comportamentais incompatíveis com sua maturidade. Sob a ótica da Indústria Cultural de Adorno e Horkheimer, observa-se a mercantilização da infância, que impulsiona a busca por uma ‘perfeição’ irreal, gerando distorções na autoimagem e elevando os índices de ansiedade entre os jovens.” Aqui, o conceito sociológico reforça a crítica à lógica que fomenta a adultização.
No Desenvolvimento (Argumento 2 – Exploração e Riscos Sociais)
Para abordar a exploração e os riscos sociais, considere: “Ademais, a exploração comercial da imagem infantil, muitas vezes disfarçada de ‘conteúdo divertido’, fere os princípios do Art. 227 da Constituição Federal. Casos notórios, como o exposto no vídeo de Felca sobre a adultização e a exploração de menores, evidenciam como a busca por engajamento e monetização pode fragilizar a proteção integral, expondo crianças a riscos como cyberbullying e, em casos mais graves, a crimes virtuais, contrariando a premissa de Jean-Jacques Rousseau sobre o respeito à infância.” Este exemplo une legislação, um caso concreto e uma perspectiva filosófica para sustentar o argumento.
Como CRIA para mandar bem na redação do ENEM
Agora que você já sabe mais sobre o repertório sociocultural sobre adultização, o CRIA pode ser a ferramenta ideal para esse processo. Mas o que é o CRIA?
Projetado para auxiliar professores e estudantes no processo de produção textual, o CRIA não apenas corrige textos, mas oferece devolutivas personalizadas, sugestões de melhoria e estimula a autonomia dos alunos.
Além disso, o CRIA realiza previsões de notas por competência, análise de contexto na introdução, previsão de defesa de tese, previsão de fuga ao tema, previsão de intervenção, uso de parônimas e homônimas, etc.
Mas o que o CRIA faz por você?
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Perguntas frequentes (FAQ):
Adultização precoce é a antecipação de comportamentos, aparências e linguagens típicas da vida adulta em crianças e adolescentes, muitas vezes impulsionada pela exposição a conteúdos e expectativas online nas redes sociais.
Sim, o vídeo de Felca é um excelente repertório sociocultural legitimado para a redação do ENEM sobre adultização, pois aborda diretamente a questão da exploração de crianças e adolescentes nas redes sociais e suas consequências, funcionando como um exemplo contemporâneo e pertinente.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é fundamental para o tema da adultização, pois garante a proteção integral dos direitos da criança e do adolescente. A adultização, ao desrespeitar o tempo de desenvolvimento e expor os jovens a riscos, vai contra os princípios estabelecidos no ECA.
A Indústria Cultural, conceito de Adorno e Horkheimer, relaciona-se à adultização ao padronizar e mercantilizar a infância. Ela cria e dissemina padrões de consumo e comportamento adultos que são assimilados por crianças e adolescentes, transformando a infância em um produto e incentivando a busca por validação e consumo.
Sim, exemplos de crianças influenciadoras são repertórios produtivos e pertinentes. Assim, eles ilustram diretamente como a pressão por engajamento e monetização nas redes sociais pode levar à exploração da imagem infantil e à antecipação de responsabilidades adultas, comprometendo o direito à infância.
Referências:
[1] Adultização
[2] Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Lei nº 8.069/90
[3] Constituição Federal de 1988
[4] Lei n.º 13.431/2017
[5] Declaração Universal dos Direitos da Criança (ONU, 1959)
[6] Convenção sobre os Direitos da Criança (ONU, 1989)
[7] Criança, a Alma do Negócio
[8] O uso das telas e o desenvolvimento infantil
[9] Dados e Relatórios UNICEF Brasil
[10] Escola de Frankfurt
[11] Eichmann em Jerusalém
[12] Emílio, ou Da Educação
[13] A Sociedade do Espetáculo
[14] Modernidade líquida
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