Vai fazer a Redação FGV 2025? Veja o que caiu e como mandar bem na prova. Se você está se preparando para o vestibular da Fundação Getulio Vargas, entender o que a banca cobra na redação é essencial. A Redação FGV 2025 trouxe como tema um debate atual e polêmico: a cultura woke.
A proposta de redação da FGV 2025 convidou os candidatos a refletirem sobre os prós e contras da chamada cultura woke. Um termo que começou nos Estados Unidos e tem ganhado espaço no debate público e político no mundo todo, inclusive no Brasil.
A banca apresentou dois textos de apoio com diferentes visões: o primeiro, mais descritivo, explica o surgimento e a evolução do termo woke no contexto das lutas antirracistas e sociais.
Já o segundo, mais opinativo, traz uma análise crítica do uso comercial dessas pautas por empresas e da maneira como isso afeta a atuação da esquerda no cenário político atual.
Neste post, a gente explica o que apareceu na prova, o que é importante observar na proposta. Além disso, como você pode se preparar para escrever uma boa dissertação — com dicas práticas e foco na argumentação. Então, bora entender tudo?

Proposta de Redação FGV 2025
Tema: A “cultura woke”: prós e contras.
Texto I
O que é ‘woke’ e por que termo gera batalha cultural e política
“Acordei.” Esse é o significado literal da palavra woke, passado do verbo wake, que significa “acordar, despertar”. Recentemente, no entanto, o termo ganhou significados bem mais amplos.
Na gíria norte-americana, ser ou estar woke pode indicar com quais posturas políticas você mais se identifica. Neste ano, antes das eleições dos EUA em novembro, woke e alguns outros termos têm tido uma forte presença no debate online. E, de acordo com especialistas, podem influenciar significativamente os eleitores.
O uso do termo woke surgiu na comunidade afro-americana. Originalmente, ele queria dizer “estar alerta para a injustiça racial”. O termo ressurgiu na última década com o movimento Black Lives Matter, criado para denunciar a brutalidade policial contra pessoas negras.
Mas, desta vez, seu uso se espalhou para além da comunidade negra e passou a ser empregado com significado mais amplo. Em 2017, o dicionário inglês Oxford acrescentou esse novo significado de woke, definido como: “estar consciente sobre temas sociais e políticos, especialmente o racismo”.
Parece algo positivo, certo? Mas isso depende da pessoa a quem se faz essa pergunta. Assim como algumas pessoas se autodefinem com muito orgulho como woke, ou seja, atentas contra a discriminação e a injustiça, outras utilizam o termo como insulto.
O próprio dicionário Oxford faz essa distinção. Após a definição, ele acrescenta: “esta palavra é frequentemente empregada com desaprovação por pessoas que pensam que outros se incomodam muito facilmente com estes assuntos, ou falam demais sobre eles, sem promover nenhuma mudança”.
Continuação:
Ou seja, para algumas pessoas, ser woke é ter consciência social e racial, questionando paradigmas e normas opressoras historicamente impostos pela sociedade. Já para outros, o termo descreve hipócritas que acreditam ser moralmente superiores e querem impor suas ideias progressistas sobre os demais.
Os críticos da cultura woke questionam principalmente os métodos coercitivos adotados por pessoas que acusam de serem “policiais da linguagem”. Sobretudo em expressões e ideias consideradas misóginas, homofóbicas ou racistas.
Um método que vem gerando muito mal-estar é o “cancelamento”: o boicote social e profissional, normalmente realizado por meio das redes sociais, contra indivíduos que cometeram ou disseram algo considerado intolerável.
Para os defensores da cultura woke, trata-se de uma forma de protesto não violento que permite empoderar grupos historicamente marginalizados da sociedade e corrigir comportamentos, especialmente nos setores mais privilegiados que, até agora, eram parte do status quo e persistiam sem punição, nem mudança.
Fonte: BBC News Brasil, 13 ago. 2024. Adaptado.
Texto II
A cultura woke: a esquerda entre duas extremas direitas
A guerra cultural contemporânea, encampada pelas empresas proprietárias das redes sociais, tornou a disputa tradicional entre esquerda e direita mais complexa, desafiando a atuação político-cultural progressista.
Embora a engenharia de narrativas da direita liberal ainda seja predominante, as redes sociais contribuíram para multiplicar a visibilidade dos atores políticos da direita “tradicional” no mundo. Essa maior complexidade contribui para interpretações equivocadas, acostumadas com a dualidade histórica entre esquerda e direita, advinda da Revolução Francesa.
Hoje, a esquerda se situa culturalmente entre duas forças de extrema direita, que duelam por hegemonia. Os Estados Unidos são o paradigma dessa nova ordem.
As ações culturais da extrema direita tradicional sempre se basearam na emissão recorrente de supostos valores virtuosos da “família, da pátria e de Deus”, em meio a discursos de ordem, disciplina e tradição. Já a outra extrema direita exerce sua hegemonia de modo mais sofisticado.
O liberalismo estadunidense (que consideramos extremista, conservador e não progressista) mergulhou, nos últimos dez anos, na tarefa de absorver e pautar reivindicações como as negras, feministas, LGBTQIAP+ e ambientais — difundindo essa atuação para as elites liberais do mundo.
Essa direita liberal percebeu essa nova camada cultural woke e tratou de esvaziar seu sentido revolucionário de classe, convertendo-a em reivindicações “culturais” dentro do próprio capitalismo. Rapidamente, produtos adequaram suas marcas às novas pautas: bandeiras arco-íris em logotipos, mulheres negras como garotas-propaganda, heroínas feministas na indústria cultural, lutas ambientais encampadas por empresas.
Continuação:
Antes de classificar essa nova cultura como positiva ou negativa, é preciso entender que, em pouquíssimo tempo, toda a maquinaria liberal mundial começou a absorver essas lutas.
Músicas, livros, novelas, agências de notícias, celebridades, propagandas, influenciadores e filmes infantis passaram a criar narrativas supostamente “inclusivas”, tomando completamente as rédeas das lutas históricas dos movimentos identitários — e excluindo delas a luta de classes.
No Brasil, a TV Globo é a principal representante; no mundo, Hollywood. O filme da boneca Barbie é um exemplo paradigmático: após uma crise de vendas, a Mattel contratou uma diretora feminista para reposicionar a marca e relançar a boneca como “feminista”, tornando-a um fenômeno mundial de vendas.
Assim, a extrema direita liberal absorve e neutraliza a pauta progressista, obrigando as forças de esquerda a defenderem uma mercadoria ideológica ou uma TV capitalista frente aos ataques da outra extrema direita.
Fonte: Guilherme Leite Cunha. Brasil de Fato, 18 ago. 2023. Adaptado.
https://www.brasildefato.com.br/
Instruções para a Redação:
Tendo surgido, já há algum tempo, no âmbito das lutas antirracistas nos Estados Unidos, o termo woke (“desperto” ou “atento”, em inglês) passou a ser usado mundialmente, inclusive no Brasil, para designar uma série de lutas e reivindicações — raciais, de gênero, orientação sexual, etarismo, entre outras.
Desse modo, tornou-se comum falar-se em “cultura woke”, “atitude woke” etc., tanto para apoiar quanto para abominar os valores e práticas que essas pautas envolvem.
Assim, a controvérsia aparece em todo o espectro político, tanto à direita quanto à esquerda.
Tarefa:
Então, com base nos textos e em outras informações que considerar relevantes, exponha seu ponto de vista sobre o tema, redigindo uma dissertação em prosa com o título:
A “cultura woke”: prós e contras.
Critérios obrigatórios:
- O texto deverá obedecer às normas da língua escrita culta.
- Use caneta esferográfica azul ou preta. É vedado o uso de lápis, lapiseira, corretor, caneta fluorescente e borracha.
- O texto definitivo deve conter entre 20 e 30 linhas. Além disso, redações fora desse limite receberão nota zero.
- A estrutura dissertativa deve ser respeitada. Redações com fuga ao tema ou à estrutura também receberão nota zero.
- O rascunho não será considerado para correção.
O que é cultura woke, segundo os textos da prova?
O termo woke vem do inglês e significa “acordado” ou “desperto”. Assim, originalmente usado na comunidade negra dos Estados Unidos como um alerta contra injustiças raciais, o conceito foi se expandindo para outras causas, como feminismo, direitos LGBTQIAP+, justiça ambiental e mais.
Hoje, falar em cultura woke pode significar tanto uma postura consciente diante das desigualdades quanto uma crítica à suposta “exagerada correção política”, ou seja, tudo depende do ponto de vista.
Além disso, os textos da prova mostram justamente esse embate entre quem valoriza essas lutas sociais e quem as acusa de serem superficiais ou manipuladas pelo mercado.
Como desenvolver argumentos prós e contras
Ao escrever sua dissertação, era preciso apresentar um ponto de vista bem fundamentado, reconhecendo a complexidade do tema. Então, veja como os dois lados poderiam ser abordados:
A favor da cultura woke:
- Promove a conscientização sobre injustiças históricas.
- Amplia o debate sobre diversidade e inclusão.
- Dá visibilidade a grupos antes silenciados.
- Incentiva mudanças na linguagem e no comportamento social.
Críticas à cultura woke:
- Pode gerar polarização e práticas como o cancelamento.
- Algumas empresas usam essas pautas de forma superficial, apenas para vender.
- A luta de classes pode ser esvaziada em nome de pautas identitárias.
- Há quem a veja como uma forma de impor valores progressistas à força.
Então, lembrando: a FGV costuma valorizar posicionamentos equilibrados e reflexivos, que levem em conta mais de um lado da discussão antes de chegar a uma conclusão.
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Dicas para mandar bem na Redação FGV
- Leia os textos motivadores com atenção – eles trazem conceitos-chave e diferentes perspectivas.
- Apresente seu ponto de vista com clareza, sem ignorar os argumentos contrários.
- Evite maniqueísmos – a prova valoriza a capacidade de argumentar com profundidade.
- Use exemplos atuais, mas que estejam bem conectados com o tema.
- Capriche na estrutura dissertativa: introdução clara, desenvolvimento coeso e uma conclusão consistente.
O que você precisa saber sobre a FGV?
A Fundação Getulio Vargas (FGV) é uma das instituições de ensino superior mais tradicionais do Brasil. Assim, fundada em 1944, ela se destaca pela excelência acadêmica, especialmente nas áreas de Administração, Economia, Direito e Ciências Sociais.
Além disso, a FGV é conhecida por aplicar vestibulares exigentes. Assim, suas provas cobram um raciocínio crítico apurado, tanto na parte objetiva quanto na redação. Por isso, quem deseja uma vaga na FGV precisa ir além do conteúdo básico. Desse modo, é essencial praticar a escrita, interpretar bem os textos de apoio e refletir sobre temas contemporâneos.
Outro ponto importante: a banca da FGV costuma selecionar assuntos que geram debates. Isso significa que o candidato deve estar preparado para analisar diferentes pontos de vista, construir argumentos sólidos e apresentar propostas bem fundamentadas.
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