Linguagem neutra no ENEM: diversidade linguística pode?

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Ao fazer o ENEM, os candidatos devem estar atentos às diversas regras que a prova possui, além de manter-se dentro dos prazos. Contudo, é comum que dúvidas surjam, e uma comum é: afinal, linguagem neutra no ENEM é válida?

O Exame Nacional do Ensino Médio é uma prova extensa e repleta de regras que todos os candidatos precisam seguir para alcançar uma boa nota. Uma dessas regras é seguir a Norma Culta, isto, é seguir a gramática correta da língua portuguesa.

Falar em gramática nem sempre é um tópico simples, já que se trata de um conteúdo difícil, cheio de regras e exceções. Entretanto, é fundamental ter o domínio da gramática para a redação tanto do ENEM, quanto para qualquer prova dissertativa.

Para sanar todas as dúvidas sobre o uso da linguagem neutra no ENEM, o CRIA preparou esse conteúdo completo para te guiar no assunto. Boa leitura.

linguagem neutra no enem
Linguagem neutra no ENEM: tudo o que você precisa saber – Fonte: Pexels.

O que é linguagem neutra?

A linguagem neutra é uma forma de comunicação que busca evitar a utilização de termos e expressões que possam reforçar estereótipos de gênero. Essas palavras excluem principalmente pessoas que não se identificam com os padrões binários tradicionais de masculino e feminino.

Então, a ideia por trás da linguagem neutra é promover a inclusão e a igualdade, de forma a reconhecer a diversidade de identidades de gênero e evitar a perpetuação de preconceitos.

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Linguagem neutra na língua portuguesa

No Brasil, a adoção da linguagem neutra ainda é um assunto em desenvolvimento e em discussão. Embora não exista uma forma de linguagem neutra amplamente estabelecida no idioma português, há um movimento crescente para promover cada vez mais inclusão de pessoas não binárias e transgênero, por meio de práticas linguísticas mais inclusivas.

Então, alguns dos métodos é buscar a neutralidade de gênero na língua portuguesa.

Assim, inclui-se o uso de caracteres como “@” ou “x” para abranger diferentes identidades de gênero. Até mesmo o uso do “e” como uma alternativa neutra ao “o” e ao “a” e a utilização de pronomes neutros como “elu” em vez de “ele” ou “ela” são soluções mais inclusivas.

Contudo, depois de diversos debates, desaconselha-se utilizar caracteres como “@” ou “x” ao final ou em meio às palavras por poder dificultar a leitura de softwares para pessoas com deficiência visual.

Além disso, a linguista e pesquisadora Maria Helena de Moura Neves acredita haver um equívoco quando chamamos essa linguagem de neutra. A especialista propõe que seja chamada de linguagem inclusiva, já que visa incluir pessoas e não neutralizar.

Pronomes neutros em outras línguas

Existem algumas línguas que preveem o uso do pronome neutro, mas que geralmente são utilizados para designar objetos inanimados, animais, etc. Assim, um bom exemplo é o termo “it” em inglês, utilizado para falar sobre animais, sendo comumente usado em verbos impessoais.

Para pessoas que não se identificam com a binaridade dos gêneros, os falantes de inglês, em geral, adotaram o uso do pronome “they/them”. Afinal, usar o termo “it” pode soar um tanto agressivo, principalmente visto que sua utilização é destinada a objetos e animais.

No alemão, também é possível identificar um pronome neutro usado para se referir a objetos inanimados ou a indivíduos cujo gênero não é especificado. Vale ressaltar que, ao se referir a pessoas cujo gênero não é evidente, a forma mais comum em alemão é usar o pronome “sie” (ela) como neutro. No entanto, o uso dessa forma ainda pode variar e pode não ser universalmente aceito em todas as situações.

A mudança linguística pode ocorrer de maneira social, assim como vemos no Brasil. Assim, existem pessoas adeptas à linguagem neutra que acrescentam o “e” ao final de uma palavra com o intuito de não determinar o gênero. Embora muito utilizado online e até mesmo em espaços mais preocupados com essa questão, não é uma regra geral.

Mudanças linguísticas institucionais

Ao longo do tempo, pode ser que a gramática de um país sofra algumas mudanças linguísticas institucionais como a implementação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Assim, essa alteração ocorreu a partir de instituições, e não de movimentos sociais. Ela é obrigatória a todos os países que falam a língua portuguesa.

Esse acordo possibilita uma padronização da escrita em todos os espaços, já que as variações linguísticas sempre ocorrerão devido à localização geográfica, faixa etária, gênero, etc.

Assim como no Brasil, nem todos os lugares adotaram uma linguagem neutra, já que existe uma certa resistência entre os puristas das línguas e também por outros motivos como um processo mais lento de mudança em pessoas fora do grupo de minorias e desacordo no pronome proposto.

Porém, a Suécia é um dos países que adotou um pronome neutro de maneira institucional, ou seja, o governo identificou essa necessidade e incluiu o termo no dicionário oficial.

Atualmente, o uso da linguagem neutra é empregado para simplificar a estrutura das frases e referir-se a uma pessoa sem revelar explicitamente seu gênero. Desse modo, essa prática pode ser adotada quando o gênero é desconhecido, quando a pessoa é transgênero ou quando quem fala ou escreve considera desnecessário mencionar o gênero.

É possível utilizar linguagem neutra no ENEM?

Mas, afinal, linguagem neutra no ENEM é permitida? A resposta é: não.

O essencial na redação do ENEM é manter-se na Norma Culta, além de demonstrar bom domínio de gramática. Embora a linguagem neutra seja importante e relevante como movimento linguístico, ainda não está incluída na gramática oficial, além de não ser amplamente aceita.

Então, até o momento não há uma informação oficial do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Porém, seguir as regras já institucionalizadas é o caminho mais seguro par garantir uma boa nota na redação do ENEM.

O que zera na redação do ENEM?

cartilha de redação do ENEM é um manual essencial para todos os candidatos. Nela, é possível ter acesso às 5 competências do ENEM que se espera que o candidato apresente na redação. Além disso, apresenta as razões pela qual a redação pode ser zerada.

Conheça as razões elencadas pelo ENEM que podem zerar uma redação:

  • Fuga total ao tema;
  • Não obediência ao tipo dissertativo-argumentativo;
  • Extensão de até 7 (sete) linhas manuscritas, independente do conteúdo, ou extensão
    de até 10 (dez) linhas escritas no sistema Braile;
  • Cópia de texto(s) da Prova de Redação e/ou do Caderno de Questões sem haver pelo
    menos 8 linhas de produção própria do participante;
  • Desenhos e outras formas propositais de anulação, em qualquer parte da folha de
    redação (incluindo os números das linhas na margem esquerda);
  • Números ou sinais gráficos sem função evidente em qualquer parte do texto, ou da folha
    de redação (incluindo os números das linhas na margem esquerda);
  • Parte deliberadamente desconectada do tema proposto;
  • Impropérios e outros termos ofensivos, ainda que façam parte do projeto de texto;
  • Assinatura, nome, iniciais, apelido, codinome ou rubrica fora do local devidamente
    designado para a assinatura do participante;
  • Texto predominante ou integralmente escrito em língua estrangeira;
  • Folha de redação em branco, mesmo que haja texto escrito na folha de rascunho;
  • Texto ilegível, que impossibilite sua leitura por dois avaliadores independentes.

Desse modo, incluir caracteres como “@” e “x” na redação pode diminuir a nota do candidato e até mesmo zerar a redação se for recorrente ao longo do texto.

Enfrente esse desafio com o CRIA

Ainda não está seguro sobre a prova de redação do ENEM? O CRIA pode te ajudar com isso!

O CRIA é um corretor de redação por inteligência artificial que garante uma correção com grande precisão, baseando-se nas 5 competências do ENEM. Além de entregar essa precisão, tudo isso é feito em até dois minutos.

Além disso, o CRIA dispõe um banco de dados com centenas de milhares de redações. Então, desde zeradas até aquelas com nota mil, utilizadas como base para IA entregar ao aluno uma descrição detalhada de onde errou, como pode arrumar e o porquê tal erro gera desconto de pontos no ENEM. 

E para quem é o CRIA:

  • Para os professores, visamos diminuir a sobrecarga e otimizar a gestão da turma;
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