Repertório sociocultural sobre parto humanizado

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Repertório sociocultural sobre parto humanizado: entenda conceitos, importância e impactos para defender práticas obstétricas humanizadas na redação do ENEM e ampliar seu conhecimento.

A gestação é um período marcado por transformações físicas, emocionais e sociais. Por isso, o acompanhamento pré-natal é essencial para oferecer apoio, esclarecer dúvidas e acolher medos, inseguranças e fantasias que podem surgir nesse processo.

No Brasil, a assistência ao parto passou por décadas de institucionalização e medicalização, com forte ênfase em práticas hospitalares e no aumento das cesarianas, muitas vezes desnecessárias. Além disso, essa abordagem também favoreceu o uso excessivo de intervenções invasivas, que desconsideram a fisiologia natural do parto e a autonomia da pessoa gestante.

Essas mudanças refletem transformações nos determinantes sociais de saúde e nas políticas públicas. É nesse contexto que o parto humanizado surge como uma alternativa ética e respeitosa, que busca garantir o protagonismo da pessoa que pare, priorizando escolhas informadas, vínculo com a equipe de saúde, menos intervenções desnecessárias e atenção integral.

O que é parto humanizado?

O parto humanizado é uma abordagem do nascimento centrada no respeito aos direitos da pessoa grávida, do bebê e da família.

Nesse sentido, ele valoriza o protagonismo da pessoa grávida, promove escolhas informadas e evita intervenções desnecessárias, priorizando um ambiente seguro, acolhedor e com suporte emocional e físico.

🌱 Em resumo, parto humanizado é:

  • Baseado em evidências científicas: usa práticas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
  • Respeitoso: considera desejos, necessidades e cultura.
  • Individualizado: cada parto é único e tratado como tal.
  • Com menos intervenções: apenas quando são realmente necessárias.
  • Com liberdade de movimentos e posições: a gestante pode caminhar, agachar, se movimentar.
  • Com acompanhante de escolha da pessoa grávida: garantido por lei no Brasil (Lei n.º 11.108/2005).
  • Com envolvimento da equipe multiprofissional: enfermeiras obstétricas, obstetras, doulas, pediatras, entre outros.
  • Em ambiente acolhedor: pode acontecer no hospital, casa de parto ou até mesmo em casa, se for seguro.

🛑 O que o parto humanizado não é:

  • Não significa parto sem dor ou sem ajuda médica.
  • Não é o mesmo que parto natural (embora possam se sobrepor).
  • Não exclui cesariana, desde que seja necessária e respeitosa.

💡 Exemplo de práticas humanizadas:

  • Explicação clara dos procedimentos à gestante.
  • Evitar episiotomia (corte na região perineal) de rotina.
  • Contato pele a pele imediato com o bebê.
  • Incentivo à amamentação na primeira hora de vida.

O parto humanizado parte do princípio de que o nascimento é um evento fisiológico, emocional e social, que deve ser conduzido com empatia, escuta e cuidado, não apenas com técnica.

🌼 Dica:

O parto humanizado é uma filosofia, e não um tipo específico. Desse modo, ele pode acontecer em qualquer modalidade, inclusive em uma cesárea, desde que haja respeito, escuta e acolhimento às decisões da pessoa grávida.

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Repertório sociocultural sobre parto humanizado

O parto humanizado é uma abordagem que valoriza o protagonismo da pessoa gestante durante o nascimento, respeitando seus desejos, seu corpo e o processo fisiológico do parto.

Assim, essa perspectiva se opõe à medicalização excessiva e às intervenções desnecessárias, ainda presentes em muitos contextos.

1. O Renascimento do Parto (1, 2 e 3):

Clássico nacional que denuncia a realidade da assistência obstétrica no Brasil e promove o parto humanizado. Disponível em plataformas como Apple TV ou YouTube.

2. Nascer no Brasil:

Série documental produzida pela Fiocruz. Baseada na maior pesquisa sobre parto no Brasil, mostra experiências diversas. Gratuito no Canal Saúde.

3. Livro: Quando o Corpo Consente, de Cristiane Sbardelotto

Uma leitura sensível sobre o corpo, a autonomia e os afetos no processo de parir.

4. TED Talk sobre Parto Humanizado de Marilena Pereira:

A obstetra Marilena Pereira defende que o parto deve ser visto como um processo natural, em que a mulher é protagonista.

Além disso, ela critica a medicalização excessiva e reforça a importância de práticas que respeitam o corpo, o tempo e os desejos da gestante, promovendo um nascimento mais humano, seguro e acolhedor.

5. Série: Doulas

A série Doulas documenta essa realidade com relatos emocionantes e reforça que doulagem é também resistência. Como diz Thais Rocha, “a doulagem não é só docilidade, é também indignação”.

A importância do trabalho das doulas:

Reconhecidas pela OMS e pelo Ministério da Saúde, as doulas têm papel essencial no parto humanizado: ajudam a reduzir cesáreas desnecessárias, oferecem alívio da dor e garantem apoio emocional às gestantes.

Mais do que cuidadoras, elas também representam uma luta política por reconhecimento e autonomia no sistema obstétrico, muitas vezes dominado por homens.

A medicalização do parto no Brasil:

O processo de institucionalização do parto se intensificou após a Segunda Guerra Mundial, à medida que os avanços tecnológicos em áreas como cirurgia, anestesia e antibioticoterapia foram incorporados ao campo da obstetrícia.

Além disso, esse movimento buscava oferecer maior controle sobre riscos materno-fetais, mas resultou também em um alto número de intervenções desnecessárias, como as cesarianas (MORAES, 2006).

Com o tempo, o parto foi sendo cada vez mais encarado como um evento exclusivamente médico, perdendo seu caráter fisiológico e natural.

Segundo a Rede Feminista de Saúde (2002), a imprevisibilidade do parto foi substituída por procedimentos programados, reforçando um modelo centrado na tecnologia e não na pessoa que gesta.

Avanço da obstetrícia e riscos associados:

Apesar das melhorias no controle de riscos, o modelo hegemônico hospitalar nem sempre garante mais segurança.

Dados de 2001 mostram que, entre 2,4 milhões de partos realizados no Brasil, 603 mil foram cesarianas e resultaram em 325 mortes no pós-parto, enquanto partos vaginais somaram 1,8 milhão, com 257 mortes (Jornal ABEn, 2009).

Assim, a taxa de mortalidade materna foi significativamente maior entre cesarianas, questionando a segurança presumida desse tipo de intervenção.

Políticas públicas e o parto humanizado:

Com o objetivo de enfrentar o excesso de cesarianas e devolver protagonismo a quem gesta, o Ministério da Saúde instituiu, em 1º de junho de 2000, a Portaria MS/GM n.º 569, criando o Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento no SUS.

Além disso, a proposta busca garantir um cuidado digno, seguro e respeitoso no pré-natal, parto e puerpério, assegurando também os direitos de acompanhamento e livre escolha da maternidade de referência (BRASIL, 2000).

Segundo o Manual Prático para Implementação da Rede Cegonha (p. 7), a humanização começa no pré-natal, com a oferta de informações, escuta ativa e a realização apenas de procedimentos realmente necessários, respeitando a autonomia de quem está grávida.

Diferenças entre parto normal, natural e humanizado:

De acordo com o COREN-SP (2010) e Ferreira (2011), o parto vaginal tradicional é frequentemente marcado por restrições como jejum, imobilidade, episiotomia e exclusão de acompanhantes, práticas muitas vezes desnecessárias e desconfortáveis.

Já o parto natural ou humanizado busca respeitar o tempo, os desejos e os limites de quem gesta. As intervenções são aplicadas apenas quando realmente indicadas, e a pessoa tem liberdade para se alimentar, se movimentar, escolher a posição de parir e utilizar técnicas de alívio da dor como massagens, banhos e música.

Assim, esse modelo favorece uma recuperação mais rápida e um ambiente mais acolhedor para a díade gestante-bebê e acompanhantes.

Considerações culturais e sociais sobre o parto:

O parto humanizado se fundamenta em um repertório sociocultural que valoriza o protagonismo de quem pare.

Assim, trata-se de uma mudança de paradigma: sair de um modelo centrado no controle médico para um que respeita o corpo, a experiência subjetiva e os saberes tradicionais.

Ainda que o discurso médico tenha hegemonizado o cuidado obstétrico, movimentos sociais, políticas públicas e profissionais da saúde vêm, cada vez mais, reivindicando práticas baseadas na evidência científica, na escuta ativa e na inclusão de diferentes corpos e identidades no processo de nascer.

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