Ensino médio paulista reduz carga horária de ciências humanas. Nos últimos anos, as disciplinas de História, Geografia, Filosofia e Sociologia no ensino médio das escolas estaduais de São Paulo têm perdido espaço significativo na grade curricular.
História, geografia, sociologia e filosofia, essenciais para a formação crítica e cidadã dos estudantes, enfrentaram uma redução de 35,1% na carga horária desde 2020, como reflexo da implementação da reforma do ensino médio.
Em 2025, os cortes se intensificaram, evidenciando um cenário que prioriza outras áreas do conhecimento, como matemática e língua portuguesa.
Ensino médio paulista reduz carga horária de ciências humanas
Nos últimos cinco anos, as disciplinas de ciências humanas do ensino médio estadual em São Paulo sofreram uma significativa redução na carga horária, impactando o aprendizado de história, geografia, sociologia e filosofia.
Em 2020, antes da implementação da reforma do ensino médio, os estudantes tinham 720 horas de aulas nessa área. Em 2025, esse número caiu para 466,7 horas, uma redução de 35,1% em relação ao período anterior. Somente em 2025, cortaram 13 horas em comparação a 2024, quando o total era de 480 horas.
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Quais disciplinas foram reduzidas do ensino médio paulista?
As disciplinas de sociologia e filosofia foram as mais afetadas, com cortes de 62,9% na carga horária desde 2020. Geografia também sofreu uma redução expressiva de 25,9%. Por outro lado, história foi a única matéria que registrou aumento, com 11,1% a mais no mesmo período.
“Segundo o governo Tarcísio de Freitas, a prioridade é reforçar a carga horária de matemática e português, áreas que o próprio governo considera críticas para o desempenho acadêmico dos estudantes.”
Essa reestruturação do currículo estadual reflete as mudanças trazidas pela reforma do ensino médio, mas também levanta questionamentos sobre o impacto na formação integral dos alunos. Especialmente no que diz respeito ao papel das ciências humanas no desenvolvimento do pensamento crítico e da cidadania.
Educação noturna e EJA:
No período noturno e na EJA, a situação é ainda mais crítica, com maior dependência de ensino à distância e cortes expressivos, chegando a 57,1% em ciências humanas na Edução de Jovens e Adultos.
Professores da área, especialmente de sociologia, são frequentemente desviados para lecionar disciplinas para as quais não foram formados.
O governo estadual argumenta que priorizou matemática e português devido ao baixo desempenho nessas áreas, enquanto o aprofundamento em ciências humanas pode ocorrer nos itinerários formativos.
Argumento pedagógico da crítica: o que o aluno perde?
A contestação à redução não é uma defesa corporativista, mas sim um alerta sobre o risco de fragilizar a Formação Geral Básica.
As Ciências Humanas são essenciais para o desenvolvimento de:
- Pensamento Crítico e Análise da Realidade: disciplinas como Sociologia e Filosofia ensinam a questionar o senso comum, a entender estruturas sociais. Além disso, formular argumentos coerentes, competências vitais em um mundo de fake news e polarização.
- Identidade e Memória: história e Geografia conectam o aluno ao seu passado e espaço, promovendo a empatia e a compreensão de fenômenos complexos, como desigualdades sociais e mudanças climáticas.
- Competências para o Futuro: empregadores e universidades buscam profissionais com alta capacidade de comunicação, resolução de problemas e adaptabilidade. Assim, essas habilidades que são, em grande parte, desenvolvidas pelo raciocínio humanístico.
Impacto na formação cidadã e no ENEM:
A redução da carga horária tem um impacto direto no desempenho dos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). A área de Ciências Humanas é vital para a prova objetiva, e o raciocínio crítico é a base para a nota da Redação, que exige argumentação sociológica, histórica e filosófica.
Como o CRIA pode ajudar você a aprofundar seu repertório?
O fato de o Ensino médio paulista reduzir carga horária de ciências humanas não deve ser aceito passivamente. Desse modo, ele serve como um chamado à comunidade educacional para defender a importância de um currículo equilibrado.
A formação do cidadão pensante é um projeto de longo prazo. Assim, ao integrarmos as Humanidades de forma criativa e estratégica, garantimos que os alunos não apenas consigam um emprego, mas que sejam capazes de compreender e transformar o mundo.
A plataforma do CRIA é um recurso essencial para otimizar o tempo, melhorar o desempenho dos alunos e facilitar a rotina docente.
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Perguntas frequentes:
A Formação Geral Básica (FGB) é o núcleo obrigatório do currículo do Novo Ensino Médio, somando 1.800 horas. Ela é composta pelas áreas de conhecimento (Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas) e deve garantir o aprendizado comum e essencial a todos os estudantes.
Não. O debate sobre o desequilíbrio curricular e a redução da presença das Humanidades é um tema nacional, consequência da implementação dos Itinerários Formativos em diversos estados. São Paulo é um dos casos mais notórios devido à magnitude da sua rede de ensino.
Sim. Todas as áreas de conhecimento (e suas respectivas disciplinas: História, Geografia, Sociologia, Filosofia, etc.) continuam a fazer parte do currículo da Formação Geral Básica, porém, sua carga horária foi condensada ou reduzida em relação ao modelo anterior ao NEM.
