Dia Nacional da Alimentação na Escola

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O Dia Nacional da Alimentação na Escola é comemorado em 21 de outubro, destacando o papel vital do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) para a saúde, o desenvolvimento cognitivo dos estudantes e o fomento à Agricultura Familiar.

Colagem artística e colorida representando a importância do Dia Nacional da Alimentação na Escola. Uma tigela azul contém crianças em uma sala de aula recebendo merenda de uma professora, cercadas por frutas, legumes e um agricultor familiar, simbolizando o PNAE.

O Dia Nacional da Alimentação na Escola, celebrado em 21 de outubro, é uma data fundamental para promover a educação alimentar e nutricional entre estudantes de todas as idades.

Mais do que uma comemoração, o dia é uma oportunidade para refletir sobre a importância de uma alimentação saudável, acessível e equilibrada no ambiente escolar, contribuindo diretamente para o desenvolvimento físico, cognitivo e emocional das crianças e adolescentes.

Então, quer saber mais sobre o Dia Nacional da Alimentação na Escola? Continue com o CRIA e boa leitura!

História da merenda escolar no Brasil:

A trajetória da merenda escolar no Brasil é um reflexo das transformações sociais, políticas e econômicas do país. Desde as primeiras iniciativas na década de 1940 até a consolidação do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o tema sempre esteve ligado à garantia do direito à alimentação e à educação de qualidade. [1]

As origens da alimentação escolar (década de 1940):

Os debates sobre a importância da alimentação infantil ganharam força nos anos 1940, quando o governo de Getúlio Vargas criou a Comissão Nacional de Alimentação (CNA) para estudar o estado nutricional da população brasileira. Nessa época, o foco era combater a desnutrição e promover campanhas educativas, mas ainda não havia uma política estruturada de merenda escolar. [2]

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A Campanha da Merenda Escolar e o apoio internacional (anos 1950):

Na década de 1950, com apoio do programa norte-americano “Alimentos para a Paz”, o Brasil passou a receber doações de produtos industrializados como leite em pó e margarina. Em 1955, foi criada a Campanha da Merenda Escolar (CME), considerada o embrião do atual PNAE. Essa iniciativa centralizou a compra e a distribuição dos alimentos, com foco em garantir uma refeição simples a estudantes da rede pública.

Consolidação e expansão do programa (anos 1960 e 1970):

Durante as décadas seguintes, a CME evoluiu para a Campanha Nacional de Alimentação Escolar (CNAE), ampliando seu alcance e transformando a merenda em uma refeição mais completa. Além disso, o período também marcou o aumento da participação de grandes empresas no fornecimento dos alimentos, gerando preocupações com a concentração de mercado e a qualidade nutricional. [3]

Crises e descentralização (anos 1980 e 1990):

Com a crise econômica e mudanças políticas, a alimentação escolar enfrentou cortes orçamentários e denúncias de irregularidades, culminando em investigações e reformas. Assim, em 1994, a Lei n.º 8.913 estabeleceu a descentralização da gestão, transferindo recursos diretamente para estados e municípios, o que fortaleceu o controle social e a adaptação às realidades locais. [4]

A modernização com a Lei nº 11.947/2009:

Um dos maiores avanços da história do programa veio com a Lei n.º 11.947/2009, que determinou que pelo menos 30% dos recursos do PNAE fossem destinados à agricultura familiar. Desse modo, essa mudança aproximou os produtores locais das escolas, valorizou alimentos frescos e reforçou o vínculo entre alimentação e desenvolvimento sustentável. [5]

Desafios recentes e o impacto da pandemia:

Nos últimos anos, o PNAE enfrentou novos desafios, especialmente durante a pandemia de covid-19, quando o fechamento das escolas interrompeu o fornecimento regular das refeições. Em resposta, muitos estados e municípios criaram alternativas, como kits de alimentos e cartões-merenda, para garantir o direito à alimentação mesmo fora do ambiente escolar.

A importância do programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é uma das políticas públicas mais importantes do Brasil no combate à fome e na promoção do direito humano à alimentação adequada e saudável.

Criado para garantir refeições nutritivas aos estudantes da rede pública, o programa vai muito além da merenda: ele fortalece a agricultura familiar, movimenta a economia local e contribui para a permanência dos alunos na escola.

De acordo com dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o PNAE atende mais de 40 milhões de estudantes em 5.570 municípios brasileiros — um alcance que demonstra sua relevância social e educacional.

Alimentação escolar e agricultura familiar: uma parceria que transforma

Um dos grandes diferenciais do PNAE é sua integração com a agricultura familiar. A legislação atual determina que pelo menos 30% dos recursos do programa sejam destinados à compra direta de alimentos produzidos por pequenos agricultores locais.

Assim, essa medida tem impacto direto na geração de renda no campo e na valorização do trabalho das mulheres agricultoras, que representam uma parcela significativa entre as fornecedoras do programa.

Essa relação fortalece a economia local e garante que os alimentos servidos nas escolas sejam frescos, regionais e mais saudáveis — aproximando o campo da sala de aula. [6]

“O PNAE é a política pública com maior potencial de combate à fome e, ao mesmo tempo, de garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada e Saudável no Brasil.”
O Joio e o Trigo (2021)

Desafios recentes e o impacto da pandemia:

Apesar de seu sucesso histórico, o programa enfrentou grandes desafios nos últimos anos. Cortes orçamentários, atrasos nos repasses e o fechamento das escolas durante a pandemia de Covid-19 afetaram a distribuição regular das refeições e colocaram milhões de estudantes em situação de insegurança alimentar.

Desse modo, durante esse período, muitos municípios recorreram à entrega de cestas básicas, kits de alimentos e cartões-merenda para garantir que o direito à alimentação fosse preservado mesmo fora do ambiente escolar. Então, a crise evidenciou a importância de políticas públicas estruturadas e bem financiadas para proteger as populações mais vulneráveis.

Merenda escolar: números e afetos que revelam uma política viva

Além dos dados, há um aspecto simbólico e afetivo na merenda escolar. Então, para muitas crianças, aquela refeição representa o primeiro contato com alimentos variados e nutritivos — e, em alguns casos, a principal refeição do dia.

Nesse sentido, o Dia Nacional da Alimentação na Escola, celebrado em 21 de outubro, é uma oportunidade de valorizar essa política pública que conecta nutrição, educação e cidadania, lembrando que uma refeição de qualidade é também um ato de inclusão e de justiça social.

O guardião da qualidade: o Nutricionista na escola

A garantia de que o prato da merenda seja nutritivo, culturalmente adequado e seguro é responsabilidade de um profissional chave: o nutricionista.

As Atribuições do Nutricionista:

O Conselho Regional de Nutricionistas (CRN) endossa que o nutricionista é o único profissional habilitado a atuar na alimentação escolar. Suas atribuições incluem:

  • Elaboração de Cardápios: Criar cardápios que respeitem os hábitos alimentares locais e as necessidades nutricionais específicas dos alunos.
  • Educação Alimentar e Nutricional (EAN): Promover atividades pedagógicas contínuas para estimular escolhas saudáveis.
  • Controle de Qualidade: Fiscalizar a manipulação dos alimentos e as condições sanitárias das instalações da cozinha.
  • Teste de Aceitabilidade: Realizar testes periódicos para garantir que os alunos aceitem as novas preparações, evitando desperdícios.

Seu papel na fiscalização: garantindo a lei na prática

Infelizmente, nem todos os municípios aplicam os recursos do PNAE de forma ideal, o que pode levar a problemas como o não cumprimento da cota dos 30% da Agricultura Familiar ou a falta de reposição de alimentos nas escolas.

Conselho de Alimentação Escolar (CAE) e o cidadão:

O Conselho de Alimentação Escolar (CAE) é a principal ferramenta de Fiscalização e controle social do PNAE. É um órgão colegiado, composto por representantes de pais, professores, estudantes, sociedade civil e do Poder Executivo.

Ação do CidadãoDescriçãoDestinatários / Responsáveis
Participe do CAESe você é pai, educador ou membro da sociedade civil, candidate-se ou apoie os membros do CAE.Conselho de Alimentação Escolar (CAE)
Denuncie IrregularidadesCaso identifique falta de alimentos ou baixa qualidade da merenda, formalize denúncias.CAE, FNDE (Ouvidoria), Ministério Público local
Promova a EANApoie e incentive as iniciativas de Educação Alimentar e Nutricional realizadas pelos nutricionistas na escola.Escolas e nutricionistas escolares

Perguntas frequentes sobre

O que é o Dia Nacional da Alimentação na Escola?

É uma data comemorativa, celebrada em 21 de outubro, que visa reforçar a importância da alimentação adequada e saudável no ambiente escolar e o papel do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

Qual é o impacto da alimentação escolar no aprendizado?

Uma alimentação de qualidade, garantida pelo PNAE, impacta diretamente a capacidade cognitiva dos estudantes, melhorando a concentração, a memória e o rendimento escolar, além de fornecer a energia necessária para o dia a dia.

Quem são os responsáveis pela elaboração do cardápio escolar?

Os cardápios da alimentação escolar na rede pública devem ser obrigatoriamente elaborados e acompanhados por nutricionistas devidamente habilitados, isto é, seguindo as diretrizes nutricionais e respeitando os hábitos alimentares regionais.

O que são os 30% da Agricultura Familiar no PNAE?

É a exigência legal de que no mínimo 30% dos recursos federais destinados à merenda escolar sejam utilizados para a compra de alimentos produzidos pela Agricultura Familiar local, assim, fomentando a sustentabilidade e a economia regional.

Quem fiscaliza o PNAE?

O principal órgão de controle social é o Conselho de Alimentação Escolar (CAE). Além disso, o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público (MP) também fiscalizam a correta aplicação dos recursos.

Referências:

[1] Da política ao prato: entenda a história da merenda escolar

[2] Comissão Nacional de Alimentação (CNA)

[3] Campanha Nacional de Alimentação Escolar (CNAE)

[4] Lei n.º 8.913

[5] Lei n.º 11.947/2009

[6] Merenda escolas: afetos e números

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